Parasitismo por Cryptosporidium spp. em canino doméstico no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20427

Palavras-chave:

Criptosporidiose; Cão; Diagnóstico coproparasitológico; Zoonose.

Resumo

Cryptosporidium spp. são protozoários, do filo Apicomplexa, com capacidade de infectar diferentes espécies de vertebrados, como mamíferos, aves, répteis, peixes, anfíbios e também o homem, pois apresenta potencial zoonótico, sendo o agente causador da Criptosporidiose. A infecção ocorre através da ingestão de oocistos esporulados presentes na água ou alimentos contaminados, ou ainda, pelo contato com fezes de animais infectados. Os sinais clínicos, quando presentes, são de gastroenterite, como diarreia, vômito, febre, cólicas abdominais e perda de apetite, tanto em animais como em humanos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um cão infectado por Cryptosporidium spp., diagnosticado através de exame coproparasitológico.  O material analisado foi proveniente de um cão, adulto, macho, SRD, com histórico de diarreia, com sangue e muco, episódios esporádicos de vômito também foram relatados. Foi informado também que o animal estava com o cronograma de vermifugação e vacinação atualizados. Nas técnicas coproparasitológicas de Willis Mollay, Faust e HPJ, não foram observados formas evolutivas de nenhum gênero de enteroparasito. Para pesquisa de Cryptosporidium spp., foi realizado primeiramente a técnica de centrifugo sedimentação em formalina-éter para concentração dos oocistos e posteriormente, para identificação, a coloração de Ziehl-Neelsen modificada, onde foi possível visualizar oocistos do protozoário. Como tratamento foi preconizado uso off label de Azitromicina (10 mg/kg), VO, 24x24 hs, durante 7 dias, e probiótico, (5 gr.), 24x24 hs, durante 5 dias. Após o término da terapia, houve melhora clínica do paciente e após nova análise coproparasitológica, não foram observados oocistos de Cryptosporidium spp.

Biografia do Autor

Alexsander Ferraz, Universidade Federal de Pelotas

Médico Veterinário, Especialista em Doenças e Zoonoses Parasitárias, Doutorando do Programa em Pós Graduação em Veterinária da Universidade Federal de Pelotas

Camila Moura de Lima, Universidade Federal de Pelotas

Médica Veterinária, Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Veterinária da Universidade Federal de Pelotas

Eugênia Tavares Barwaldt, Universidade Federal de Pelotas

  Graduanda do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas

Tanize Angonesi de Castro, Universidade Federal de Pelotas

  Médica Veterinária, Especialista em Doenças e Zoonoses Parasitárias, Mestranda do Programa de Pós Graduação em Parasitologia da Universidade Federal de Pelotas

 

 

 

 

Paola Renata Joanol Dallmann, Universidade Federal de Pelotas

Graduanda do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas

Carolina da Fonseca Sapin, Universidade Federal de Pelotas

Médica Veterinária, Doutora, Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário FSG

Márcia de Oliveira Nobre, Universidade Federal de Pelotas

  Médica Veterinária, Doutora, Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Clinicas Veterinária

Leandro Quintana Nizoli, Universidade Federal de Pelotas

Médico Veterinário, Doutor, Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Veterinária Preventiva

Referências

Adler, S., Widerström, M., Lindh, J., & Lilja, M. (2017). Symptoms and risk factors of Cryptosporidium hominis infection in children: data from a large waterborne outbreak in Sweden. Parasitology research, 116(10): 2613-2618.

Almeida, A. J., Monteiro, M. I., Braga, R. S., Mariano, F. A., & Caldeira, M. S. (2008). Ocorrência de Cryptosporidium spp. em animais errantes apreendidos em Campos dos Goytacazes, RJ. Jornal Brasileiro de Ciência Animal, 1(2): 66-75.

Andrade Neto, J. L., & Assef, M. C. V. (1996). Criptosporidiose e microsporidiose. In: Veronesi R. Tratado de infectologia. Ateneu, p.1170-1172.

Bouzid, M., Hunter, P. R., Chalmers, R. M., & Tyler, K. M. (2013). Cryptosporidium Pathogenicity and Virulence. Clinical Microbiology Reviews, 26(1):115-134.

Caccio, S. M., Thompson, R. C. A., Mclauchlin, J., & Smith, H. V. (2005). Unrevelling Crypyosporidium and Giardia epidemiology. Trends in Parasitology, 21(9):430-437.

Cama, V. A., Bern, C., Sulaiman, I. M., Gilman, R. H., Ticona, E., Vivar, A., Kawai, V., Vargas, D., Zhou, L., & Xiao, L. (2003). Cryptosporidium species and genotypes in HIV-positive patients in Lima, Peru. Journal Eukaryotic Microbiological, 50:531-533.

Chalmers, R. M., & Katzer, F. (2013). Looking for Cryptosporidium: the application of advances in detection and diagnosis. Trends in Parasitology, 29(5): 237-251.

Coelho, W. M. D., Amarante, A. F. T., Soutello, R. V. G., Meireles, M. V., & Bresciani, K. D. S. (2009). Ocorrência de parasitos gastrintestinais em amostras fecais de felinos do município de Andradina, São Paulo. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 18(2): 46-49.

Costa, F., Lacir, F., Silva, T. J. P. B., & Kenneth, S. 2006. Cryptosporidium spp. in food. Higiene Alimentar, 20(142): 58-63.

