Utilização de antimicrobianos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: um estudo transversal retrospectivo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11794

Palavras-chave:

Antimicrobianos; Neonatologia; Unidade de tratamento intensivo neonatal.

Resumo

O presente trabalho analisa a utilização dos antimicrobianos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, tendo em vista o seguimento farmacoterapêutico. Trata-se de um estudo de corte transversal realizado no período de junho a dezembro de 2018. Desse modo, observou-se que foram internados 124 pacientes na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Deste total, 56 atendiam aos critérios de inclusão da pesquisa. Quanto às características da população estudada, a maioria dos pacientes foi do sexo masculino 60,7%, a principal hipótese diagnóstica de infecção nos neonatos foi sepse precoce, correspondendo 55,3%. Dos pacientes analisados 23 (41%) tiveram hemocultura positiva, sendo que a principal bactéria isolada foi Staphylococcus coagulase negativa. A frequência dos antimicrobianos prescritos por paciente variou, sendo que: 5 (9%) utilizaram apenas 1 antimicrobiano, 28 (50%) utilizaram entre 2 e 3 antimicrobianos e 23 (41%) utilizaram mais de 3 antimicrobianos. Os antimicrobianos mais prescritos foram gentamicina 33 (15,7%), ampicilina 32 (15,2%), amicacina 27 (12,8%) e Oxacilina 23 (11%). Em relação aos dias de tratamento, vancomicina e meropenem foram os medicamentos prescritos que tiveram maior duração, ambos 56 dias. Os dados apresentados demonstraram que o perfil da UTI neonatal estudada segue uma tendência mundial, fomentando a necessidade de desenvolver políticas de saúde que priorizem o uso racional de antimicrobianos.

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Publicado

15/01/2021

Como Citar

OLIVEIRA, C. R. V. .; MACEDO, I. N. .; BENDICHO, M. T. .; XAVIER, R. M. F. . Utilização de antimicrobianos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: um estudo transversal retrospectivo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e29810111794, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i1.11794. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11794. Acesso em: 14 maio. 2025.

Edição

Seção

Ciências da Saúde