Jejunocecostomia latero-lateral com grampeadores como tratamento cirúrgico de intussuscepção ileocecal em égua crioula de 6 anos de idade
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48334Palavras-chave:
Cólica; Intussuscepção; Jejunocecostomia; Grampeadores Gastrointestinais.Resumo
A síndrome cólica é uma comum e perigosa afecção que provoca desconforto abdominal nos equinos, cuja resolução pode ser clínica ou cirúrgica, decorrente de um conjunto de possíveis alterações. Entre elas está a intussuscepção, em que um segmento intestinal - o intussuscepto - é envolvido por um segmento aboral adjacente - o intussuscipiente. A evolução do quadro provoca isquemia e necrose das alças intestinais envolvidas, justificando a importância do diagnóstico e da resolução precoces. Quando envolve o íleo e faz-se necessária sua completa ressecção, a jejunocecostomia é a técnica cirúrgica recomendada para resolução, deixando um coto ileal remanescente e criando um novo orifício ileocecal. Este trabalho tem o objetivo de relatar o caso de uma égua, Crioula, 6 anos de idade que foi diagnosticada presuntivamente através dos achados clínicos e ultrassonográficos (formação do "olho de touro"), com uma intussuscepção aguda, confirmando-se a suspeita durante a celiotomia exploratória à qual foi encaminhada precocemente. A anastomose do ceco à extremidade resseccionada do jejuno, deu-se por meio de grampeadores gastrointestinais. A cirurgia foi bem sucedida e a paciente recebeu alta hospitalar, sem complicações, 7 dias após o procedimento, retornando posteriormente às suas atividades de forma satisfatória. O presente trabalho reforça o impacto do tempo entre atendimento e resolução no prognóstico dos pacientes com cólica, graças aos prejuízos progressivos, tanto locais como sistêmicos, provocados por essa síndrome.
Referências
Barton, M. H., & Peroni, J. F. (2019). Systemic inflammatory response. In Equine Surgery (pp. 14–27). Elsevier.
Brown, J. A., Holcombe, S. J., Southwood, L. L., Byron, C. R., Embertson, R. M., & Hauptmann, J. G. (2015). End-to-side versus side-to-side jejunocecostomy in horses: A retrospective analysis of 150 cases: End-to-side versus side-to-side jejunocecostomy in horses. Veterinary Surgery: VS, 44(4), 527–533. https://doi.org/10.1111/j.1532-950X.2014.12256.x
Cook, V. L., Blikslager, A. T., & Marshall, J. F. (2019). Principles of intestinal injury and determination of intestinal viability. In Equine Surgery (pp. 529–536). Elsevier.
Ducharme, N. G., Hackett, R. P., Ducharme, G. R., & Long, S. (1983). Surgical treatment of colic results in 181 horses. Veterinary Surgery: VS, 12(4), 206–209. https://doi.org/10.1111/j.1532-950x.1983.tb00745.x
Dunkel, B., Buonpane, A., & Chang, Y.-M. (2017). Differences in gastrointestinal lesions in different horse types. The Veterinary Record, 181(11), 291–291. https://doi.org/10.1136/vr.104098
Edwards, G. B. (1981). Obstruction of the ileum in the horse: a report of 27 clinical cases. Equine Veterinary Journal, 13(3), 158–166. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1981.tb03474.x
Edwards, G. B. (1986a). Resection and anastomosis of small intestine: current methods applicable to the horse. Equine Veterinary Journal, 18(4), 322–330. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1986.tb03642.x
Edwards, G. B. (1986b). Surgical management of intussusception in the horse. Equine Veterinary Journal, 18(4), 313–321. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1986.tb03640.x
Ford, T. S., Freeman, D. E., Ross, M. W., Richardson, D. W., Martin, B. B., & Madison, J. B. (1990). Ileocecal intussusception in horses: 26 cases (1981-1988). Journal of the American Veterinary Medical Association, 196(1), 121–126.
Freeman, D. (2009). Small Intestinal Resection and Anastomosis. In Equine Acute Abdomen (pp. 537–554). Teton NewMedia.
Freeman, D. E., Hammock, P., Baker, G. J., Goetz, T., Foreman, J. H., Schaeffer, D. J., Richter, R.-A., Inoue, O., & Magid, J. H. (2000). Short‐ and long‐term survival and prevalence of postoperative ileus after small intestinal surgery in the horse. Equine Veterinary Journal, 32(S32), 42–51. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.2000.tb05333.x
Freeman, D. E., Schaeffer, D. J., & Cleary, O. B. (2014). Long-term survival in horses with strangulating obstruction of the small intestine managed without resection: Non-resection of strangulated small intestine. Equine Veterinary Journal, 46(6), 711–717. https://doi.org/10.1111/evj.12216
Freeman, David E. Does jejunocecostomy deserve its bad reputation? (2008). American College of Veterinary Surgery Symposium. 70–72.
Freeman, David E. (2019). Jejunum and ileum. In Equine Surgery (pp. 536–575). Elsevier.
