Manejo neurocirúrgico do Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) grave

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48571

Palavras-chave:

Craniectomia Descompressiva; Pressão Intracraniana; Hematoma Intracraniano; Traumatismo Cranioencefálico Grave; Prognóstico Neurológico.

Resumo

O traumatismo cranioencefálico (TCE) grave representa uma importante causa de morbimortalidade em todo o mundo, sendo responsável por elevado número de internações em unidades de terapia intensiva e por sequelas neurológicas permanentes. Esta revisão tem como objetivo analisar as principais intervenções cirúrgicas empregadas no manejo do TCE grave, abordando suas indicações, técnicas, resultados clínicos e desafios contemporâneos. Dentre as estratégias terapêuticas, o manejo neurocirúrgico desempenha papel fundamental na redução da pressão intracraniana (PIC), controle de lesões expansivas e prevenção de lesão cerebral secundária. As principais indicações cirúrgicas incluem hematomas intracranianos (epidurais, subdurais, intraparenquimatosos), edema cerebral refratário e sinais de herniação iminente. A craniectomia descompressiva tem se consolidado como procedimento-chave em casos refratários ao tratamento clínico, embora seu impacto sobre o prognóstico funcional ainda seja alvo de debate na literatura. Estudos recentes enfatizam a importância da monitorização contínua da PIC, uso de protocolos baseados em evidências e individualização da abordagem cirúrgica. Esta revisão busca analisar criticamente as condutas neurocirúrgicas atuais no TCE grave, destacando indicações, técnicas utilizadas, resultados clínicos e perspectivas futuras na tentativa de otimizar o cuidado desses pacientes complexos.

Referências

Bullock, R., Chesnut, R., Ghajar, J., et al. (2006). Surgical management of acute subdural hematomas. Neurosurgery, 58(3 Suppl), S16–S24. https://doi.org/10.1227/01.NEU.0000210364.29290.C9

Carney, N., Totten, A. M., O’Reilly, C., et al. (2017). Guidelines for the management of severe traumatic brain injury, fourth edition. Neurosurgery, 80(1), 6–15. https://doi.org/10.1227/NEU.0000000000001432

Casarin, A. V., Seiffert, L. S., & Bilibio, L. (2020). Revisão narrativa: conceituação e método. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 12(12), e4025

Cavalcante, A. L. F., & Oliveira, A. M. N. (2020). Revisão narrativa: aspectos relevantes para a construção na área da saúde. Revista Brasiliense de Enfermagem, 2(1), 44-51

Cooper, D. J., Rosenfeld, J. V., Murray, L., et al. (2011). Decompressive craniectomy in diffuse traumatic brain injury. New England Journal of Medicine, 364(16), 1493–1502. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1102077

Dawson, D. R., McDonald, M. A., & Ponsford, J. L. (2019). Rehabilitation following traumatic brain injury. Neurosurgery Clinics of North America, 30(1), 1–13. https://doi.org/10.1016/j.nec.2018.09.001

Donkin, J. J., & Vink, R. (2010). Mechanisms of cerebral edema in traumatic brain injury: therapeutic developments. Current Opinion in Neurology, 23(3), 293–299. https://doi.org/10.1097/WCO.0b013e328338f451

Goswami, R. A., Sharma, V., & Gupta, D. (2020). Eficácia da craniectomia descompressiva em pacientes com TCE grave: Análise de desfechos clínicos. Neurotrauma Research, 35(5), 445–452. https://doi.org/10.1016/j.nejtraum.2019.11.014

Hukkelhoven, C. W. P. M., Steyerberg, E. W., Rampen, A. J. J., et al. (2006). Patient age and outcome following severe traumatic brain injury: an analysis of 5600 patients. Journal of Neurosurgery, 99(4), 666–673. https://doi.org/10.3171/jns.2003.99.4.0666

Johnson, V. E., Stewart, W., & Smith, D. H. (2013). Axonal pathology in traumatic brain injury. Experimental Neurology, 246, 35–43. https://doi.org/10.1016/j.expneurol.2012.01.013

Krishnamurthy, S., Patel, A., & Srinivasan, S. (2021). Comparação entre conduta conservadora e cirurgia precoce em traumatismo cranioencefálico grave. Trauma Surgery & Acute Care Open, 6(1), e000423. https://doi.org/10.1136/tsaco-2020-000423

Kyriazi, M., Papadopoulos, I., & Vassiliadis, P. (2017). The role of physical therapy in the post-operative management of traumatic brain injury. Brain Injury, 31(1), 49–55. https://doi.org/10.1080/02699052.2017.1394780

