A massa e a força muscular estão associadas a menor sintomatologia de COVID Longa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48578Palavras-chave:
Reabilitação; Composição corporal; Síndrome de COVID-19 pós-aguda; Força muscular.Resumo
Introdução. A COVID longa refere-se à persistência de sintomas mesmo após a recuperação aguda da COVID-19. Contudo, a associação de variáveis antropométricas e funcionais com os sintomas da COVID longa não são claras. Objetivo: correlacionar peso, gordura corporal, massa muscular, força e função com um escore de prevalência e gravidade dos sintomas da COVID longa. Métodos: Estudo transversal. Dezessete participantes adultos (29,5 ± 7,1 kg/m2) foram submetidos a avaliações da composição corporal, força e função física, e responderam um questionário de prevalência e severidade de sintomas. As variáveis foram correlacionadas e os participantes foram comparados usando a mediana do escore de sintomas de Covid longa. Resultados: a percentagem de massa muscular (r = -0,52) e a espessura do bíceps (r = -0,54) correlacionaram-se negativamente com a pontuação dos sintomas, enquanto a gordura corporal (r = 0,56) e o IMC (r = 0,59) se correlacionaram positivamente (P <0,05). Participantes abaixo da mediana da pontuação dos sintomas apresentaram maior massa muscular (30,5 ± 5,5 vs 23,3 ± 3,9%), espessura do bíceps (26,3 ± 4,2 vs 21,2 ± 4,2mm), força relativa (1,28 ± 0,3 vs 0,96 ± 0.3 UA) e desempenho no teste de sentar e levantar (9,7 ± 2,1 vs 12,3 ± 2,4 s), bem como menor gordura corporal (32,0 ± 7,6 vs 45,8 ± 9,4%) e IMC (25,6 ± 4,0 vs 33,1 ± 7,4 kg/m2), respectivamente. Conclusões: os participantes que têm uma melhor composição corporal, maior força e capacidade física apresentam uma menor prevalência e intensidade dos sintomas de COVID longa.
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