Cinética de secagem das amêndoas de cupuaçu cultivadas na Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.44938Palavras-chave:
Theobroma grandiflorum; Modelagem matemática; Teor de água.Resumo
No Brasil, o cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum.) é uma das frutas tropicais mais importantes na região amazônica. O estado do Pará é o principal produtor da Região Norte, com produção de 29 mil toneladas. No entanto, as amêndoas de cupuaçu passam por várias etapas antes do armazenamento, sendo a secagem a mais importante. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar a cinética de secagem, o teor de água inicial e final, a taxa de secagem, bem como ajustar modelos matemáticos aos dados experimentais, para indicar a melhor temperatura em função do tempo de secagem em protótipo de silo secador vertical de leito fixo com ar induzido forçado, submetidas às temperaturas de 55°C, 65°C e 75ºC. Para determinar a cinética de secagem, as amêndoas foram periodicamente pesadas até atingirem o equilíbrio para medir a perda de água. Com base nos dados experimentais de secagem, os valores da razão de umidade foram determinados e posteriormente aplicados a diferentes modelos matemáticos. As médias de teor de água inicial das amêndoas para ambas as temperaturas foram maiores que 50%, enquanto que nas médias finais para as temperaturas de 55°C, 65°C e 75°C foram sequencialmente de 13,8%, 7,25% e 6,51%. As taxas de secagem foram de 3,1%, 3,4% e 3,8%, respectivamente. O modelo de Henderson e Pabis modificado apresentou o melhor ajuste aos dados experimentais. Todas as temperaturas foram eficientes em relação ao tempo de secagem. As amêndoas secas podem ser utilizadas na fabricação de alimentos.
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