Realocação de silagens em propriedades rurais: uma abordagem sobre o estado da arte
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10860Palavras-chave:
Deterioração; Nutição animal; Reensilagem; Transporte.Resumo
A introdução de forragens conservadas na dieta animal é uma estratégia viável e de grande relevância, não somente nos períodos de escassez de forragem ofertada via pastejo, mas também, nos sistemas de produção onde o rebanho é confinado, e a base alimentar depende da utilização de alimentos conservados, que participam em níveis expressivos na composição da dieta. Entretanto, uma série de circunstâncias tais como condições climáticas, falta de maquinários e insucesso no planejamento forrageiro, podem tornar-se fator complicador para que a produção de silagem ocorra de maneira eficiente, assegurando a quantidade e qualidade demandada na propriedade. É justamente neste contexto, que a prática de realocação de silagem ou reensilagem surge como opção crescente no Brasil, visando atender as demandas mencionadas anteriormente, assim como fortalecer o mercado focado na comercialização de silagem entre fazendas. Com isso, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura para abordar os aspectos inerentes à realocação de silagem dentro da propriedade rural. A metodologia empregada possui natureza qualitativa e cunho descritivo. Os resultados das pesquisas apontam possível impacto na qualidade de silagens realocadas, porém alguns deles podem existir em função da exposição e possível deterioração aeróbia da silagem, influenciando o consumo e desempenho animal. Os estudos têm demonstrado que esta é uma prática passível de realização, no entanto a eficiência ao longo de todo processo estará intimamente ligada à qualidade do produto final que será ofertado aos animais.
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