Resíduos sólidos industriais: compósito com resíduos de plástico reforçado com fibra de vidro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7136Palavras-chave:
Reciclagem; Comportamento mecânico; PRFV; Degradação ambiental.Resumo
A utilização dos compósitos poliméricos, pela indústria, se dá pela sua leveza e versatilidade em adaptarem-se a designs complexos. No entanto podem ser geradores de resíduos de difícil reciclagem, que muitas vezes são colocados em aterros sanitários, o que causa a necessidade de ações que venham minimizar a quantidade desses resíduos gerados. Diante disso, esse trabalho visa avaliar a resposta mecânica e física do compósito de fibra de vidro-E com a matriz poliéster, quando incorporado resíduo gerado de plástico reforçado por fibras de vidro (PRFV). Para tanto, foram fabricadas, mediante laminação manual, três placas, todas produzidas em vidro-E/poliéster, porém, em duas delas foram incorporados, em peso de resina, 10% e 15% dos resíduos de PRFV. Os ensaios de densidade, de umidade, de tração uniaxial e de flexão em três pontos foram realizados com base nas normas ASTM D792, ASTM D5259, ASTM D3039 e ASTM D790, respectivamente, buscando a caracterização e a avaliação da resposta mecânica após inserção dos resíduos no compósito. Os resultados demostraram que as amostras com resíduo absorveram mais umidade e tornaram-se mais leves. No entanto, houve uma perda da resistência mecânica, tanto na tração como na flexão, para as duas composições com resíduos adicionados, em comparação com amostras do compósito sem resíduo. Porém, a característica da fratura se deu de forma semelhante para os três compósitos avaliados. Destaca-se que as perdas nas propriedades não inviabilizam o uso dos resíduos nesses compósitos, uma vez se conhecendo as solicitações mecânicas e as condições de serviços em que serão expostos.
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