Prevalência de competições terapêuticas na farmacoterapia de usuários das Unidades de Saúde da Família de Ribeirão Preto, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15256Palavras-chave:
Uso de Medicamentos; Multimorbidade; Atenção primária à saúde.Resumo
No atual cenário epidemiológico verifica-se elevada frequência de doenças crônicas não transmissíveis com o aumento no uso de medicamentos e competições terapêuticas. Assim, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e identificar as competições terapêuticas em usuários que faziam seguimento em seis Unidades de Saúde da Família de Ribeirão Preto, São Paulo. Trata-se de um estudo retrospectivo, longitudinal, descritivo e exploratório com amostra constituída por 226 participantes. A maioria era idoso (69,5%), pertencia ao sexo feminino (63,7 %), era sedentário (48,2%) e apresentava quatro ou cinco doenças crônicas não transmissíveis (50,8%), sendo mais frequentes a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia. O risco potencial de ocorrência de competições terapêuticas foi estimado em 64,2%. Dentre elas, destacou-se a competição terapêutica que envolvia os betabloqueadores, utilizados para o tratamento da hipertensão arterial. Os dados evidenciam a necessidade de uma abordagem integral no cuidado às pessoas com multimorbidades na Atenção Primária à Saúde. Além disso, alerta os riscos das competições terapêuticas e a importância do monitoramento das complicações da doença índice na presença de uma competição terapêutica potencial.
Referências
Andrade, S. S. A., Stopa, S. R., Brito, A. S., Chueri, P. S., Szwarcwald, C. L., & Malta, D. C. (2015). Prevalência de hipertensão arterial autorreferida na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(2), 297–304. https://doi.org/10.5123/s1679- 49742015000200012
Brunton, L.L., Hilal-Dandan R., & Knollmann, B. C. (2019). Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Editora Artmed.
Cerqueira Filho, E. A., Arandas, F. D. S., Oliveira, I. R., & Sena, E. P. (2006). Dislipidemias e antipsicóticos atípicos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 55(4), 296–307. https://doi.org/10.1590/S0047-20852006000400006
Chang, C. L., Mills, G. D., McLachlan, J. D., Karalus, N. C., & Hancox, R. J. (2010). Cardio-selective and non-selective beta-blockers in chronic obstructive pulmonary disease: Effects on bronchodilator response and exercise. Internal Medicine Journal, 40(3), 193–200. https://doi.org/10.1111/j.1445- 5994.2009.01943.x
Dumbreck, S., Flynn, A., Nairn, M., Wilson, M., Treweek, S., Mercer, S. W., Alderson, P., Thompson, A., Payne, K., & Guthrie, B. (2015). Drug-disease and drug-drug interactions: Systematic examination of recommendations in 12 UK national clinical guidelines. BMJ (Online), 350, 1–8. https://doi.org/10.1136/bmj.h949
Fortin, M., Stewart, M., Poitras, M. E., Almirall, J., & Maddocks, H. (2012). A systematic review of prevalence studies on multimorbidity: Toward a more uniform methodology. Annals of Family Medicine, 10(2), 142–151. https://doi.org/10.1370/afm.1337
Gnjidic, D., Hilmer, S. N., Blyth, F. M., Naganathan, V., Waite, L., Seibel, M. J., McLachlan, A. J., Cumming, R. G., Handelsman, D. J., & Le Couteur, D. G. (2012). Polypharmacy cutoff and outcomes: Five or more medicines were used to identify community-dwelling older men at risk of different adverse outcomes. Journal of Clinical Epidemiology, 65(9), 989–995. https://doi.org/10.1016/j.jclinepi.2012.02.018
Graham, D. J. (2006). The Seduction of Common Sense. 20993(13), 1–4.
Guthrie, B., Payne, K., Alderson, P., McMurdo, M. E. T., & Mercer, S. W. (2012). Adapting clinical guidelines to take account of multimorbidity. BMJ (Online), 345(7878), 1–5. https://doi.org/10.1136/bmj.e6341
Helfand, M., Peterson, K., Christensen, V., Dana, T., & Thakurata, S. (2009). Drug Class Review Beta Adrenergic Blockers. Oregon Health and Science University, July, 1–616. http://derp.ohsu.edu/final/BB_Final_Evidence Tables_Update 4_09_JUL.pdf
Ickowicz, E. (2012). Guiding principles for the care of older adults with multimorbidity: An approach for clinicians: American Geriatrics Society expert panel on the care of older adults with multimorbidity. Journal of the American Geriatrics Society, 60(10). https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.2012.04188.x
Kveiborg, B., Christiansen, B., Major-Petersen, A., & Torp-Pedersen, C. (2006). Metabolic effects of β-adrenoceptor antagonists with special emphasis on carvedilol. American Journal of Cardiovascular Drugs, 6(4), 209–217. https://doi.org/10.2165/00129784-200606040-00001
Lorgunpai, S. J., Grammas, M., Lee, D. S. H., McAvay, G., Charpentier, P., Tinetti, M. E. (2014). Potential therapeutic competition in community-living older adults in the U.S.: Use of medications that may adversely affect a coexisting condition. PLoS ONE, 9(2). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0089447
MacMahon FMedSci, S., Elliott FMedSci, P., Levitt, N. (2018). Advancing research to tackle multimorbidity: the UK and LMIC perspectives. June. https://acmedsci.ac.uk/file-download/11182404
MacMahon, S., & The Academy of Medical Sciences. (2018). Multimorbidity: a priority for global health research. Academy of Medical Sciences, April. https://acmedsci.ac.uk/file-download/82222577
Malta, D. C., Stopa, S. R., Szwarcwald, C. L., Gomes, N. L., Silva Júnior, J. B., Reis, A. A. C. (2015). A vigilância e o monitoramento das principais doenças crônicas não transmissíveis no Brasil – pesquisa nacional de saúde, 2013. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18, 3–16. https://doi.org/10.1590/1980- 5497201500060002
Malta, D. C., Bernal, R. T. I., Lima, M. G., Araújo, S. S. C., Silva, M. M. A., Freitas, M. I. F., Barros, M. B. de A. (2017). Doenças crônicas não transmissíveis e a utilização de serviços de saúde: análise da Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil. Rev Saúde Publica, 51(1), 1–10. https://doi.org/10.1590/S1518- 8787.2017051000090
Marengoni, A., Angleman, S., Melis, R., Mangialasche, F., Karp, A., Garmen, A., Meinow, B., & Fratiglioni, L. (2011). Aging with multimorbidity: A systematic review of the literature. Ageing Research Reviews, 10(4), 430–439. https://doi.org/10.1016/j.arr.2011.03.003
Melo, L. A., & Lima, K. C. (2020). Factors associated with the most frequent multimorbidities in Brazilian older adults. Ciência e Saúde Coletiva, 25(10), 3879– 3888. https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.35632018
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. (2006). Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde.
Molino, C.G.R.C (2018). Estudo da prevalência de competições terapêuticas entre idosos com multimorbidades do estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento. Dissertação de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Nguyen, T. N., Ngangue, P., Haggerty, J., Bouhali, T., & Fortin, M. (2019). Multimorbidity, polypharmacy and primary prevention in community-dwelling adults in Quebec: A cross-sectional study. Family Practice, 36(6), 706–712. https://doi.org/10.1093/fampra/cmz023
Oliveira-Campos, M., Neto, J. F. R.-, Silveira, M. F., Neves, D. M. R., Vilhena, J. M., Oliveira, J. F., Magalhães, J. C., Drumond, D. (2013). The impact of risk factors of non-communicable chronic diseases on quality of life. Ciência e Saúde Coletiva, 18(3), 873–882. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000300033
Onder, G., Palmer, K., Navickas, R., Jurevičiene, E., Mammarella, F., Strandzheva, M., Mannucci, P., Pecorelli, S., & Marengoni, A. (2015). Time to face the challenge of multimorbidity. A European perspective from the joint action on chronic diseases and promoting healthy ageing across the life cycle (JA- CHRODIS). European Journal of Internal Medicine, 26(3), 157–159. https://doi.org/10.1016/j.ejim.2015.02.020
Roth, G. A., Abate, D., Abate, K. H., Abay, S. M., Abbafati, C., Abbasi, N., Abbastabar, H., Abd-Allah, F., Abdela, J., Abdelalim, A., Abdollahpour, I., Abdulkader, R. S., Abebe, H. T., Abebe, M., Abebe, Z., Abejie, A. N., Abera, S. F., Abil, O. Z., Abraha, H. N., … Murray, C. J. L. (2018). Global, regional, and national age-sex-specific mortality for 282 causes of death in 195 countries and territories, 1980–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. The Lancet, 392(10159), 1736–1788. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32203-7
Salive, M. E. (2013). Multimorbidity in older adults. Epidemiologic Reviews, 35(1), 75–83. https://doi.org/10.1093/epirev/mxs009
Steven, E. Nissen M.D, & Kathy Wolski M.P.H. (2007) Effect of rosiglitazone on the risk of myocardial infarction and death from cardiovascular causes. The New England Journal of Medicine, 356, 2457–2471.
Touger J. (2006). Introductory physics: building understanding. Diabetes Care, 27(2), 904.
Winkelmayer, W. C., Setoguchi, S., Levin, R., & Solomon, D. H. (2008). Comparison of cardiovascular outcomes in elderly patients with diabetes who initiated rosiglitazone vs pioglitazone therapy. Archives of Internal Medicine, 168(21), 2368–2375. https://doi.org/10.1001/archinte.168.21.2368
World Health Organization. (2005). Preventing chronic diseases a vital investment. Geneva: WHO.
World Health Organization. (2011).Global status report on noncommunicable diseases. Geneva: WHO.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Anelize Roveri Arcanjo; Rinaldo Eduardo Machado de Oliveira; Karoline Fonseca Costa; Mayara Barbosa Pieroni; Julieta Ueta

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.