Panorama sanitário das populações ribeirinhas da Amazônia Brasileira e as tecnologias sociais aplicáveis
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10898Palavras-chave:
Tecnologias sociais; Amazônia; Ribeirinhos; Panorama sanitário.Resumo
Tão grande quanto os encantos e dimensões da Amazônia são as limitações ao acesso a sistemas de saneamento básico que sua população ribeirinha enfrenta, assim surge o seguinte questionamento: existem soluções capazes de atender as necessidades dessa população de maneira mais imediata? Dentro dessa perspectiva estão as Tecnologias Sociais, que são metodologias, produtos ou técnicas desenvolvidas em conjunto com as comunidades atendidas e se apresentam como alternativas simples e de baixo custo para a solução de problemas. O objetivo desta pesquisa é apresentar as características e um breve panorama sanitário da população ribeirinha da Amazônia brasileira, assim como realizar o levantamento das tecnologias sociais desenvolvidas para o atendimento de suas necessidades no âmbito do saneamento básico. Foi realizada uma pesquisa descritiva e bibliográfica, tendo como foco as informações relacionadas às comunidades ribeirinhas apenas da Amazônia Brasileira. Índices precários de esgotamento sanitário, e a incapacidade ou inexistência de políticas públicas são evidenciados nos estudos sobre essas comunidades, restando à população apenas recorrer aos hábitos que lhe estão disponíveis e que propiciam o surgimento de doenças. Ao analisar as tecnologias sociais encontradas, é notável uma discrepância entre a quantidade de experiências de acordo com o propósito a que se destina dentro das vertentes do saneamento. Em suma, dificuldade de acesso, condições inadequadas e/ou inexistência de sistemas de saneamento básico, falta de energia elétrica e serviços de saúde, são fatores predominantes nas áreas de habitação das populações ribeirinhas. Assim, a implantação de tecnologias sociais são valiosas ferramentas para o suprimento de tais carências.
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