Fronteiras de si: as narrativas e a experiência docente
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35205Palavras-chave:
Narrativas (auto)biográficas; Sujeito biográfico; Narrativas de si; Diários de classe.Resumo
Esse estudo busca analisar diários de classe escritos por uma das autoras durante os anos de 2014 e 2015 durante a disciplina de Estágio Supervisionado em Letras Inglês na Universidade Federal de Santa Maria. Os escritos narram o cotidiano escolar a cada encontro na escola da professora como regente de uma turma de sexto ano do ensino fundamental em uma escola pública durante sua primeira experiência como professora. Essa pesquisa tem como objetivo refletir sobre o processo (auto) biográfico na formação docente e os reflexos da documentação, divulgação e leitura de narrativas privadas. Tendo como método a abordagem qualitativa de cunho (auto) biográfico, as narrativas foram analisadas por meio de apreciação semântica e agrupadas em categorias, chamadas de cenários formativos, através das recorrências no discurso. Foram identificadas quatro categorias: a família, a política e a ideologia, a frustração e as mazelas sociais. A pesquisa está aportada teoricamente nos estudos de Bertaux (2010), Ferraroti (2014), Larossa (2008), Passeggi (2011) e Rodrigues e Prado (2015), entre outros. Contatou-se que as narrativas de si têm função reflexiva e formadora para pesquisadores, sujeitos e leitores de pesquisa, e que essa formação tem caráter não linear e intermitente ao longo das trajetórias pessoais e profissionais. Compreendeu-se também que documentos confessionais, mais do que uma representação singular de um único sujeito, tem também valor histórico social ao versar sobre um determinado espaço/tempo e contexto. Assim, verificou-se que narrativas de si tem potencial para consolidarem-se como conhecimento acadêmico transformando em teoria vivências e experiências narradas pelo sujeito.
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