Alfa-1-glicoproteína ácida como marcador de resposta inflamatória durante o tratamento antituberculose

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10057

Palavras-chave:

Tuberculose; Reação de Fase Aguda; Terapêutica.

Resumo

O objetivo do trabalho foi avaliar a AGA como marcador de resposta inflamatória em pacientes com tuberculose (TB) durante o tratamento anti-TB e sua associação com parâmetros clínicos e radiológicos da doença. Para tanto, foram avaliados pacientes com TB (n=35), conforme o tempo de tratamento anti-TB: T1 (1 e 2 meses de tratamento) (n=16); T2 (3 e 4 meses de tratamento) (n=10); T3 (5 e 6 meses de tratamento) (n=11). Para avaliar o potencial da AGA como marcador, a PCR foi dosada como parâmetro de comparação, dosadas pela técnica de turbidimetria. Os dados clínicos e radiológicos forma obtidos dos prontuários. A avaliação da AGA apresentou a média de valores dentro da faixa de referência. O grupo T1 apresentou níveis significativamente mais elevados, quando comparados com pacientes do grupo T2 (p=0,006), sem diferença em relação ao grupo T3. Também não houve diferença entre os grupos T2 e T3. Os níveis de PCR em T1 foram bem acima do valor de referência, fato não observado nos outros tempos de tratamento antituberculose (T2 e T3). Houve diferença entre T1 e T2 (p=0,01), sem nenhuma outra associação significativa demonstrada. Foi observada correlação positiva entre a PCR e a AGA em T1 (ρ=0,8653), T2 (ρ=0,6691) e T3 (ρ=0,9282). Não houve associação entre os parâmetros clínico e radiológicos e os valores de AGA e PCR. Concluímos que a AGA é um bom marcador de monitoramento do prognóstico de evolução conforme o tempo de tratamento antituberculose, podendo ser utilizado na rotina dos pacientes com TB.

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Publicado

24/11/2020

Como Citar

UENO, P. Y. .; AGUIAR, A. A. S. de .; SOUSA, A. C. Q. de; SILVA, I. G. .; HÚNGARO, C. M. .; PERESI-LORDELO, E. Alfa-1-glicoproteína ácida como marcador de resposta inflamatória durante o tratamento antituberculose. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e51991110057, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.10057. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10057. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde