Agrotóxicos e Chapada Diamantina: consumo e saúde de pequenos agricultores do agropolo de Mucugê e Ibicoara, Bahia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10788Palavras-chave:
Defensivos agrícolas; Perfil socioeconômico; Saúde ocupacional.Resumo
O objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil socioeconômico de pequenos produtores rurais do agropolo de Mucugê e Ibicoara, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil, bem como, investigar os principais fatores de exposição dos produtores aos agrotóxicos e identificar os principais produtos químicos utilizados nos sistemas de produção. Para tanto, realizamos um estudo transversal, com aplicação de questionário semi-estruturado, levando-se em consideração a classificação de pequenos produtores. Foram identificados e entrevistados 31 produtores rurais, com presença predominante do sexo masculino e baixo nível de escolaridade. Os produtores rurais são pouco assistidos pelos órgãos oficiais de assistência técnica e extensão rural, e muitas vezes, adotam práticas e procedimentos inadequados quanto à orientação na prescrição, especificidade, manuseio e uso dos agrotóxicos. Dessa forma, a alta prevalência no uso de agrotóxicos, a orientação inadequada quanto à sua especificidade de ação para o controle de pragas e doenças e medidas inadequadas de saúde ocupacional podem acentuar os riscos de contaminação humana e ambiental.
Referências
Abreu, P. H. B. & Alonzo, H. G. A. (2016). Panorama do uso de agrotóxicos na Bahia: desafios para a vigilância à saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 41(18):1-12. doi: 10.22278/2318-2660.2016.v40.nS2.a2696
Bahia. Lei n. 6.033, de 6 de dezembro de 1996. Aprova o Regulamento da Lei n. 6.455, de 25 de janeiro de 1993. Salvador; 1996. Disponível em: http://www.seia.ba.gov.br/sites/default/files/legislation/DEC6033.pdf
Bastos, L. H. P., Cardoso, M. H. W. M., Nóbrega, A. W. & Jacob, S. C. (2011). Possíveis fontes de contaminação do alimento leite, por agrotóxicos, e estudos de monitoramento de seus resíduos: uma revisão nacional. Caderno de Saúde Coletiva, 19(1): 51-60.
Batista, C. M., Pereira, P. V. & Salomão, P. E. A. (2020). O estudo do consumo do glifosato no município de Teófilo Otoni no período de 2017 e 2018. Research, Society and Development, 9(2): 1-16. doi: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2069
Bedor, C. N. G., Ramos, L. O., Pereira, P. J., Rêgo, M. A. V., Pavão, A. C. & Augusto, L. G. da S. (2009). Vulnerabilidade e situações de riscos relacionadas ao uso de agrotóxicos na fruticultura irrigada. Revista Brasileira de Epidemiologia, 12(1): 39-49.
Bombardi, L. M. (2011). Agrotóxicos e agronegócio: arcaico e moderno se fundem no campo brasileiro. In: T. Merlino & M. L. Mendonça (Orgs.). Direitos humanos no Brasil 2012: relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. São Paulo: Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, p. 75-86.
Brasil. Lei n. 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília (DF). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm
Brasil. Lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
Brito, P. F. de, Gomide. M. & Câmara, V. de M. (2009). Agrotóxicos e saúde: realidade e desafios para mudança de práticas na agricultura. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 19(1): 207-225.
Castro, M. G. G. M., Ferreira, A. P. & Mattos, I. E. (2011). Uso de agrotóxicos em assentamentos de reforma agrária no município de Russas (Ceará, Brasil): um estudo de caso. Epidemiologia e Serviço de Saúde, 20(2). doi: 10.5123/S1679-49742011000200013
Costa, P. M. da, de Assis, F. A., Carvalho, F. J. & de Assis, G. A. (2020) Nível de conscientização de produtores de hortaliças quanto ao uso de agrotóxicos nos Municípios de Goiatuba e Morrinhos, Estado de Goiás, Brasil. Research Society and Development, 9(10). doi: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8470
Delgado, I. F. & Paumgartten F. J. R. (2004). Intoxicações e uso de pesticidas por agricultores do Município de Paty do Alferes, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 20(1): 180-186.