Freeman, David E., & Schaeffer, D. J. (2010). Comparison of complications and long-term survival rates following hand-sewn versus stapled side-to-side jejunocecostomy in horses with colic. Journal of the American Veterinary Medical Association, 237(9), 1060–1067. https://doi.org/10.2460/javma.237.9.1060
Giusto, G., Cerullo, A., & Gandini, M. (2024). Anastomotic techniques for small intestinal obstruction in horses. A scoping review. Equine Veterinary Journal, 56(6), 1103–1114. https://doi.org/10.1111/evj.14076
Greet, T. R. (1992). Ileal intussusception in 16 young thoroughbreds. Equine Veterinary Journal, 24(2), 81–83. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1992.tb02787.x
Hackett, E. S. (2013). Specific causes of colic. In Practical Guide to Equine Colic (pp. 204–229). John Wiley & Sons, Inc,.
Haddad, R., Corraretti, G., Simon, O., Mair, T., Sutton, A. G., & Kelmer, G. (2022). Small intestinal intussusception in horses: Multicentre retrospective report on 26 cases (2009‐2020). Equine Veterinary Education, 34(12). https://doi.org/10.1111/eve.13604
Kümmerle, J. M. (2019). Suture materials and patterns. Em Equine Surgery (p. 255–280). Elsevier.
MacDonald, M. H., Pascoe, J. R., Stover, S. M., & Meagher, D. M. (1989). Survival after small intestine resection and anastomosis in horses. Veterinary Surgery: VS, 18(6), 415–423. https://doi.org/10.1111/j.1532-950x.1990.tb01116.x
Marshall, J. F., & Blikslager, A. T. (2019). Colic. In Equine Surgery (pp. 521–528). Elsevier.
Morton, A. J., & Blikslager, A. T. (2002). Surgical and postoperative factors influencing short-term survival of horses following small intestinal resection: 92 cases (1994-2001). Equine Veterinary Journal, 34(5), 450–454. https://doi.org/10.2746/042516402776117700
Nelson, B. B., & Brounts, S. H. (2012). Intussusception in horses. Compendium (Yardley, PA), 34(7), E4.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Proudman, C. J. (1992). A two year, prospective survey of equine colic in general practice. Equine Veterinary Journal, 24(2), 90–93. https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1992.tb02789.x
Proudman, C. J., Edwards, G. B., & Barnes, J. (2007). Differential survival in horses requiring end-to-end jejunojejunal anastomosis compared to those requiring side-to-side jejunocaecal anastomosis. Equine Veterinary Journal, 39(2), 181–185. https://doi.org/10.2746/042516407x171354
Proudman, C. J., Smith, J. E., Edwards, G. B., & French, N. P. (2002). Long-term survival of equine surgical colic cases. Part 2: modelling postoperative survival. Equine Veterinary Journal, 34(5), 438–443. https://doi.org/10.2746/042516402776117881
Röcken, M., & Ross, M. W. (1994). A comparative study of end to side jejunocecostomie and side to side jejunocecostomie. Pferdeheilkunde, 10(5), 311–315. https://doi.org/10.21836/pem19940503
Rötting, A. K. (2017). Small Intestinal Resection and Anastomosis. In The Equine Acute Abdomen (pp. 581–596). John Wiley & Sons, Inc.
Rudnick, M. J., Denagamage, T. N., & Freeman, D. E. (2022). Effects of age, disease and anastomosis on short- and long-term survival after surgical correction of small intestinal strangulating diseases in 89 horses. Equine Veterinary Journal, 54(6), 1031–1038. https://doi.org/10.1111/evj.13558
Sanchez, L. C. (2018). Disorders of the gastrointestinal system. In Equine Internal Medicine (pp. 709–842). Elsevier.
Southwood, L. L. (2023). Early identification of intestinal strangulation: Why it is important and how to make an early diagnosis. The Veterinary Clinics of North America. Equine Practice, 39(2), 211–227. https://doi.org/10.1016/j.cveq.2023.03.007
Stewart, S., Southwood, L. L., & Aceto, H. W. (2014). Comparison of short- and long-term complications and survival following jejunojejunostomy, jejunoileostomy and jejunocaecostomy in 112 horses: 2005-2010: Survival and complications associated with small intestinal resection and anastomosis. Equine Veterinary Journal, 46(3), 333–338. https://doi.org/10.1111/evj.12143
Toassi, R. F. C. & Petry, P. C. (2021). Metodologia científica aplicada à área da saúde. (2.ed.). Editora da UFRGS
White, N. A., Elward, A., Moga, K. S., Ward, D. L., & Sampson, D. M. (2005). Use of web-based data collection to evaluate analgesic administration and the decision for surgery in horses with colic. Equine Veterinary Journal, 37(4), 347–350. https://doi.org/10.2746/0425164054529391
White, N. A., II. (2017). Decision for surgery and referral. In The Equine Acute Abdomen (pp. 285–288). John Wiley & Sons, Inc.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Júlia Girardi Townsend; Rafaela Amestoy de Oliveira; Manuela Tondin; Júlia Abas Andrade

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.