Avaliação da retinopatia diabética em indivíduos adultos com diabetes tipo 1 no estado do Ceará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10360

Palavras-chave:

Retinopatia diabética; Diabetes Mellitus tipo 1; Saúde pública.

Resumo

Estima-se que existam mais de 30 mil pessoas com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) no Brasil. Entre as complicações, a retinopatia diabética (RD) é uma das mais prevalentes, acometendo até 50% dos portadores de DM1 em algumas populações. Este estudo objetiva estimar a prevalência de RD em DM1 ou Diabetes autoimune latente em adultos (LADA), além de avaliar fatores de risco envolvidos. Foi realizado um estudo de corte-transversal avaliando 81 pacientes com mais de 18 anos e diagnosticados com DM tipo 1 de longa evolução. Aspectos demográficos, clínicos e laboratoriais foram avaliados através de questionário estruturado. Dados do exame oftalmológico foram coletados de prontuários. Observamos uma prevalência de 33% de RD em pacientes portadores de DM1 no estado do Ceará. Tal complicação foi mais associada a doentes com maior idade (p=0,004), maior tempo de DM1 (p<0,001), controle metabólico inadequado e principalmente, níveis aumentados de creatinina (p=0,011). Foi observado que pacientes com episódios de hipoglicemia grave apresentavam maior prevalência de RD. Além disso, foi observado uma associação importante entre RD e nefropatia diabética, conforme o descrito na literatura. Este estudo demonstra a alta prevalência de RD nos pacientes portadores de DM1 e confirma a necessidade de rastreamento da doença principalmente em pacientes com maior tempo de doença e controle metabólico inadequado e outras complicações como a nefropatia.

Biografia do Autor

Alexis Galeno Matos , Hospital de Olhos Leiria de Andrade

 

 

 

Referências

Sociedade Brasileira de Diabetes (2018). Diretrizes SBD 2017-2018. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Alberti, K. G. M. M., & Zimmet, P. Z. (1998). Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. Part 1: diagnosis and classification of diabetes mellitus. Provisional report of a WHO consultation. Diabetic Medicine, 15(7), 539-553.

Atlas, D. (2015). International diabetes federation. IDF diabetes atlas. Brussels: International Diabetes Federation.

King, P., Peacock, I., & Donnelly, R. (1999). The UK prospective diabetes study (UKPDS): clinical and therapeutic implications for type 2 diabetes. British Journal of Clinical Pharmacology, 48(5), 643-648.

Klein, R. (2000). Epidemiology of eye disease in diabetes. Diabetes and Ocular Disease. Recuperado de https://ci.nii.ac.jp/naid/10018944710

Klein, R., Klein, B. E., & Moss, S. E. (1984). Visual impairment in diabetes. Ophthalmology, 91(1), 1-9.

Sociedade Brasileira de Diabetes (2015). Diretriz Brasileira de Retinopatia Diabética. Diretrizes SBD. Recuperado de http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-1/012-Diretrizes-SBD-Retinopatia-Diabetica-pg149.pdf

Bosco, A., Lerário, A. C., Soriano, D., Santos, R. F. D., Massote, P., Galvão, D., & Ferreira, A. R. (2005). Retinopatia diabética. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 49(2), 217-227.

Diabetes Control and Complications Trial Research Group (DCCTRG). (1993). The effect of intensive treatment of diabetes on the development and progression of long-term complications in insulin-dependent diabetes mellitus. New England Journal of Medicine, 329(14), 977-986.

Silveira, V. M. F. D., Menezes, A. M. B., Post, C. L. A., & Machado, E. C. (2001). Uma amostra de pacientes com diabetes tipo 1 no sul do Brasil. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 45(5), 433-440.

Hainsworth, D. P., Bebu, I., Aiello, L. P., Sivitz, W., Gubitosi-Klug, R., Malone, J., & Barkmeier, A. J. (2019). Risk factors for retinopathy in type 1 diabetes: the DCCT/EDIC study. Diabetes Care, 42(5), 875-882.

Li, Y., Xia, X., & Paulus, Y. M. (2018). Advances in Retinal Optical Imaging. In Photonics 5(2): 9).

Sabrosa, N. A., Sabrosa, A. S., Gouvea, K. C., & Gonçalves Filho, P. (2013). Tratamento cirúrgico da retinopatia diabética. Revista Brasileira de Oftalmologia, 72(3), 204-209.

Nathan, D. M., & DCCT/Edic Research Group. (2014). The diabetes control and complications trial/epidemiology of diabetes interventions and complications study at 30 years: overview. Diabetes Care, 37(1), 9-16.

Li, T., Jia, Y., Wang, S., Wang, A., Gao, L., Yang, C., & Zou, H. (2019). Retinal microvascular abnormalities in children with type 1 diabetes mellitus without visual impairment or diabetic retinopathy. Investigative ophthalmology & visual science, 60(4), 990-998.

Goto, K., & Kitazono, T. (2019). Endothelium-Dependent Hyperpolarization (EDH) in Diabetes: Mechanistic Insights and Therapeutic Implications. International Journal of Molecular Sciences, 20(15), 3737.

Nery, M. (2008). Hipoglicemia como fator complicador no tratamento do diabetes melito tipo 1. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 52(2), 288-298.

Granado-Casas, M., Castelblanco, E., Ramírez-Morros, A., Martín, M., Alcubierre, N., Martínez-Alonso, M., & Hernández, M. (2019). Poorer quality of life and treatment satisfaction is associated with diabetic retinopathy in patients with type 1 diabetes without other advanced late complications. Journal of clinical medicine, 8(3), 377.

Sakamoto, M., Hashimoto, R., Yoshida, I., Ubuka, M., & Maeno, T. (2018). Risk factors for neovascular glaucoma after vitrectomy in eyes with proliferative diabetic retinopathy. Clinical Ophthalmology, 12(1), 2323.

Downloads

Publicado

03/12/2020

Como Citar

TRAVASSOS, M. P. P. .; LIMA BISNETO, J. A. .; DIAS, I. T. .; TORQUATO, G. C. P. .; LOPES, F. M. .; FAÇANHA , C. F. S. .; MATOS , A. G. .; KUPFER, R. Avaliação da retinopatia diabética em indivíduos adultos com diabetes tipo 1 no estado do Ceará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e75391110360, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.10360. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10360. Acesso em: 5 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde