Investigação sobre as relações entre a sonata K448 de Mozart com a extinção da memória ao som
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i8.42997Palavras-chave:
Memória; Aprendizagem; Música.Resumo
O estudo teve como objetivo analisar a influência da Sonata K448 de Mozart na memória auditiva de camundongos. Desde a gestação até a idade adulta, os animais foram expostos à música. Para avaliar a extinção da memória, foi utilizado um teste de condicionamento aversivo, observando o comportamento de congelamento dos camundongos. Fêmeas grávidas ouviram a Sonata ou sons ambiente por 10 horas diariamente. Após o nascimento, seus filhotes foram expostos à mesma música durante 30 dias. Os camundongos machos foram categorizados em três grupos: G1-Mozart, G2-Ambiente e G3-Controle, sendo todos expostos a diferentes sons do 30° ao 107° dia. No 50° dia, houve um período de habituação, e no 54° dia, o G1-Mozart foi condicionado com som e choque, enquanto o G3-Controle não. 28 dias depois, todos os grupos passaram por testes de extinção. Durante os primeiros 3 minutos, foi reproduzido o mesmo som aversivo, medindo-se o comportamento de congelamento. Posteriormente, realizou-se um teste de recordação analisando o tempo de congelamento durante 2 minutos. O resultado mostrou que não houve diferença significativa entre os grupos expostos à Mozart e sons ambiente (t(12)=1,19; p=0,256). Com o passar do tempo, todos os grupos reduziram o congelamento. O estudo sugere que a música de Mozart pode ter benefícios cognitivos sobre a memória, mas são necessárias mais pesquisas para entender os mecanismos envolvidos.
Referências
Angelucci, F., Ricci, E., Padua, L., Sabino, A., & Tonali, P. A. (2007). Music exposure differentially alters the levels of brain-derived neurotrophic factor and nerve growth factor in the mouse hypothalamus. Neuroscience Letters, 429(2-3), 152–155. https://doi.org/10.1016/j.neulet.2007.10.005
Bergstrom, H. C. (2016). The neurocircuitry of remote cued fear memory. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 71, 409–417. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2016.09.028
Chikahisa, S., Sano, A., Kitaoka, K., Miyamoto, K.-I., & Sei, H. (2007). Anxiolytic effect of music depends on ovarian steroid in female mice. Behavioural Brain Research, 179(1), 50–59. https://doi.org/10.1016/j.bbr.2007.01.010
Chorilli, M., Michelin, D. C., & Salgado, H. R. N. (2007). Animais de laboratório: o camundongo. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica E Aplicada, 28(1). https://rcfba.fcfar.unesp.br/index.php/ojs/article/view/531
Costa, P. A. (2012). A memória e a sua influencia no processo de aprendizagem. Web Artigos, Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/a-memoria-e-a-sua-influencia-no-processo-de-aprendizagem/83381/
Faria, R. S., Bereta, Á. L. B., Reis, G. H. T., Santos, L. B. B., Pereira, M. S. G., Cortez, P. J. O., Dias, E. V., Moreira, D. A. R., Trzesniak, C., & Sartori, C. R. (2018). Effects of swimming exercise on the extinction of fear memory in rats. Journal of Neurophysiology, 120(5), 2649–2653. https://doi.org/10.1152/jn.00586.2018
Faria, R. S., Sartori, C. R., Canova, F., & Ferrari, E. A. M. (2013). Classical aversive conditioning induces increased expression of mature-BDNF in the hippocampus and amygdala of pigeons. Neuroscience, 255, 122–133. https://doi.org/10.1016/j.neuroscience.2013.09.054
Glaser, V., Carlini, V. P., Gabach, L., Ghersi, M., de Barioglio, S. R., Ramirez, O. A., Perez, M. F., & Latini, A. (2010). The intra-hippocampal leucine administration impairs memory consolidation and LTP generation in rats. Cellular and Molecular Neurobiology, 30(7), 1067–1075. https://doi.org/10.1007/s10571-010-9538-4
Goto, A. (2022). Synaptic plasticity during systems memory consolidation. Neuroscience Research. https://doi.org/10.1016/j.neures.2022.05.008
Guilhen, V. A. (2017). Efeito da exposição crônica à sonata K448 sobre a memória espacial em camundongos submetidos ao modelo de depressão por estresse crônico de imobilização. Acervodigital.ufpr.br. https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/66085
Herry, C., Ferraguti, F., Singewald, N., Letzkus, J. J., Ehrlich, I., & Lüthi, A. (2010). Neuronal circuits of fear extinction. European Journal of Neuroscience, 31(4), 599–612. https://doi.org/10.1111/j.1460-9568.2010.07101.x
Inda, M. C. (2005). Acquisition, Consolidation, Reconsolidation, and Extinction of Eyelid Conditioning Responses Require De Novo Protein Synthesis. Journal of Neuroscience, 25(8), 2070–2080. https://doi.org/10.1523/jneurosci.4163-04.2005
Izquierdo, I. (1989). Memórias. Estudos Avançados, 3(6), 89–112. https://doi.org/10.1590/S0103-40141989000200006
Izquierdo, I. A., Myskiw, J. de C., Benetti, F., & Furini, C. R. G. (2013). Memória: tipos e mecanismos – achados recentes. Revista USP, (98), 9-16. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i98p9-16
Izquierdo, I., & Medina, J. H. (1993). Role of the amygdala, hippocampus and entorhinal cortex in memory consolidation and expression. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 26(6), 573–589. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7504967/
Izquierdo, I., Cammarota, M., Ryff, M., & Bevilaqua, L. R. (2004). The inhibition of acquired fear. Neurotoxicity Research, 6(3), 175–188. https://doi.org/10.1007/bf03033220
Jenkins, J. S. (2001). The Mozart effect. Journal of the Royal Society of Medicine, 94(4), 170–172. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1281386/
Kim, J., & Fanselow, M. (1992). Modality-specific retrograde amnesia of fear. Science, 256(5057), 675–677. https://doi.org/10.1126/science.1585183
Larice Feitosa Costa. (2021). Ação neuroprotetora da sonata de Mozart na aprendizagem e memória de ratos expostos à hipóxia cerebral. https://doi.org/10.26512/2016.06.d.21616
Maren, S., & Holmes, A. (2015). Stress and Fear Extinction. Neuropsychopharmacology, 41(1), 58–79. https://doi.org/10.1038/npp.2015.180
Matsuda, S., Matsuzawa, D., Ishii, D., Tomizawa, H., & Shimizu, E. (2014). Effects of memory age and interval of fear extinction sessions on contextual fear extinction. Neuroscience Letters, 578, 139–142. https://doi.org/10.1016/j.neulet.2014.06.054
Meng, B., Zhu, S., Li, S., Zeng, Q., & Mei, B. (2009). Global view of the mechanisms of improved learning and memory capability in mice with music-exposure by microarray. Brain Research Bulletin, 80(1-2), 36–44. https://doi.org/10.1016/j.brainresbull.2009.05.020
Quirk, G. J. (2002). Memory for Extinction of Conditioned Fear Is Long-lasting and Persists Following Spontaneous Recovery. Learning & Memory, 9(6), 402–407. https://doi.org/10.1101/lm.49602
Ramón, S., Azoulay, L., & M. Mathias-Duval. (1894). Les nouvelles idées sur la structure du système nerveux: chez l’homme et chez les vertébrés /. https://doi.org/10.5962/bhl.title.48561
Rauscher, F. H., Robinson, K. D., & Jens, J. J. (1998). Improved maze learning through early music exposure in rats. Neurological Research, 20(5), 427–432. https://doi.org/10.1080/01616412.1998.11740543
Sanyal, T., Kumar, V., Nag, T. C., Jain, S., Sreenivas, V., & Wadhwa, S. (2013). Prenatal Loud Music and Noise: Differential Impact on Physiological Arousal, Hippocampal Synaptogenesis and Spatial Behavior in One Day-Old Chicks. PLoS ONE, 8(7), e67347. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0067347
Serota, R. G. (1971). Acetoxycycloheximide and transient amnesia in the rat. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 68(6), 1249–1250. https://doi.org/10.1073/pnas.68.6.1249
Xing, Y., Qin, Y., Jing, W., Zhang, Y., Wang, Y., Guo, D., Xia, Y., & Yao, D. (2015). Exposure to Mozart music reduces cognitive impairment in pilocarpine-induced status epilepticus rats. Cognitive Neurodynamics, 10(1), 23–30. https://doi.org/10.1007/s11571-015-9361-1
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ísis Beatriz Castro Veloso Rodrigues; Giovanna Leone Silva Guedes; Rodolfo Souza de Faria

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.