Reconstrução após Ressecção de Fibroma Cemento-Ossificante em Maxila: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48258Palavras-chave:
Fibroma Ossificante; Fibroma Cemento-Ossificante; Neoplasias Benignas; Maxila.Resumo
O Fibroma Cemento-Ossificante (FCO), incluído entre as Lesões Fibro-Ósseas (LFO), é também considerado uma neoplasia odontogênica benigna de origem mesenquimal e apresenta um significativo potencial de crescimento. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de tratamento de FCO em maxila e sua evolução clínica pós-operatória. Paciente do sexo masculino, 20 anos de idade, apresentando tumefação em face, com tempo de evolução de aproximadamente 1 ano, de posse de um laudo de LFO, oriundo de uma biópsia realizada na faculdade de odontologia da Univerdade Federal do Ceará, campus Sobral. Ao exame físico extra-oral, foi observado aumento de volume na maxila direita, de consistência firme. A oroscopia, revelou discreta expansão vestibular em fundo de sulco maxilar ipsilateral além de ausência de mobilidade e ulceração. Os exames de imagem mostraram uma lesão de característica mista, bem circunscrita, estendendo-se de canino ao primeiro molar do lado direito. Após a correlação dos dados clínicos, imaginológicos e histopatológicos concluiu-se que se tratava de um FCO. O tratamento cirúrgico foi realizado sob anestesia geral, por meio de acesso intra-oral, ressecção com margem de segurança e reconstrução do defeito ósseo por meio de uma tela de titânio recoberta por um retalho pediculado da porção bucal do corpo adiposo de Bichat. Atualmente o paciente evolui com 2 anos de pós-operatório, sem queixas ou sinais de recidiva, e reabilitado com prótese parcial removível. A distinção entre o FCO e as LFO exige um diagnóstico preciso para conduzir o tratamento. Ambas apresentam semelhanças histológicas e uma variedade de achados clínicos e radiográficos. Sendo essencial uma avaliação detalhada para garantir um diagnóstico correto e um tratamento adequado.
Referências
Amaral, M. P. D., Dib, J. E., Carlotto, N. R. D. S., Dib, M. B. E., Dib, V. B. E., & Carvalho, V. A. (2022). Fibroma ossificante juvenil trabecular: Relato de caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, 51, 51–57.
Barnes, L., Eveson, J. W., Reichart, P., & Sidransky, D. (2005). Pathology and genetics of head and neck tumours (3rd ed., 430 p.). Lyon, France: IARC Press.
Baumann, A., & Ewers, R. (2000). Application of the buccal fat pad in oral reconstruction. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, 58(4), 389–392.
Cardoso, L. I. S., et al. (2021). Cranioplastia de frontal com malha de titânio após craniectomia descompressiva. Jornal de Ciências da Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, 4(2), 26–34.
Chidzonga, M., Sunhwa, E., & Makunike-Mutasa, R. (2023). Ossifying fibroma in the maxilla and mandible: A case report with a brief literature review. Cureus, 15(1), Article e34257.
Guclu, D., Ayyildiz, V., Unlu, E. U., & Ogul, H. (2023). Cemento-ossifying fibroma with cerebral involvement. Ear, Nose & Throat Journal.
Hameed, M., Horvai, A. E., & Jordan, R. C. K. (2020). Soft tissue special issue: Gnathic fibro-osseous lesions and osteosarcoma. Clinical Research in Oncology, 146(1), 1–10.
Hombal, A. G., Hegde, K. K., & Narvekar, V. N. (2007). Cemento-ossifying fibroma of mandible. Australasian Radiology, 51(Suppl. 1), B176–B179.
Kaur, T., Dhawan, A., Bhullar, R. S., & Gupta, S. (2021). Cemento-ossifying fibroma in the maxillofacial region: A series of 16 cases. Journal of Maxillofacial and Oral Surgery, 20(2), 240–245.
Kramer, I. R. H., Pindborg, J. J., & Shear, M. (1992). The WHO histological typing of odontogenic tumours: A commentary on the second edition. Cancer, 70(12), 2988–2994.
MacDonald, D. S. (2021). Classification and nomenclature of fibro-osseous lesions. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, 131(4), 385–389.
Neville, B. W., Damm, D. D., Allen, C. M., & Chi, A. C. (2023). Oral and maxillofacial pathology (5th ed.). St. Louis: Elsevier.
Otaviano, L. T., Statkievicz, C., Gibim, C. H., Furtado, D. R., Matheus, R. A., Stabile, C. L. P., & Stabile, G. A. V. (2020). Tratamento cirúrgico de fibroma ossificante juvenil psamomatoide: Relato de caso clínico. Archives of Health Investigation, 9(2).
Paiva, G., Böing, F., Benaglia, M. B., & Nascimento, A. (2009). Fibroma ossificante: Relato de 2 casos. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, 9(1), 33–40.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Pindborg, J. J., & Kramer, J. R. (1971). Histological typing of odontogenic tumours, jaw cysts and allied lesions. Geneva: World Health Organization.
Porto, D. E., Diniz, J. A., Barbirato, D. S., Silva, T. S., Andrade, R. R. S., & Andrade, E. S. S. (2021). Agreement between clinical-radiographic and histopathological diagnoses in maxillofacial fibro-osseous lesions. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, 21.
Rocha, C. B. S., Cavalcante, M. B., Uchôa, C. P., Silva, E. D. O., & Marcelino, I. M. P. (2020). Bola de Bichat para tratamento de fístula buco-sinusal: Relato de caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, 20(1), 34–38.
Salema, H., Nair, V. S., Sane, V., & Bhosale, N. D. R. (2024). Cemento-ossifying fibroma of the mandible: A case report. Cureus, 16(2).
Schlieve, T., Hull, W., Milord, M., & Rolokythas, A. (2015). Is immediate reconstruction of the mandible with nonvascularized bone graft pathology a viable treatment option? Journal of Oral Maxillofacial Surgery, 73(3), 541–549.
Soluk-Tekkesi̇n, M., & Wright, J. M. (2022). The World Health Organization classification of odontogenic lesions: A summary of the changes of the 2022 (5th) edition. Turkish Journal of Pathology, 38(2), 168–184.
Speight, P. M., & Takata, T. (2017). New tumour entities in the 4th edition of the World Health Organization classification of head and neck tumours: Odontogenic and maxillofacial bone tumours. Virchows Archiv, 472(3), 331–339.
Sridevi, U., Jain, A., Turagam, N., & Prasad, M. D. (2016). Cemento-ossifying fibroma: A case report. Advances in Cancer Prevention, 1(111).
Tabrizi, R., Ozkan, T. B., Mohammadinejad, C., & Minaee, N. (2010). Orbital floor reconstruction. Journal of Craniofacial Surgery, 21(4), 1142–1146.
Toassi, R. F. C. & Petry, P. C. (2021). Metodologia científica aplicada à área da Saúde. 2ed. Editora da UFRGS.
Torul, D., Kahveci, K., Omezli, M. M., Ayranci, F., & Erzurumlu, Z. U. (2019). Cemento-ossifying fibroma of the mandible: Report of a case. Annals of Dental Specialty, 7(1), 12–15.
Vered, M., & Wright, J. M. (2022). Update from the 5th edition of the World Health Organization classification of head and neck tumors: Odontogenic and maxillofacial bone tumours. Head and Neck Pathology, 16(1), 63–75.
Waldron, C. A. (1993). Fibro-osseous lesions of the jaws. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, 51(8), 828–835.
Yang, S., Jee, Y. J., & Ryu, D. M. (2018). Reconstruction of large oroantral defects using a pedicled buccal fat pad. Maxillofacial Plastic and Reconstructive Surgery, 40, 1–5.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vinícius Fernandes Cavalcante; Matheus Sá Vidal; Oliver Sisnando Araújo; Renata Miranda Nogueira; Ana Caroline Cavalcante do Nascimento; Ana Paula Negreiros Nunes Alves; Eduardo Costa Studart Soares

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.