A hipossalivação e sua relação com medicamentos anti-hipertensivos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34275Palavras-chave:
Anti-hipertensivo; Efeitos Adversos; Hipossalivação; Xerostomia.Resumo
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica multifatorial, que, caso não seja tratada de forma contínua, aumenta consideravelmente o risco de eventos cardiovasculares, que podem ser fatais. Para o controle dessa condição clínica, existe uma grande diversidade de medicamentos com mecanismos de ação distintos, e efeitos adversos variados. Devido à alta prevalência de pacientes hipertensos nos consultórios odontológicos, este trabalho tem por objetivo demonstrar a influência do uso de medicamentos anti-hipertensivos no desenvolvimento da hipossalivação. A hipossalivação consiste na diminuição quantitativa do fluxo salivar, que pode ser causada por uma série de fatores, e que leva à sensação de boca seca pelo paciente, denominada xerostomia. Este estudo revisa as classes medicamentosas mais utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica, que apresentam como um de seus efeitos colaterais a hipossalivação. Entre suas diversas funções, a saliva exerce um importante controle na microbiota bucal. Sua ausência ou a diminuição de seu fluxo normal pode causar um aumento na prevalência de cárie, doença periodontal, patógenos oportunistas e traumatismos, principalmente em usuários de próteses. Por fim, são propostos métodos para a redução dos efeitos adversos dos medicamentos causadores de hipossalivação.
Referências
Bretas, P. L., et al. (2008). Fluxo Salivar e Capacidade Tamponante da Saliva como Indicadores de Susceptibilidade à Doença Cárie. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, 8(3), 289-93.
Carreira, F. A. B., et al. (2021). Mourão FOJ, Lemos ML, Júnior MAC, Campos CIM. Possível relação entre iodo salivar e cárie dentária: um estudo piloto. Brazilian Applied Science Review, 5(1), 604-14.
Coimbra, F (2009). Xerostomia. Etiologia e tratamento. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, 50(3), 159-64.
Costa, A. N. F., et al. (2013). Conduta odontológica em pacientes hipertensos. Revista Brasileira de ciências da Saúde, 17(3), 287-92.
Cunha, P. R. M. S., et al. (2012). Prevalência e causas de não adesão ao tratamento anti-hipertensivo de idosos na atenção básica. Revista de Pesquisa em Saúde, 13(3), 11-6.
Femiano, F., et al. (2008). Oral manifestations of adverse drug reactions: guidelines. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, 22(6), 681-91.
Freitas, T., et al. (2004). Síndrome de Sjögren: revisão de literatura e acompanhamento de um caso clínico. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 70(2), 283-8.
Gupta, A., et al. (2006). Hyposalivation in elderly patients. Journal of the Canadian Dental Association, 72(9), 841-6.
Herman, W. W., et al. (2004). New national guidelines on hypertension: a summary for dentistry. The Journal of the American Dental Association, 135(5), 576-84.
Lima, A. D. E., et al. (2017). Saliva e hidratação: Importância da quantidade e da qualidade, da saliva para manutenção da condição bucal satisfatória em pacientes com paralisia cerebral. Revista Campo do Saber, 3(1), 101-19.
Malachias, M. V. B., et al. (2016). 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 107(3), 25-9.
Marchioli, M., et al. (2010). Aulas de anti- hipertensivos prescritas aos idosos na Estratégia de Saúde da Família do município de Marília (SP). Rev Baiana Saúde Pública, 34(3), 682-93.
Osório, M. N., et al. (2000). Saliva e saúde oral. Revista Portuguesa de estomatologia, medicina dentária e cirurgia maxilofacial, 41(4), 195-8.
Paim, É. D., et al. (2018). Efeito agudo da Transcutaneous Electric Nerve Stimulation (TENS) sobre a hipossalivação induzida pela radioterapia na região de cabeça e pescoço: um estudo preliminar. CoDAS, Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 30(3), 3-9.
Pedrazas, C. H. S., et al. (2007). Manejo do paciente com hipossalivação. Perionews, 1(4), 369-73.
Perotto, J. H., et al. (2007). Prevalência da xerostomia relacionada à medicação nos pacientes atendidos na Área de Odontologia da UNIVILLE. Revista Sul-Brasileira de Odontologia, 4(2), 16-9.
Rang, H .P., et al. (2004). Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 904 p.
Saito, L. T., et al. (2012). Acupuntura sistêmica no tratamento de xerostomia decorrente do uso de anti-hipertensivos: estudo de casos. RevBrasTerap e Saúde, 3(1), 9-13.
Santa-Helena, E. T. D., et al. (2010). Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não-adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saude Publica, 26(12), 2389-98.
Santos, R. B. T. M., et al. (2013). Experiência de cárie e osmolaridade salivar em crianças com paralisia cerebral. Revista de odontologia da UNESP, 42(6), 444-8.
Sousa, N. B., et al. (2014). Abordagem crítica sobre as terapias de estimulação do fluxo salivar (tefs). Revista de Pesquisa em Saúde, 15(1), 245-8.
Tanasiewicz, M., et al. (2016). Xerostomia of Various Etiologies: A Review of the Literature. Advances in clinical and experimental medicine: official organ Wroclaw Medical University, 25(1), 199-206.
Torpet, L. A., et al. (2004). Oral adverse drug reactions to cardiovascular drugs. Critical reviews in oral biology & medicine, 15(1), 28-46.
Vidal, A. C. C., et al. (2004). Pacientes idosos: relação entre xerostomia e o uso de diuréticos, antidepressivos e antihipertensivos. Int J Dent., 3(1), 330-5.
Villa, A.. et al. (2015). Diagnosis and management of xerostomia and hyposalivation. Therapeutics and clinical risk management, 11, 45-51.
Wolff, A., et al. (2017). A guide to medications inducing salivary gland dysfunction, xerostomia, and subjective sialorrhea: a systematic review sponsored by the world workshop on oral medicine VI. Drugs in R&d, 17(1), 1-28.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Matheus Felipe de Souza Silva; Amanda Gonçalves Franco; José Henrique Pereira; Igor Valdemar Batista Ribeiro; Aline Batista Gonçalves Franco; Cíntia Fontes Alves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.