Perfil epidemiológico de lesões autoprovocadas no Estado do Piauí entre 2017 e 2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41124

Palavras-chave:

Perfil Epidemiológico; Ferimentos e Lesões; Saúde; Estatísticas Vitais.

Resumo

Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico das notificações de violência autoprovocada no estado do Piauí no período de 2017 a 2021. Metodologia: Tratou-se de estudo epidemiológico observacional descritivo transversal a partir de dados secundários do Sistema de Agravos de Notificação (SINAN), gerenciados pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI). Foram excluídos os dados que não estão relacionados a lesões autoprovocadas. Além disso, não participaram do estudo dados de outras bases de dados, apenas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Os resultados apontaram que os atendimentos pré-hospitalares as lesões autoprovocadas demonstraram grande demanda por vítimas do sexo feminino, jovens e maior densidade de ocorrência na nas suas residências. Nos anos de 2017 a 2021 as lesões autoprovocadas na região do Piauí totalizaram-se 17.040 casos notificados, sendo o sexo feminino com maiores índices de incidência de notificação totalizando 71,1% e os homens totalizaram 28,9% de prevalência dos casos de lesões autoprovocadas. Os fatores envolvidos são diversos e entre eles os principais são decorrentes do uso de bebida alcoólica, os meios de autolesão mais letais e a mortalidade foram associados ao sexo feminino. Conclusão: Conclui-se que houve um acréscimo das notificações de lesão autoprovocadas, sendo as mulheres, idosos, adultos jovens as principais vítimas. Contudo as subnotificações são ainda um entrave para a vigilância em saúde e para melhor identificação do comportamento suicida.

Referências

Aragão, C. D. M. C. D., & Mascarenhas, M. D. M. (2022). Tendência temporal das notificações de lesão autoprovocada em adolescentes no ambiente escolar, Brasil, 2011-2018. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 31.

Avanci, J. Q., Pinto, L. W., & Assis, S. G. D. (2021). Notificações, internações e mortes por lesões autoprovocadas em crianças nos sistemas nacionais de saúde do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 26, 4895-4908.

Bahia, C. A., Avanci, J. Q., Pinto, L. W., & Minayo, M. C. D. S. (2017). Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 22, 2841-2850. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017

Botega, N. J. (2000). Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Artmed Editora.

Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 37-37.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. (2016). Viva: instrutivo notificação de violência interpessoal e autoprovocada.

Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 67-67.

Alvim, A. L. S., França, R. O., de Assis, B. B., & de Oliveira Tavares, M. L. (2020). Epidemiologia da intoxicação exógena no Brasil entre 2007 e 2017. Brazilian Journal of Development, 6(8), 63915-63925. https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-718

Brito, F. A. M. D., Moroskoski, M., Shibukawa, B. M. C., Oliveira, R. R. D., & Higarashi, I. H. (2021). Violência autoprovocada em adolescentes no brasil, segundo os meios utilizados. Cogitare Enfermagem, 26.

Brown, M. Z., Comtois, K. A., & Linehan, M. M. (2002). Reasons for suicide attempts and nonsuicidal self-injury in women with borderline personality disorder. Journal of abnormal psychology, 111(1), 198. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0021-843X.111.1.198

Caetano, R. (2009). Sistema de informação de agravos de notificação (Sinan). In A Experiência brasileira em sistemas de informação em saúde: falando sobre os sistemas de informação em saúde no Brasil (pp. 41-64).

da Costa, E. M., & de Aquino, É. C. (2021). Análise de tendência da mortalidade por suicídio na população de Teresina-Piauí, 1996-2017. Saúde Coletiva (Barueri), 11(66), 6403-6414. https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2021v11i66p6403-6414

dos Santos, S. L., de Oliveira Afonso, T., Silva, M. P. B., de Carvalho, F. R., da Cunha Gama, S. M. B., & Ferreira, P. L. A. (2021). Estudo Retrospectivo do perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas no estado do Piauí entre 2018 a 2020 Retrospective study of the epidemiological profile of self-harm in the state of Piauí between 2018 and 2020. Brazilian Journal of Development, 7(8), 77295-77306. https://web.archive.org/web/20210905005921id_/https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/33940/pdf

Edition, F. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Am Psychiatric Assoc, 21(21), 591-643.

Giusti, J. S. (2013). Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). https://doi.org/10.11606/T.5.2013.tde-03102013-113540

Lloyd-Richardson, E. E., Perrine, N., Dierker, L., & Kelley, M. L. (2007). Characteristics and functions of non-suicidal self-injury in a community sample of adolescents. Psychological medicine, 37(8), 1183-1192. https://doi.org/10.1017/S003329170700027X

Martins, D. M., & de Souza, E. S. (2022). As políticas públicas de saúde no Brasil e o enfrentamento à autolesão e à violência contra as mulheres Public health policies in Brazil and the fight against self-injury and violence against women. Brazilian Journal of Development, 8(4), 30902-30915. https://web.archive.org/web/20220516010325id_/https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/47081/pdf

Mesquita, A. B., Madeiro, A. P., & Rufino, A. C. (2021). Mortalidade feminina por agressão no Piauí, 2000-2015. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(10), e8839-e8839. https://doi.org/10.25248/reas.e8839.2021

Minayo, M. C. D. S., & Souza, E. R. D. (2005). Impacto da violência na saúde dos brasileiros. In Impacto da violência na saúde dos brasileiros (pp. 340-340).

