Intervenção comportamental em políticas públicas brasileiras: o caso da lei 12.618/2012

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.10979

Palavras-chave:

Economia Comportamental; Políticas Públicas; FUNPRESP; Heurísticas e Vieses comportamentais; Previdência complementar.

Resumo

Contexto: no Brasil, o uso de intervenções comportamentais (IC) em políticas públicas (PP) ainda é incipiente. Objetivo: o presente trabalho tem como objetivo analisar a IC, em uma experiência pioneira na utilização da Economia Comportamental (EC) no design de PP no Brasil, criada para instituir o regime de previdência complementar dos servidores públicos federais. Métodos: o estudo de caso foi realizado utilizando dados dos portais da FUNPRESP, Transparência e Painel PEP e análise documental. Na abordagem qualitativa, foi utilizada a hermenêutica jurídica para interpretar o sentido e aplicação das normas envolvidas no estudo buscando a ampliação das possibilidades de sua compreensão. Resultados: indicam que a IC contribuiu para o aumento significativo do número de participantes no plano de previdência complementar e o aumento de adesões voluntárias por meio de campanhas que mitigaram os efeitos das heurísticas e vises cognitivos predominantes no processo de decisão relacionado à adesão de planos de previdência. Conclusões: fica evidenciada que a utilização dos conhecimentos da EC na previdenciária potencializa os resultados da política. Porém, por se tratar da análise de um caso específico, não se tem indícios suficientes para se generalizar a eficácia das intervenções comportamentais em políticas públicas.

Referências

Bhargava, S., & Loewenstein, G. (2015). Behavioral economics and public policy 102: Beyond nudging. American Economic Review, 105(5), 396-401. https://www.aeaweb.org/articles?id=10.1257/aer.p20151049.

Brasil. (2012). Decreto no 7.808, de 20 de setembro de 2012. Dispõe sobre a criação da Funpresp-Exe.

Camerer, C. F. (2014). Behavioral economics. Current Biology, 24(18), R867-R871. https://www.scienced irect.com/science/article/pii/S0960982214009038.

Campos Filho, A. C., & Paiva, L. H. D. S. D. (2018). Economia Comportamental Aplicada às Políticas Públicas. https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3127.

Choi, J. J., Laibson, D. I., & Madrian, B. C. (2005). Are empowerment and education enough? Underdiversification in 401 (k) plans. Brookings papers on economic activity, 2005(2), 151-213. https://www.brookings.edu/wp-content/uploads/2005/06/2005b_bpea_choi.pdf.

Contel, F. B. (2011). Território e finanças: técnicas, normas e topologias bancárias no Brasil (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-01062007-135730/publico/TESE_FABIO_BETIOLI_CONTEL.pdf.

Creswell, J. W. (2010). Mapping the developing landscape of mixed methods research. SAGE handbook of mixed methods in social & behavioral research, 2, 45-68. https://methods.sagepub.com/book/sage-handbook-of-mixed-methods-social-behavioral-research-2e/n2.xml.

Federal, Governo. Controladoria-Geral da União(CGU): Portal da Transparência. 2020. https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/transparencia-publica/portal-da-transparencia.

Federal, Governo. Ministério da Economia. Painel Estatístico de Pessoal. https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento/servidores/painel-estatistico-de-pessoal.

Godoy, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE-revista de administração de empresas, 35(2), 57-63. https://rae.fgv.br/rae/vol35-num2-1995/introducao-pesquisa-qualitativa-suas-possibilidades.

Investidor Institucional. Revista do investidor institucional. https://www.investidorinstitucional. com.br/component/flippingbook/book/161-investidor-institucional-321-dez2019-jan2020/1-revistainvestidorinsti tucional.html?Itemid=1504.

Low, D. (2012). Introduction: Cognition, Choice and Policy Design. In Behavioural Economics And Policy Design: Examples from Singapore (pp. 1-13).

Lüdke, M., & André, M. E. D. A. (1986). Abordagens qualitativas de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso. São Paulo: EPU, 11-24.

Samson, A. (2014). The behavioral economics guide 2014 (with a foreword by George Loewenstein and Rory Sutherland). http://eprints.lse.ac.uk/58027/.

Simon, H. A. (1955). A behavioral model of rational choice. The quarterly journal of economics, 69(1), 99-118. https://academic.oup.com/qje/article-abstract/69/1/99/1919737.

Simon, H. A. (1978). Rationality as process and as product of thought. The American economic review, 68(2), 1-16. https://www.jstor.org/stable/1816653?seq=1.

Soman, D. (2015). The last mile: Creating social and economic value from behavioral insights. University of Toronto Press. https://utorontopress.com/us/the-last-mile-4.

Sousa Lourenco, J., Ciriolo, E., Rafael Almeida, S., & Dessart, F. (2016). Behavioural Insights Applied to Policy-Country Overviews 2016 (No. JRC100547). Joint Research Centre (Seville site). https://ec.europa.eu/jrc/en/publication/thematic-reports/behavioural-insights-applied-policy-country-overviews-2016.

Starmer, C. (2015). Entendendo preferências: o que podemos aprender com a economia comportamental. Ávila, Flávia; Bianchi, Ana Maria. Guia de Economia Comportamental e Experimental. São Paulo: Economiacomportamental. org, 60-75. http://www.economiacomportamental.org/guia-economia-comportamental.pdf.

Tabak, B. M., & Amaral, P. H. R. (2018). Vieses cognitivos e desenho de políticas públicas. Revista Brasileira de Políticas Públicas, 8(2), 472-491.

Team, B. I. (2014). EAST: Four simple ways to apply behavioural insights. Behavioural Insight Team, London.

Thaler, R. H., & Sunstein, C. R. (2009). Nudge improving decisions about health, wealth, and happiness. Penguin.

Vidal, L. F. M. (2018). Economia comportamental e alfabetização financeira no Brasil: impactos na previdência privada. https://tede2.espm.br/handle/tede/327.

World bank (2019). “World Development Report: Mind, Society and Behavior”. World Bank Group. https://www.worldbank.org/en/programs/embed.

Downloads

Publicado

01/01/2021

Como Citar

AYROZA, I. F. L. .; RODRIGUES, W.; PEDROZA FILHO, M. X.; CARNEIRO, L. de A. . . Intervenção comportamental em políticas públicas brasileiras: o caso da lei 12.618/2012. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e0610110979, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i1.10979. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10979. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais