Análise situacional da atenção primária de saúde ribeirinha da cidade Manaus/AM – um relato de experiência
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41545Palavras-chave:
Atenção Primária de Saúde; População ribeirinha; Unidade Básica de Saúde Fluvial; Sistema Único de Saúde.Resumo
A promoção da equidade é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça social. Nesse contexto, as Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR) e as Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF) emergem como adaptações do sistema público de saúde frente às necessidades e especificidades de importante parcela da população brasileira – os ribeirinhos. O estudo trata-se de relato de experiência que aborda de forma descritiva-reflexiva as impressões colhidas durante um período de dez dias no mês de maio de 2022 por dois acadêmicos de medicina acerca do trabalho realizado em uma Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF), responsável por atender às comunidades ribeirinhas do baixo Rio Negro, adstritas à área rural do Município de Manaus, no estado do Amazonas. Ao longo da experiência, foi possível analisar a rotina de um serviço altamente adaptado ao meio ambiental e social no qual está inserido e a atuação de uma equipe multidisciplinar intimamente conectada aos moradores locais. Foram identificados desafios e dificuldades enfrentados pela UBSF Ney Lacerda, alguns inerentes à prática do cuidado na população das águas e outros não generalizáveis, logo permitem uma reflexão sobre a necessidade da criação de novas estratégias e da reestruturação dos programas de saúde direcionados a populações específicas.
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