Minayo, M. C. D. S., & Souza, E. R. D. (2005). Suicídio: violência auto-infligida. Impacto da violência na saúde dos brasileiros, 205-240.

Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Secretaria de Saúde. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Suicídio e tentativa de suicídio. Bol Vig Epidemiol, 1(1):1-8. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200014

Moura, E. H., Sousa, C. M. D. S., Araújo, O. D. D., & Mascarenhas, M. D. M. (2022). Atendimento pré-hospitalar às tentativas de suicídio: um estudo transversal. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 71, 92-99.

Moura, J. C. F., Sousa, M. D. G. D. M., Lima, L. H. D. O., Rodrigues, M. T. P., & Mascarenhas, M. D. M. (2022). Tendência de mortalidade por lesões autoprovocadas em adolescentes, 2010 a 2018. Rev. port. enferm. saúde mental, 68-80. https://doi.org/10.19131/rpesm.325

Muehlenkamp, J. J., Claes, L., Havertape, L., & Plener, P. L. (2012). International prevalence of adolescent non-suicidal self-injury and deliberate self-harm. Child and adolescent psychiatry and mental health, 6(1), 1-9. https://doi.org/10.1186/1753-2000-6-10

Muehlenkamp, J. J., Xhunga, N., & Brausch, A. M. (2018). Self-injury age of onset: A risk factor for NSSI severity and suicidal behavior. Archives of suicide research. https://doi.org/10.1080/13811118.2018.1486252

Nock, M. K., & Prinstein, M. J. (2004). A functional approach to the assessment of self-mutilative behavior. Journal of consulting and clinical psychology, 72(5), 885. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0022-006X.72.5.885

Nock, M. K., & Favazza, A. R. (2009). Nonsuicidal self-injury: Definition and classification. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/11875-001

Pereira, A. S., Willhelm, A. R., Koller, S. H., & Almeida, R. M. M. D. (2018). Fatores de risco e proteção para tentativa de suicídio na adultez emergente. Ciência & Saúde Coletiva, 23, 3767-3777.

Patez, M. L. (2022). Autolesão: uma discussão sobre a mobilização do atendimento em rede. https://repositorio.ifes.edu.br/handle/123456789/2049

Reis, M. R. C. D. S., & Miranda, P. H. A. (2022). Análise da incidência de suicídios e lesões autoprovocadas no Brasil nos anos de 2009 a 2019. https://dspace.uniceplac.edu.br/handle/123456789/1526

Rocha, M. S., Bartholomay, P., Cavalcante, M. V., Medeiros, F. C. D., Codenotti, S. B., Pelissari, D. M., ... & Pinheiro, R. S. (2020). Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): principais características da notificação e da análise de dados relacionada à tuberculose. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29.

Roque, S. V., de Andrade, M. B. T., Resck, Z. M. R., Barbosa, A. R. C., Bressan, V. R., de Carvalho Vilela, S., & Felipe, A. O. B. (2021). Autolesão não suicida e o comportamento suicida: fragilidades e vivências do adolescente. Research, Society and Development, 10(3), e29010313268-e29010313268. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13268

Schmitt, R., Lang, M. G., Quevedo, J., & Colombo, T. (2008). Perfil epidemiológico do suicídio no extremo oeste do estado de Santa Catarina, Brasil. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30, 115-123. https://www.scielo.br/j/rprs/a/LmtPptGw6PgY45PKPq7JDZh

Skegg, K. (2005). Self-harm. The Lancet, 366(9495), 1471-1483. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(05)67600-3

Corrêa, H., & Barrero, S. P. (2006). Suicídio: uma morte evitável. In Suicídio: uma morte evitável (pp. 250-250).

World Health Organization. (2008). Preventing violence and reducing its impact: How development agencies can help. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43876/9789241596589_eng.pdf

World Health Organization. (2013). Responding to intimate partner violence and sexual violence against women: WHO clinical and policy guidelines. World Health Organization.

World Health Organization. (2019). Global status report on alcohol and health 2018. World Health Organization.

World Health Organization. (2021). Suicídio. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/suicide

Downloads

Publicado

19/04/2023

Como Citar

MIRANDA, M. C. L. B. .; SOUSA , J. G. .; LIMA, M. B. . Perfil epidemiológico de lesões autoprovocadas no Estado do Piauí entre 2017 e 2021 . Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 4, p. e23812441124, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i4.41124. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41124. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde