Conhecimento de manipuladores de açaí antes e após ação educativa sobre os fatores desencadeantes da doença de chagas no município de Ponta de Pedras - Pará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29811Palavras-chave:
Doença de Chagas; Açaí; Ensino; Educação permanente.Resumo
A Doença de Chagas (DC) é uma doença infecciosa, conhecida também por tripanossomíase americana, chaguismo ou, como é chamada popularmente, “doença do coração crescido”. É causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, cujo vetor é triatomíneo hematófago. No Brasil, predominam casos crônicos da doença devido a contaminações de décadas passadas, porém em 2006, o país recebeu a certificação internacional da interrupção da transmissão vetorial. Sendo, atualmente, a via oral a principal via de transmissão pela ingestão de alimentos contaminados (caldo de cana, açaí, bacaba, entre outros). O objetivo desse estudo foi verificar os conhecimentos dos manipuladores de açaí antes e após ação educativa sobre os fatores desencadeantes da doença de chagas no município de Ponta de Pedras no Estado do Pará, além de traçar seus perfis sociodemográficos. Trata-se de uma pesquisa descritiva de cunho exploratório e de abordagem qualitativa por meio de análise dos aspectos sociodemográficos e culturais, nos padrões de respostas dos manipuladores de açaí. Bem como de abordagem quantitativa por meio de coleta de dados. Foram entrevistados dez manipuladores de açaí dos quais 50% possuem apenas o ensino médio completo, no quesito idade 50% estão entre 37 - 46 anos e 30% têm em média 20 – 29 anos de profissão. Foi detectado também um déficit de conhecimento sobre a DC para o desempenho de suas funções antes da ação educativa. Constatou-se que após o treinamento ocorreu uma melhora do conhecimento e até um interesse em futuras capacitações sobre o tema. Conclui-se então que o planejamento de capacitações ou atualizações por meio de palestras ou outras estratégias, voltadas para esses trabalhadores poderiam minimizar os casos subnotificados e até os casos mais graves da doença, evitando assim uma sobrecarga nos serviços de saúde da região e um melhor controle da endemia.
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