Estudo de consumo de antimicrobianos do Centro de Terapia Intensiva de um hospital Universitário da Região Norte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27592

Palavras-chave:

Unidade de Terapia Intensiva; Consumo de antimicrobianos; Multirresistência microbiana.

Resumo

O uso indiscriminado e excessivo de antimicrobianos contribui diretamente para o desenvolvimento da resistência bacteriana, elevando as despesas com tratamentos, os índices de morbimortalidade, o tempo de internação e a ocorrência de reações adversas diversas. O objetivo do estudo foi avaliar e quantificar o consumo de antimicrobianos utilizados na UTI de um Hospital Público Federal. Estudo descritivo, transversal e retrospectivo realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital Universitário Federal da região Norte, durante o período de janeiro a dezembro de 2020. O consumo dos antimicrobianos foi expresso em Dose Diária Definida (DDD) por 1000 pacientes/dia. Utilizou-se a classificação ATC/ DDD da Organização Mundial de Saúde (OMS).  Ao total 190 pacientes estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva, dentre os quais 51% do sexo masculino, com média de idade de 53,4 ± 17,76 anos, sendo a faixa etária mais prevalente entre 60 e 74 anos (30,5%). Dentre as hipóteses diagnósticas de internação, 26% foi de infecção por coronavírus. Dos pacientes internados, 35,71% utilizaram algum tipo de tratamento com antimicrobiano, sendo o meropenem o mais consumido (DDD 225,24). O estudo da utilização de antimicrobianos é uma importante ferramenta tanto para nortear as ações do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) que minimizem a resistência microbiana e o uso indiscriminado e irracional destes medicamentos quanto pelo aspecto econômico. Além disso, a implantação de um programa de stewardship de antimicrobianos otimiza o uso seguro dessa importante classe de fármacos.

Referências

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2017). Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde. Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde. Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2021). Programa de Uso Racional de Antimimcrobiano.

Balkhy, H. H. et al. (2018). Antimicrobial consumption in five adult intensive care units: a 33-month surveillance study. Antimicrobial Resistance and Infection Control (2018) 7:156. https://doi.org/10.1186/s13756-018-0451-9.

Goossens, H., Ferech, M., Vander, Stichele. R. & Elseviers, M. (2005). Outpatient antibiotic use in Europe and association with resistance: a cross-national database study. Lancet. 365(9459):579–87.

Barros, L. L. S., Maia, C. S. F. & Monteiro, M. C. (2016). "Risk factors associated to sepsis severity in patients in the Intensive Care Unit." Cadernos Saúde Coletiva. 24(4): 388-396.

Berild, D., Mohseni, A., Diep, L. M., Jensenius, M. & Ringertz, S.H.(2009). Adjustment of antibiotic treatment according to the results of blood cultures leads to decreased antibiotic use and costs. J Antimicrob Chemother. 57(2): 326-30.

Boucher, H. W., & Corey, G. R. (2008). Epidemiology of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Clinical infectious diseases : an official publication of the Infectious Diseases Society of America, 46 Suppl 5, S344–S349. https://doi.org/10.1086/533590.

Candeloro, C. L., Kelly, L. M., Bohdanowicz, E., Martin, C. M., & Bombassaro, A. M. (2012). Antimicrobial use in a critical care unit: a prospective observational study. The International journal of pharmacy practice, 20(3), 164–171. https://doi.org/10.1111/j.2042-7174.2011.00176.x.

Cars, O., Hedin, A., & Heddini, A. (2011). The global need for effective antibiotics-moving towards concerted action. Drug resistance updates: reviews and commentaries in antimicrobial and anticancer chemotherapy, 14(2), 68–69. https://doi.org/10.1016/j.drup.2011.02.006.

Carneiro, M. et al (2011). "O uso de antimicrobianos em um hospital de ensino: uma breve avaliação." Revista da Associação Médica Brasileira. 57(4):421-424.

Chang, C. Y. & Schiano, T. D. (2007) Review article: drug hepatotoxicity. Aliment Pharmacol Ther. 25(10):1135–1351.

Cisneros, J. M., Ortiz-Leyba, C., Lepe, J. A., Obando, I., Conde, M., Cayuela, A., & Gil, M. V. (2010). Uso prudente de antibióticos y propuestas de mejora desde la medicina hospitalaria [Prudent use of antibiotics and suggestions for improvement from hospital-based medicine]. Enfermedades infecciosas y microbiologia clinica, 28 Suppl 4, 28–31. https://doi.org/10.1016/S0213-005X(10)70039-2.

De Sousa Feitosa, T., Mendes, A. L. R., Ferreira, P. R. B. & Coêlho, M. L. (2021). "Aplicações de indicadores como estratégia de gerenciamento do uso e custo dos antimicrobianos em um hospital universitário." Research, Society and Development. 10(6), e43610615899-e43610615899.

Dumartin, C., L'Hériteau, F., Péfau, M., Bertrand, X., Jarno, P., Boussat, S., Angora, P., Lacavé, L., Saby, K., Savey, A., Nguyen, F., Carbonne, A., & Rogues, A. M. (2010). Antibiotic use in 530 French hospitals: results from a surveillance network at hospital and ward levels in 2007. The Journal of antimicrobial chemotherapy, 65(9), 2028–2036. https://doi.org/10.1093/jac/dkq228.

Grillo, V. T. R. S., Gonçalves, T. G., Júnior, J. C., Paniágua, N.C. & Teles, C. B. G. (2013). Incidência bacteriana e perfil de resistência a antimicrobianos em pacientes pediátricos de um hospital público de Rondônia, Brasil. Rev Ciênc Farm Bás Apl. 34(1):117-23.

Herzke, C. A.; Chen, L. F., Anderson, D. J., Choi, Y., Sexton, D. J., Kaye, K. S. (2009). Empirical antimicrobial therapy for bloodstream infection due to methicillin-resistant Staphylococcus aureus: no better than a coin toss. Infect Control Hosp Epidemiol. 30(11):1057-61.

Leekha, S., Terrell, C. L. & Edson, R. S.(2011). General principles of antimicrobial therapy. Mayo Clin Proc.86(2):156-167.

Lode, H (2010). Safety and tolerability of commonly prescribed oral antibiotics for the treatment of respiratory tract infections. Am J Med. 123(4 Suppl): S26-38.

Loureiro, R. J., Roque, F., Rodrigues, A.T., Herdeiro, M.T. & Ramalheira, E. (2016). O uso de antibióticos e as resistências bacterianas: breves notas sobre a sua evolução. Rev Port Saúde Púb. 34(1):77-84.

Marquet, K., Liesenborgs, A., Bergs, J., Vleugels, A. & Claes, N. (2015). Incidence and outcome of inappropriate in-hospital empiric antibiotics for severe infection: a systematic review and meta-analysis. Crit Care. 19(1):63. https://doi.org/10.1186/s13054-015-0795-y.

Meyer, E., Schwab, F., Gastmeier, P., Rueden, H., & Daschner, F. D. (2006). Surveillance of antimicrobial use and antimicrobial resistance in German intensive care units (SARI): a summary of the data from 2001 through 2004. Infection, 34(6), 303–309. https://doi.org/10.1007/s15010-006-6619-x.

Oliveira, A. C. & Paula, A. O.(2021). Discontinuation of antimicrobials and costs of treating patients with infection. Acta Paulista de Enfermagem [online]. v. 25, n. spe2 [Acessado 29 Janeiro 2022], pp. 68-74. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-21002012000900011>. ISSN 1982-0194. https://doi.org/10.1590/S0103-21002012000900011.

Onzi, O. S., Hoffman, S. P. & Carmargo, A. L. (2011) Avaliação do consumo de antimicrobianos injetáveis de um hospital privado no ano de 2009. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde. 2(2):20-25.

Rocha, M. A.; Carneiro, P. M. & Castilho SR. Estudo da utilização de medicamentos antimicrobianos de 2003 a 2004 em pacientes adultos em hospital terciário no Rio de Janeiro. Rev. Bras. Farm. 90 (1):50-53.

Rosenthal, V. D., Maki, D. G., Mehta, A., Alvarez-Moreno, C., Leblebicioglu, H., Higuera, F., Cuellar, L. E., Madani, N., Mitrev, Z., Dueñas, L., Navoa-Ng, J. A., Garcell, H. G., Raka, L., Hidalgo, R. F., Medeiros, E. A., Kanj, S. S., Abubakar, S., Nercelles, P., Pratesi, R. D., & International Nosocomial Infection Control Consortium Members (2008). International Nosocomial Infection Control Consortium report, data summary for 2002-2007, issued January 2008. American journal of infection control, 36(9), 627–637. https://doi.org/10.1016/j.ajic.2008.03.003.

Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) (2017). A ameaça das super Bactérias. Rev Microb In Foco. 8(31):11-16.

Souza, F. C., Baroni, M. M. F. & Roese, F.M. (2017). Perfil de utilização de antimicrobianos na unidade de terapia intensiva de um hospital público. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde. 8(4):37-44.

Souza, G. N., Porto, M. de J. ., Santos, J. P. dos ., Freitas, A. L. ., & Carvalho, P. P. . (2021). Profile of restricted use antimicrobial requirements in na Intensive Care Unit . Research, Society and Development, 10(8), e15710816565. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.16565.

Sousa, P. C. P., Rocha, M. V. A. P., Sousa, F. S. P. & Nogueira, N. A. P. (2009). Utilização de antibacterianos em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Cient. Inter. 4(18):1-15.

Souza, R. R. de., Nascimento, . M. A., Ederli, R. B., Santos, E. C. M., Santos, I. A. dos, & Ederli. J. P. B. (2020). Multi-resistant Acinetobacter baumannii emergence associated with healthcare infections: Meta-analysis. Research, Society and Development, 9(10), e1889108270. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8270.

Walther, S. M., Erlandsson, M., Burman, L. G., Cars, O., Gill, H., Hoffman, M., Isaksson, B., Kahlmeter, G., Lindgren, S., Nilsson, L., Olsson-Liljequist, B., Hanberger, H., & Icustrama Study Group (2002). Antibiotic prescription practices, consumption and bacterial resistance in a cross section of Swedish intensive care units. Acta anaesthesiologica Scandinavica, 46(9), 1075–1081. https://doi.org/10.1034/j.1399-6576.2002.460904.x.

Youssif, E., Aseeri, M., & Khoshhal, S. (2018). Retrospective evaluation of piperacillin-tazobactam, imipenem-cilastatin and meropenem used on surgical floors at a tertiary care hospital in Saudi Arabia. Journal of infection and public health, 11(4), 486–490. https://doi.org/10.1016/j.jiph.2017.09.001.

Downloads

Publicado

27/03/2022

Como Citar

MARINHO, M. G. L. .; CÂNDIDO, S. H. da S. .; OLIVEIRA, M. B. M. de .; BADIN, R. C. Estudo de consumo de antimicrobianos do Centro de Terapia Intensiva de um hospital Universitário da Região Norte . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e0611527592, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.27592. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27592. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde