Eficácia da histeroscopia diagnóstica em mulheres na pós menopausa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25454Palavras-chave:
Ultrassonografia; Histeroscopia; Menopausa.Resumo
A histeroscopia diagnóstica é o método padrão-ouro na avaliação endometrial, pois permite visualização direta de toda cavidade uterina, possibilitando a identificação de patologias e biópsia de lesões suspeitas. Avaliar a eficácia da histeroscopia diagnóstica em mulheres na pós-menopausa. Estudo transversal analítico, desenvolvido no Hospital Universitário da UFPI. A amostra foi constituída por 188 pacientes que realizaram histeroscopia diagnóstica no período de setembro de 2014 a setembro de 2017. A histeroscopia foi comparada com a ultrassonografia e anatomopatológico. Foram calculadas estatísticas uni e bivariadas. A idade média das pacientes foi 59,6 ±7,7 anos, com tempo de menopausa médio de 11,2 ± 8 anos. A histeroscopia apresentou maior sensibilidade para detecção de pólipo endometrial (91,8%) e maior especificidade na exclusão de hiperplasia (61,4%). A principal indicação do exame foi espessamento endometrial (72,3%) e o achado mais encontrado foi formação polipoide (45,7%). Para as pacientes assintomáticas, a ultrassonografia apresentou sensibilidade de 100% e 100% e especificidade de 10,6% e 36,2% utilizando 5 e 9 mm como cutoff, respectivamente, para o diagnóstico de hiperplasia atípica/câncer de endométrio. Pacientes com hiperplasia atípica ou câncer apresentaram maior espessura do eco endometrial que as demais (p=0,012). Não houve correlação entre tempo de sangramento e câncer de endométrio. A histeroscopia foi eficaz no diagnóstico de pólipos endometriais. A principal indicação do exame foi espessamento endometrial, sendo o principal achado histeroscópico o pólipo endometrial. Um maior limite de espessura do eco endometrial pode ser proposto em pacientes menopausadas assintomáticas para a indicação da histeroscopia diagnóstica.
Referências
ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists). (2009). ACOG Committee Opinion No. 440: The role of transvaginal ultrasonography in the evaluation of postmenopausal bleeding. Obstetrics & Gynecology, 114, 409–411.
Accorsi Neto, A., Gonçalves, W., Mancini, S., Soares Junior, J., Haidar, M., Lima, G., et al. (2003). Comparação entre a histerossonografia, a histeroscopia e a histopatologia na avaliação da cavidade uterina de mulheres na pós-menopausa. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 25, 667-72.
American Cancer Society (2017). Cancer Facts & Figures. Atlanta: American Cancer Society, p. 29.
Baracat, E. C., Soares Júnior, J. M., Haidar, M. A., & de Lima, G. R. (2003). Aspectos reprodutivos no climatério. In C .E. Fernandes (Eds.), Menopausa: diagnóstico e tratamento (1st ed., p.125-129). Segmento.
Berek, J. S. (2014). Tratado de Ginecologia (15th ed). Guanabara Koogan.
Borges P. (2019). Correlação ultrassonográfica e histeroscópica no diagnóstico de pólipos endometriais em mulheres na pós-menopausa [Tese, Faculdade de Medicina de Botucatu].
Branco, H. K. M. S. M. C., Depes, D. B., Baracat, F. F., Lippi, U. G., Takahashi, W. H., & Lopes, R. G. C. (2008). Achados histeroscópicos em pacientes na pós-menopausa com espessamento endometrial à ultra-sonografia. Einstein, 6 (3), 287-292.
Breijer, M., Peeters, J., Opmeer, B., Clark, T., Verheijen, R., Mol, B., et al. (2012). Capacity of endometrial thickness measurement to diagnose endometrial carcinoma in asymptomatic postmenopausal women: a systematic review and meta-analysis. Ultrasound in Obstetrics & Gynecology, 40 (6), 621-629.
Burbos, N., Musonda, P., Giarenis, I., Shiner, A., Giamougiannis, P., Morris, E., et al. (2010). Predicting the risk of endometrial cancer in postmenopausal women presenting with vaginal bleeding: the Norwich DEFAB risk assessment tool. British Journal of Cancer. 102 (8), 1201-1206.
Campaner, A., Piato, S., Ribeiro, P., Aoki, T., Nadais, R., & Prado, R. (2004). Achados histeroscópicos em mulheres na pós-menopausa com diagnóstico de espessamento endometrial por ultra-sonografia transvaginal. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 26 (1), 53-58.
Costa, H. L. F. F., & Costa, L. O. B. F. (2008). Histeroscopia na menopausa: análise das técnicas e acurácia do método. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 30 (10), 524-530.
Donadio, N., Albuquerque, Neto, L. (2001). Consenso brasileiro em videoendoscopia ginecológica. São Paulo: FEBRASGO.
Elfayomy, A., Habib, F., & Alkabalawy, M. (2012). Role of hysteroscopy in the detection of endometrial pathologies in women presenting with postmenopausal bleeding and thickened endometrium. Archives of Gynecology and Obstetrics. 285 (3), 839- 843.
Gambacciani, M., Monteleone, P., Ciaponi, M., Sacco, A., & Genazzani, A. (2004). Clinical usefulness of endometrial screening by ultrasound in asymptomatic postmenopausal women. Maturitas, 48 (4), 421-424.
INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva). (2015). Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. INCA, p. 49-50.
Labastida, R. N. (1990). Tratato y atlas de histeroscopia (1st ed). Salvat.
Lo, K., & Yuen, P. (2000). The Role of Outpatient Diagnostic Hysteroscopy in Identifying Anatomic Pathology and Histopathology in the Endometrial Cavity. The Journal of the American Association of Gynecologic Laparoscopists, 7(3), 381-385.
Machado, M., Pina, H., & Matos, E. (2003). Acurácia da histeroscopia na avaliação da cavidade uterina em pacientes com sangramento uterino pós-menopausa. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 25 (4), 237-241.
Metello, J., Relva, A., Milheras, E., & Colaço, J. (2008). Eficácia diagnóstica da histeroscopia nas metrorragias pós-menopausa. Acta Médica Portuguesa, 21 (5), 483-488.
Pop-Trajkovic-Dinic, S., Ljubic, A., Kopitovic, V., Antic, V., Stamenovic, S., & Trninic-Pjevic, A. (2013). The role of hysteroscopy in diagnosis and treatment of postmenopausal bleeding. Vojnosanitetski pregled. 70 (8), 747-750.
Sarvi, F., Alleyassin, A., Aghahosseini, M., Ghasemi, M., & Gity, S. (2016). Hysteroscopy: A necessary method for detecting uterine pathologies in post-menopausal women with abnormal uterine bleeding or increased endometrial thickness. Journal of Turkish Society of Obstetric and Gynecology, 13 (4), 183-188.
Silva D. (2015). Comparação entre os achados ecográficos, histeroscópicos e o anatomopatológico de pacientes pós menopausa encaminhadas para o ambulatório de histeroscopia [Tese, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre].
Smith-Bindman, R., Weiss, E., & Feldstein, V. (2004). How thick is too thick? When endometrial thickness should prompt biopsy in postmenopausal women without vaginal bleeding. Ultrasound in Obstetrics and Gynecology. 24 (5),558-565.
Takacs, P., De Santis, T., Nicholas, M., Verma, U., Strassberg, R., Duthely, L. (2005). Echogenic Endometrial Fluid Collection in Postmenopausal Women Is a Significant Risk Factor for Disease. Journal of Ultrasound in Medicine, 24 (11), 1477-1481.
Tinelli, R., Tinelli, F. G., Cicinelli, E., Malvasi, A., & Tinelli, A. (2008). The role of histeroscopy with eye-directed biopsy in postmenopausal women with uterine bleeding and endometrial atrophy. Menopause, 15 (4), 737-42.
Topçu, H., Taşdemir, Ü., İslimye, M., Bayramoğlu, H., & Yılmaz N. (2015). The clinical significance of endometrial fluid collection in asymptomatic postmenopausal women. Climacteric. 18 (5), 733-736.
World Health Organization. (2017). World Health Organization Statistics Information System. WHO.
Worley, M., Dean, K., Lin, S., Caputo, T., & Post, R. (2011). The significance of a thickened endometrial echo in asymptomatic postmenopausal patients. Maturitas, 68 (2), 179-181.
Yela, D. A., Ravacci, S. H., Monteiro, I. M. U., Pereira, K. C. H. M., & Gabiatti, J. R. E. (2009). Comparação do ultrassom transvaginal e da histeroscopia ambulatorial no diagnóstico das doenças endometriais em mulheres menopausadas. Revista da Associação Médica Brasileira, 55 (5), 553-556.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Monalisa Cavalcante de Carvalho; Marta Alves Rosal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.