A demonstração experimental investigativa na EJA: pequenas mudanças grandes diferenças
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6707Palavras-chave:
Ensino de ciências por investigação; EJA; Formação continuada.Resumo
Os documentos oficiais que estabelecem as diretrizes metodológicas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) priorizam estratégias que valorizam o conhecimento dos educandos a partir de práticas de ensino permeadas pelo diálogo. Embora exista tais orientações, parece haver um distanciamento entre elas e o que é vivido nas escolas. Tal distanciamento é evidenciado ao se deparar com professores frustrados com suas práticas ao perceberem que elas não despertam o interesse de seus alunos pelo que se pretende ensinar. Este trabalho surge de uma visita de dois professores universitários a um colégio da rede pública para divulgarem um projeto de extensão universitária. Após esse primeiro contato, um professor de Física do colégio solicita auxílio dos professores universitários para que o ajudasse tornar sua aula mais atrativa para sua turma de EJA. Dessa maneira, foi realizado um trabalho entre professores pesquisadores (universitários) e professor parceiro no sentido de esclarecer os pressupostos teóricos e metodológicos do Ensino de Ciências na EJA com a abordagem do Ensino de Ciências por Investigação. Uma aula sobre Refração da Luz foi elaborada e ministrada pelo professor parceiro utilizando materiais disponíveis na escola e alterando a maneira de condução da aula. Para analisar os resultados, episódios de ensino em que falas do professor e dos educandos são descritas, foram selecionados de modo a evidenciar as habilidades preconizadas na investigação científica. Com a análise dos resultados, é verificado que o Ensino de Ciências por Investigação é exequível na EJA, porém para que isso se torne realidade, é necessário a formação continuada e/ou parcerias entre universidades e professores da rede pública de ensino, para que através da pesquisa ou extensão resolvam juntos os problemas que permeiam a educação.
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