Fraxe, T. J. P., Pinheiro, J. A. C., Costa, M. S. B., Gonçalves, V. V. C., Oka, J. M., Sena, G. M., Carneiro, J. P. R., Pereira, H. S. & Pereira, F. C. (2020). Uso de agrotóxicos e seus impactos socioambientais nos municípios de Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea, Amazonas – Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(5), 31429-31451. doi:10.34117/bjdv6n5-558
Gomes, D. & Serraglio, H. Z. (2017). A responsabilidade civil decorrente do uso e da produção de agrotóxicos no Brasil. Revista Direito Ambiental Sociedade, 7(2): 305-325.
Gonçalves, G. M. S., Gurgel, I. G. D., Costa, A. M., Almeida, L. R, Lima, T. F. P., Silva, E. (2012). Uso de Agrotóxicos e a Relação com a Saúde na Etnia Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil. Revista Saúde e Sociedade, 21(4): 1001-1012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902012000400017
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2006). Censo Agropecuário de 2006. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9827-censo-agropecuario.html?edicao=9829&t=resultados. Acesso em outubro de 2020.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2017). Censo Agropecuário de 2017. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/21814-2017-censo-agropecuario.html?edicao=25757&t=resultados. Acesso em outubro de 2020.
Jacobson, L. S. V., Hacon, S. S., Alvarenga, L., Goldstein, R. A., Gums, C., Buss, D. F. & Leda, L. R. (2009). Comunidade pomerana e uso de agrotóxicos: uma realidade pouco conhecida. Ciência e Saúde Coletiva, 14(6): 2239-2249.
Lopes, C. V. A. & Albuquerque, G. S. C. (2018). Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde em Debate, 42(117): 518-534. doi: 10.1590/0103-1104201811714
Marangoni, J. C. & Silva, J. C. P. da. (2005). Análise de um sistema de informação visual pictórico – embalagens de agrotóxicos. Educação Gráfica. Bauru: Universidade Estadual Paulista, Número Especial.
Marques, C. R. G., Neves, P. M. O. J. & Ventura, M,U. (2010). Diagnóstico do conhecimento de informações básicas para o uso de agrotóxicos por produtores de hortaliças da Região de Londrina. Semina: Ciências Agrárias, 31(3), 547-556.
Moraes R. F. (2019). Agrotóxicos no Brasil: padrões de uso, política da regulação e prevenção da captura regulatória. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Pignati, W. A., Lima, F. A. N. S., Lara, S. S., Correa, M. L. M., Barbosa, J. R., Leão, L. H. C. & Pignatti, M. G. (2017). Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 22(10): 3281-3293. doi: 10.1590/1413-812320172210.17742017
Preza, D. L. C. & Augusto, L. G. S. (2012). Vulnerabilidades de trabalhadores rurais frente ao uso de agrotóxicos na produção de hortaliças em região do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37(125), 89-98. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572012000100012
Ristow, L. P., Battisti, I. D. E., Stumm, E. M. F. & Montagner, S. E. D. (2020). Fatores relacionados à saúde ocupacional de agricultores expostos a agrotóxicos. Revista Saúde e Sociedade, 29(2). doi: 10.1590/S0104-12902020180984
Scharmach, C., Silva, J. C. & Campos, R. (2020). Toxicidade do agrotóxico na função respiratória de agricultores. Brazilian Journal of Development, 6(6): 33740-33756. doi:10.34117/bjdv6n6-069
Shinohara, N. K. S., Padilha, M. R. F., Oliveira, F. H. P. C. & Cabral, J. V. B. (2017). Insegurança alimentar no uso indiscriminado de agrotóxicos. Revista Higiene Alimentar, 31:266/267, 17-21.
Soares, W., Almeida, R. M. V. R & Moro, S. (2003). Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais. Caderno de Saúde Coletiva, 19(4): 1117-1127. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000400033
Teixeira, J. R. B., Ferraz, C. E. O., Couto Filho, J. C. & Casotti, C. A. (2014). Intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola em estados do Nordeste brasileiro, 1999-2009. Epidemiologia e Serviço de Saúde, 23(3):497-508. doi: 10.5123/S1679-49742014000300012
Waichman, A.V. (2008). Uma proposta de avaliação integrada de risco do uso de agrotóxico no estado do Amazonas, Brasil. Acta Amazonica; 38(1): 45-50.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Walter Santos Magalhães Júnior ; Elissandra Ulbricht Winkaler
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