Faust, E. C., D’antoni, J. S., & Odom, V. (1938) A critical study of clinical laboratory technics for the diagnosis of protozoan cysts and helminth eggs in feces I. Preliminary communication. American Journal of Tropical Medicine, 18(2):169-183.

Hoffman, W. A., Pons, J. A., & Janer, J. L. (1934). Sedimentation concentration method in Schistosomiasis mansoni. The Puerto Rico Journal of Public Health and Tropical Medicine, 9: 283-298.

Iseki, M. (1979). Cryptosporidium felis sp. n. (Protozoa: Eimeriorina) from the domestic cat. Japanese journal of parasitology, 28:285-307.

Lallo, M. A., & Bondan, E. F. (2006). Prevalência de Cryptosporidium sp. em cães de instituições da cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, 40(1):120-125.

Lucio-Forster A., Griffiths, J. K., Cama, V. A., Xiao, L., & Bowman, D. D. (2010). Minimal zoonotic risk of cryptosporidiosis from pet dogs and cats. Trends in Parasitology, 26(4):174-179.

Maikai, B. V., Baba-Onoja, E. B. T., & Elisha, I. A. (2013). Contamination of raw vegetables with Cryptosporidium oocysts in markets within Zaria metropolis, Kaduna State, Nigeria. Food Control, 31(1):45-48.

Moreira, A. S., Baptista, C. T., Brasil, C. T., Valente, J. S., Bruhn, F. R. P., & Pereira, D. I. B. (2019). Comparação de técnicas de concentração por sedimentação e coloração para detecção de oocistos de Cryptosporidium spp. em amostras fecais de cães e gatos. Science and Animal Health, 7(1):2-11.

Nasir, A., Avais, M., Khan, M. S., Khan, J. A., Hameed, S., & Reichel, M. P. (2013). Treating Cryptosporidium parvum infection in calves. Journal of Parasitology, 99(4):715-7.

Neta, E. S. M., Sampaio, D. C., Galvão, G. S., & Munhoz, A. D. (2010). Comparação das técnicas de Ziehl-Neelsen modificada e contraste de fase na detecção de oocistos do gênero Cryptosporidium tyzzer, 1907 (Apicomplexa: Cryptosporidiidae) em bovinos assintomáticos. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 32(4):201-204.

Pereira, C. R. A., & Ferreira, A. P. (2012). Ocorrência e fatores de risco da criptosporidiose em felinos de companhia de idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 15(4):681-691.

Ramirez, N. E., Ward, L. A., & Sreevatsan, S. (2004). A review of the biology and epidemiology of cryptosporidiosis in humans and animals. Microbiology Infection, 6(8):773-785.

Ritchie, L. S. (1948). An ether sedimentation technique for routine stool examinations. U.S. Army Medical Department jornal, 8(4):326.

Rossignol, J. F. (2010). Cryptosporidium and Giardia: Treatment Options and Prospects for New Drugs. Experimental Parasitology, 124(1):45-43.

Silva, G., Alves, L., Borges, J. C. G., & Faustino, M. A. G. (2016). Ocorrência de Cryptosporidium spp. em felinos de Recife, PE, Brasil. Veterinária e Zootecnia, 22(3):408-417.

Silva, G. L., Santana, I. M., Ferreira, A. C. M. S., Borges, J. C. G., Alves, L. C., & Faustino, M. A. G. (2016). Avaliação de fatores epidemiológicos e sanitários associados à infecção por Cryptosporidium spp. em cães domiciliados. Ciência Animal Brasileira, 17(3):435-441.

Smith, H. V., Cacció, S. M., Tait, A., Mclauchlin, J., & Thompson, A. R. C. (2006). Tools for investigating the environment transmission of Cryptosporidium and Giardia infections in humans. Trends in Parasitology, 22(4):160-167.

Thompson, R. C. A., Palmer, C. S., & O´handley, R. (2008). The public health ad clinical significance of Giardia and Cryptosporidium in domestic animals. The Journal Veterinary, 177(1):18-25.

Tzipori, S., & Campbell, I. (1981). Prevalence of Cryptosporidium antibodies in 10 animal species. Journal of Clinical Microbiology, 14(4):455-456.

Ungar, B. C. P. (1995). Cryptosporidium. In: Principles and practice of infectious diseases. 4ed Mandell GL, Bennet JE, Dohn R. Churchill Livingstone, 2500-2510.

Willis, I. I. (1921). A simple levitation method for the detection of hookworm ova. Medical Journal of Austrália, 2(18):375-376.

Wilson, R. B., Holscher, M. A., & Lyle, S. J. (1983). Cryptosporidiosis in a pup. Journal of American Veterinarian Medical Association, 183(9):1005-1006.

Xiao, L. (2010). Molecular epidemiology of cryptosporidiosis: An update. Experimental Parasitology, 124(1):80-89.

Yoshiuchi, R., Matsubayashi, M., Kimata, I., Furuya, M., Tani, H., & Sasai, K. (2010). Survey and molecular characterization of Cryptosporidium and Giardia spp. in owned companion animal, dogs and cats, in Japan. Veterinary Parasitology, 174(3-4):313-316.

Downloads

Publicado

20/09/2021

Como Citar

FERRAZ, A.; LIMA, C. M. de; BARWALDT, E. T.; CASTRO, T. A. de; DALLMANN, P. R. J.; SAPIN, C. da F.; NOBRE, M. de O.; NIZOLI, L. Q. Parasitismo por Cryptosporidium spp. em canino doméstico no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 12, p. e277101220427, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i12.20427. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/20427. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas