Atividade antibacteriana de Spondias mombin sobre bactérias superinfectantes do meio ambiente bucal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10695Palavras-chave:
Microbiologia; Fitoterapia; Endodontia; Hipoclorito de sódio.Resumo
Objetivo: Avaliar in vitro a ação antimicrobiana do extrato hidroalcóolico da folha de Spondias mombin (cajá), sobre Staphylococcus aureus (ATCC 25923) e Enterococcus faecalis (ATCC 29212). Metodologia: As linhagens microbianas foram cultivadas em caldo BHI (Brain Heart Infusion) e incubadas a 37 °C por 18-20 horas. Em placas de petri contendo Agar Mueller Hinton foi introduzida solução salina inoculada com cada crescimento microbiano e confeccionados cinco orifícios padronizados de aproximadamente seis mm de diâmetro. Foram introduzidos 50µL da substância teste (Extrato Bruto- EB/Substância Pura - SP até a diluição 1:512) nos orifícios e incubadas a 37°C por 24 horas. O ensaio foi realizado em duplicata sobre cada linhagem. Utilizou-se como controles positivos o digluconato de clorexidina a 2% e o hipoclorito de sódio 2,5%. Para análise dos dados utilizou-se parâmetros estatísticos que incluíram valores: mínimo, máximo, média e desvio padrão. Aplicou-se o teste não paramétrico U de Mann-Whitney na comparação da concentração inibitória mínima das substâncias. Resultados: Observou-se que a clorexidina e o extrato do cajá mostraram desempenho superior ao hipoclorito de sódio 2,5% sobre as bactérias testadas. Conforme resultados do teste U de Mann Whitney observou-se estatisticamente significante apenas entre o extrato do cajá e o hipoclorito de sódio 2,5% (p< 0,05). Conclusões: Conclui-se que o extrato da folha de S. mombin apresentou atividade inibitória sobre crescimento planctônico de S. aureus e E. faecalis, estimulando a pesquisa para tratamento de infecções endodônticas persistentes através de produtos bioativos.
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