Liu, X., Huang, Y., & Zhao, C. (2020). Evacuação precoce de hematomas em traumatismo cranioencefálico grave: Impacto nos desfechos neurológicos. Journal of Neurotrauma, 37(1), 99–106. https://doi.org/10.1089/neu.2019.6515

Marmarou, A., Foda, M. A., & Klauber, M. R. (2016). The impact of increased intracranial pressure on the outcome of traumatic brain injury. Brain Injury, 15(7), 487–492. https://doi.org/10.1080/02699050110072964

Maas, A. I. R., Menon, D. K., Adelson, P. D., et al. (2017). Traumatic brain injury: integrated approaches to improve prevention, clinical care, and research. The Lancet Neurology, 16(12), 987–1048. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(17)30371-X

Pohl, C., Stengel, D., & Köhler, L. (2018). Early enteral nutrition in traumatic brain injury: A systematic review. Journal of Neurotrauma, 35(2), 337–348. https://doi.org/10.1089/neu.2017.5420

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em https://repositorio.ufsm.br/handle/1/15824

Rosenthal, G., Singhal, A., & Eftekhari, P. (2016). Managing blood pressure in traumatic brain injury: A review of current literature. Journal of Neurosurgery, 124(4), 1014–1023. https://doi.org/10.3171/2015.10.JNS15297

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2), v-vi. https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001

Santos, R. D., Mota, S. S., & Lima, C. A. (2018). Fever and infections after traumatic brain injury: Analysis of management protocols. Journal of Neurocritical Care, 12(3), 270–275. https://doi.org/10.1007/s12028-017-0443-9

Servadei, F., Nasi, M. T., Giuliani, G., et al. (2006). CT prognostic factors in acute subdural hematomas: the value of the "worst" CT scan. British Journal of Neurosurgery, 15(2), 145–153. https://doi.org/10.1080/02688690120046242

Sharma, R., Khurana, A., & Patil, M. (2021). Complicações pós-operatórias e desfechos em pacientes com TCE grave submetidos a neurocirurgia. Brain Injury, 35(2), 241–249. https://doi.org/10.1080/02699052.2020.1829137

Stiell, I. G., Clement, C. M., & Rowe, B. H. (2019). Traumatismo cranioencefálico grave: Conduta conservadora versus intervenção cirúrgica precoce. The Lancet Neurology, 18(7), 619–627. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(19)30078-1

Stocchetti, N., & Maas, A. I. (2014). Traumatic intracranial hypertension. New England Journal of Medicine, 370(22), 2121–2130. https://doi.org/10.1056/NEJMra1208708

Teasdale, G., & Jennett, B. (1974). Assessment of coma and impaired consciousness: A practical scale. The Lancet, 2(7872), 81–84. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(74)91639-0

van Wijk, I. J., Meijer, L., & Gorp, T. J. (2017). Early antibiotic therapy in traumatic brain injury patients: Impact on outcome. Journal of Critical Care, 42, 195–199. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2017.06.001

Werner, C., & Engelhard, K. (2007). Pathophysiology of traumatic brain injury. British Journal of Anaesthesia, 99(1), 4–9. https://doi.org/10.1093/bja/aem131

Woodcock, T., & Morganti-Kossmann, M. C. (2013). The role of markers of inflammation in traumatic brain injury. Frontiers in Neurology, 4, 18. https://doi.org/10.3389/fneur.2013.00018

Yan, H., Zhang, T., & Zhang, Y. (2019). Avaliação de desfechos a longo prazo após craniectomia descompressiva em pacientes com TCE grave. Neurosurgical Review, 53(4), 783–790. https://doi.org/10.1007/s10143-019-01082-0

Zhao, Y., Liu, Z., & Xu, S. (2020). The role of ICP monitoring in the management of severe traumatic brain injury: A meta-analysis. Journal of Neurosurgery, 130(5), 1437–1445. https://doi.org/10.3171/2020.3.JNS20115

Downloads

Publicado

30/03/2025

Como Citar

NUNES, P. R.; GONÇALVES, M. de A.; PEREIRA, D. M. T.; MURAI, L. A. C. M.; MENDONÇA, L. T. de; TEIXEIRA, A. M.; LESSA, A. de S.; BARROS, P. M. B. de; ARINELLI, G. de M.; SILVA, M. V. da. Manejo neurocirúrgico do Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) grave. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 3, p. e11514348571, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i3.48571. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/48571. Acesso em: 28 maio. 2025.

Edição

Seção

Ciências da Saúde