Doença de Haff no período pandêmico de COVID-19 no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22175

Palavras-chave:

doença de Haff; Rabdomiólise; Toxinas; Doença de Haff; Rabdomiólise; Toxinas.

Resumo

Este estudo descreve e caracteriza os casos de doença de Haff notificados no Brasil durante o período pandêmico da COVID-19. Estudo descritivo e transversal com dados públicos do Centro Nacional de Informação e Resposta Estratégica em Vigilância Sanitária nacional. Foi acessado o Comunicado de Risco nº 17 de 15/09/2021. A descrição dos casos suspeitos foi estendida a todos os estados brasileiros onde ocorreram notificações, de 1º de janeiro de 2020 a 15 de setembro de 2021. Houve aumento dos casos da doença de Haff no Brasil, a partir de 2020, com 46 na região Nordeste do Brasil. Oitenta e cinco casos e três óbitos foram notificados entre janeiro e setembro de 2021 nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. A maioria dos casos ocorreu em regiões onde faz mais calor, como a região litorânea do Nordeste e o entorno de regiões da Bacia do Rio Amazonas. Período crítico para o enfrentamento da pandemia do vírus SARS-CoV-2 no Brasil, casos da doença de Haff pôdem ser notificados em várias regiões do país. Apesar das suspeitas etiológicas, estudos e acompanhamento dos casos, ainda não é possível afirmar que a doença seja causada por biomoléculas do grupo das Toxinas Similares à Palitoxina. A possível identificação da (s) toxina (s) responsável (is) será essencial para o completo entendimento do mecanismo etiopatogênico da doença e para o desenvolvimento adequado de medidas de prevenção, tratamento e cura.

Referências

Bandeira, A.C.; Campos, G.S.; Ribeiro, G.S.; Cardoso, C.W.; Bastos, C.J.; Pessoa, T.L.; Araujo, K.A.; Grassi, M.F.R.; Castro, A.P.; Carvalho, R.H.; Prates, A.P.P.B.; Gois, L.L.; Rocha, V.F.; Sardi, S.I. (2017). Clinical and laboratory evidence of Haff disease – case series from an outbreak in Salvador, Brazil, December 2016 to April 2017. Euro Surveillance, 22, 30552. Doi: http://dx.doi.org/10.2807/1560-7917.ES.2017.22.24.30552.

Boente-Juncal, A.; Raposo-García, S.; Vale, C.; Louzao, M.C.; Otero, P.; Botana, L.M. (2020). In vivo evaluation of the chronic oral toxicity of the marine toxin palytoxin. Toxins, 12, 489. Doi:10.3390/toxins12080489.

Boente-Juncal, A.; Vale, C.; Camiña, M.; Cifuentes, J.M.; Vieytes, M.R.; Botana, L.M. (2020). Reevaluation of the acute toxicity of palytoxin in mice: Determination of lethal dose 50 (LD50) and No-observed-adverse-effect level (NOAEL). Toxicon, 177, 16–24.

Buchholz U, Mouzin E, Dickey R, et al. (2000). Haff disease: from the Baltic Sea to the U.S. shore. Emerg Infect Dis, 6, 192−5.

Caixin L, Peng L, Xueqian W, et al. (2017). Epidemiology and laboratory characteristics of 102 cases of crayfish caused by rhabdomyolysis. J Yichun University, 9, 62−4. (In Chinese)

Cardoso, L.S.; Torgan, L.C. (2007). Dinoflagelados em diversos habitats e hidroperíodos na zona costeira do sul do Brasil. Acta Botanica Brasileira, 21, 411-419.

Chen Y, Yuan B, Xie G, et al. (2016). Outbreak of Haff Disease caused by consumption of crayfish (Procambarus clarkii), Nanjing, Jiangsu Province, China. Food Control, 59, 690−4.

Diaz, J.H. (2015). Global incidence of rhabdomyolysis after cooked seafood consumption (Haff disease). Clinical Toxicology, 53, 421–426.

dos Santos MC, de Albuquerque BC, Pinto RC, Aguiar GP, Lescano AG, Santos JH, et al. (2009). Outbreak of Haff disease in the Brazilian Amazon. Rev Panam Salud Publica. 26(5):469-70.

Habermann, E. (1989). Palytoxin acts through Na+, K+-ATPase. Toxicon, 27 (11), 1171-1187. https://doi.org/10.1016/0041-0101(89)90026-3.

Júnior OT, Roderjan CN, Neto EC, Ponte MM, Seabra MCP, Knibel MF. (2013). Doença de Haff associada ao consumo de carne de Mylossoma duriventre (pacu-manteiga). Rev. bras. ter. intensiva;25(4):348-351.

Koche, J. C. (2011). Fundamentos de metodologia científica. Editora Vozes. https://doi.org/10.1590/S1517-97022003000100005

Liu C, Wang H, Zhu C, et al. (2018). Diagnostic and Differential Diagnostic Significance of Laboratory Markers in Crayfish Associated Rhabdomyolysis. Ann Clin Lab Sci, 48, 146−51.

Lüdke, M., & André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. UPU. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4091392/mod_resource/content/1/Lud_And_cap3.pdf.

Patocka, J.; Gupta, R.C.; Wu, Q.-H.; Kuca, K. (2015). Toxic Potential of Palytoxin. Journal of Huazhong University of Science and Technology, 35, 773-780. Doi: 10.1007/s11596-015-1505-3.

Pei, LI Xiao Yan, LU Shuang Shuang, LIU Zhe, WANG Rui#, LU Xuan Cheng#, and LU Kai#. (2019). The Emergence, Epidemiology, and Etiology of Haff Disease. Biomed Environ Sci, 32(10): 769-778. Chinese Center for Disease Control and Prevention, Beijing 102206, China. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0895398820300404.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M. S., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UAB/NTE/UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1. Acesso em: 28 março 2020.

Qian J, Sha D. (2018). Haff disease complicated by acute lung injury after crayfish consumption: a case report. Clin Toxicol (Phila), 56(6), 449−51.

Rosa, Nuno Guimarães, et al. (2005)."Rhabdomyolysis." Acta médica portuguesa, 18.4: 271-81. Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/35943/1/2004%20-Rhabdomyolysis.pdf.

Ses-Pe. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (2021). NOTA INFORMATIVA-SES - SEVS - Secretaria de Vigilância em Saúde-Nº 01/05.04.2021. Disponível em: https://12ad4c92-89c7-4218-9e11-0ee136fa4b92.filesusr.com/ugd/3293a8_b73c5c9b318b4a3ebdc0faf4a68ebc7c.pdf.

Sauviat, M.-P. (1992). Palytoxin: characterization of mode of action in excitable cells P.M. Conn (Ed.), Methods in Neurosciences, vol. 8, Neurotoxins, Academic Press, San Diego, CA, USA, pp. 332-346.

Vale, P. (2004). Biotoxinas marinhas. RPCV, 99 (549) 03-18, 2004.

Yang WX, Fan KL, Leung LP. (2018). A cluster of patients with rhabdomyolysis after eating crayfish. CJEM, 20, S48−S50.

Yin, R. K. (2014). Estudo de caso: planejamento e métodos (5°). Bookman.

Zu Jeddeloh B. Haffkrankheit. (1939). Ergeb Inn Med Kinderheilkd. 57:138-82.

Downloads

Publicado

05/11/2021

Como Citar

CAMPOS, G. de A. .; DANTAS, S. J. da R. .; CARVALHO, E. G. de A. .; TABOSA, R. V. de A. .; SOUZA, E. B. S. de .; LINO, A. T. da S.; LEITE, M. de L. .; BIASE, C. L. C. L. de .; LEÃO, S. A. B. F. .; FELIX, V. B. .; TRINDADE-FILHO, E. M. .; SILVA, J. C. da. Doença de Haff no período pandêmico de COVID-19 no Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 14, p. e358101422175, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i14.22175. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22175. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde