Fragilidades no cuidado em saúde mental: percepções de profissionais da Atenção Primária à Saúde em tempos de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20456Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Saúde Mental; Profissionais de Saúde; Assistência à Saúde Mental; COVID-19.Resumo
Objetivo: analisar a percepção dos profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde, acerca das fragilidades relacionadas ao cuidado em saúde mental em seu cotidiano de trabalho, e identificar propostas para qualificar a assistência a esta demanda, em meio à pandemia ocasionada pela COVID-19. Método: pesquisa-ação, desenvolvida em um município ao norte do Rio Grande do Sul, Brasil, cujos participantes foram profissionais de uma Unidade Básica de Saúde. As informações foram produzidas em dezembro de 2020, por meio de roda de conversa. O tratamento dos dados foi guiado pela análise de conteúdo. Resultados: As fragilidades no cuidado envolveram principalmente, o tratamento a base de psicotrópicos, a assistência inadequada às crianças e adolescentes em vulnerabilidade social no período da pandemia por COVID-19 e aos usuários em sofrimento mental e suas famílias. A educação permanente, o desenvolvimento de ações de saúde mental à população e o cuidado integral, emergiram como propostas para qualificar a assistência. Conclusão: identificou-se ser necessária uma reestruturação urgente do cuidado em saúde mental na Atenção Primária à Saúde, principalmente devido ao risco a que estão expostas algumas pessoas, com o uso inadequado de psicotrópicos. Compreende-se que o enfermeiro, ao possuir competências adequadas (conhecimentos, habilidades e atitudes), pode através de seu conhecimento e atuação nas equipes de ESF, contribuir para a qualificação da assistência em saúde mental na APS.
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