Qualidade sensorial e propriedades físico-químicas de raízes de mandioca em função dos níveis tecnológicos de manejo e épocas de colheita
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18849Palavras-chave:
Manihot esculenta Crantz; Proteína; Aceitação sensorial; Fertilidade do solo.Resumo
As práticas de manejo utilizadas pelos agricultores nas lavouras de mandioca e a relação com a qualidade sensorial e as características físico-químicas das raízes da mandioca ainda são incipientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produtividade, qualidade sensorial e propriedades físico-químicas das raízes da mandioca em diferentes épocas de colheita e níveis tecnológicos de manejo. O estudo foi realizado em Santa Maria, RS, Brasil, e as práticas de manejo empregadas no experimento de campo corresponderam aos níveis tecnológicos baixo, médio e alto utilizados pelos agricultores do sul do Brasil. Foi utilizada a cultivar “Vassourinha” e as raízes foram colhidas no sexto, no sétimo e no oitavo mês após o plantio. Foi determinada a produtividade, a composição físico-química das raízes (matéria seca, proteína, lipídio, cinza, fibra total, amido resistente e amido total) e realizada a análise sensorial das raízes. Os níveis tecnológicos não influenciaram na produtividade das raízes e aumentaram com o atraso da safra. Houve aumento da proteína em alto nível tecnológico e o maior teor de amido foi encontrado nas raízes colhidas no sétimo mês. A aceitação sensorial das raízes mostrou maior aceitabilidade no sexto e sétimo mês após o plantio, sendo preferidas raízes de alto nível tecnológico. Com base nos resultados, a influência das práticas de manejo na composição nutricional das raízes representa um aspecto importante para avaliar o potencial das raízes para serem consumidas ou utilizadas em processos industriais.
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