Narrativas de vida de pessoas com insuficiência renal crônica: autocuidado e mecanismos de enfrentamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11078

Palavras-chave:

Enfermagem; Insuficiência Renal Crônica; Autocuidado; Promoção da saúde; Teoria de enfermagem.

Resumo

A Doença Renal Crônica é caracterizada por uma perda progressiva, e irreversível, da função glomerular, tubular e endócrina dos rins. Considerada uma das mais graves de todas as doenças crônicas em função dos agravos, danos físicos, psicológicos e consequências para a vida cotidiana das pessoas influenciando no seu autocuidado. Objetivos: Identificar nas narrativas de vida de pessoas em tratamento conservador da insuficiência renal crônica como se deu a descoberta do diagnóstico; e como elas projetam suas necessidades de autocuidado e mecanismos de enfrentamento. Método: Descritivo, qualitativo e Narrativa de Vida, fundamentando-se no referencial teórico de Nola Pender. Amostra de conveniência contemplando 14 pessoascom doença renal crônica, em instituição universitária. Entrevista aberta com realização de análise temática. Resultados: Foram evidenciadas diferentes experiências em relação à descoberta da insuficiência renal crônica, com necessidade de mudanças no seu modo de viver. Os mecanismos de enfrentamentos surgiram das alterações da alimentação apoiadas pela família e crença religiosa.Considerações finais: A descoberta do adoecimento ocorreu ao acaso, associada a outras patologias ou sinais e sintomas. Todo o processo do adoecimentofoi marcado pela dor, sofrimento de diversas formas, desconfiança do diagnóstico e negação da doença. Quanto a projetar suas necessidades de autocuidado e mecanismos de enfrentamento, os resultados evidenciaram a premência de um atendimento mais humano, frente à dificuldade de acesso, ao tempo de espera ea busca de atendimento. O enfermeiro é primordial nas práticas criativas para influenciar a Promoção da Saúde ajudando a ressignificar as experiências negativas e favorecendo a reinserção desses indivíduos na sociedade em que vivem.

Referências

Bertaux, D. (2010). Narrativas de vida: a pesquisa e seus métodos. São Paulo: EDUFEN- Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Brasil. Ministério da saúde (2014). Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica - DRC no sistema único de saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada à Temática. (2018) Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica – DRC no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde

Burrows, N. R., Vassalotti, J. A., Saydah, S. H., Stewart, R., Gannon, M., Chen, S., Li, S., Pederson, S., Collins, A. J., & Williams D. E (2018). Identifying High-Risk Individuals for Chronic Kidney Disease: Results of the CHERISH Community Demonstration Project. Am J nephrol, 48 (6), 447-455. DOI: https://doi.org/ 10.1159/000495082

Canziani, M. F., & Kirsztajn, G. M (2017). Doença renal crônica: manual prático uso diário, ambulatorial e hospitalar. São Paulo: Livraria Baliero.

Cavalcante, V. C. M., Lamy, Z. C., Santos, E. C., & Costa, J. M. (2015). Portadores de doença renal crônica em fase produtiva: percepções sobre limitações resultantes do adoecimento. RevMed, 25 (4), 484-492.DOI: https://doi.org/10.5935/2238-3182.20150112.

CDC-Centers for Disease Control and Prevention (2019). Chronic Kidney Disease in the United States. Atlanta, GA: US Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention. Recuperado de: https://www.cdc.gov/kidneydisea se/pdf/2019_National-Chronic-Kidney-Disease-Fact-Sheet.pdf.

Carta de Ottawa. (1986). Primeira conferência internacional sobre promoção da saúde. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf.

Chehuen, J. A. N., Costa, L. A., Estevanin, G. M., Bignoto, C. T., Vieira, C. I. R., Pinto, F. A. R., & Ferreira, R. E.(2019) Letramento funcional em saúde nos portadores de doenças cardiovasculares crônicas. Ciênc. Saúde Colet. 24(3), 1121-32. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.02212017.

Cruz, M. R., Salimena, A. M. O., Souza, I. E. O., & Melo, M. C. S. C. (2016). Descoberta da doença renal crônica e o cotidiano da hemodiálise. CienCuidSaude, 15(1): 36-46. DOI: https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v15i1.25399.

Galvão, J. O., Matsuoka, E. T., Castanha, A. R., & Furtado, F. M. S. F. (2019). Processo de enfrentamento e resiliência em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Contextos Clinic., 12(2): 659-689. DOI: https://doi.org/10.4013/ctc.2019.122.13.

Havas, K., Douglas, C., & Bonner, A. (2017). Person-centredcare in chronic kidney disease: a cross-sectional study of patients' desires for self-management support. BMC nephrology, 18 (1), 17.DOI: https://doi.org/10.1186/s12882-016-0416-2.

Hoyos, G. P. A, Borjas, D. M. B., Ramos, S. A., & Meléndez, R. M. O. (2011). El modelo de promoción de La salud de Nola Pender. Uma reflexión em torno a su comprensuón. Enferm.Univ,8 (4), 16-23. Recuperado de: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci _arttext&pid=S1665-70632011000400003.

Jesus, M. N., Souza, G. F., Rodrigues, C. M., Neto, O. P. A., Rodrigues, D. D. M., & Cunha, C. M (2019).Quality of life of individuals with chronic kidney disease on dialysis Braz. J. Bras. Nefrol, 41(3), 364-374. DOI: https://dói.org/10.1590/2175-8239-jbn-2018-0152.

Kahn, L. S., Vest, B. M., Madurai, N., Singh, R., York, T. R. M., Cipparoni, C. W., Reilly, S., Malik, K. S., & Fox, C. H. (2015). Chronic kidney disease (CKD) treatment burden among low-income primary care patients. ChronicIlln, 11(3):171-183. DOI: https://doi.org/101177/1742395314559751.

Kazley, A., Johnson, E., Simpson, K., Chavin, K., & Baliga, P. (2015). African American Patient Knowledge of Kidney Disease: A Qualitative Study of Those Chronic Kidney Disease. Chronic Illn,11(4):245-55. DOI: https://doi.org/10.1177/1742395314556658.

Lins, S. M., Leite, J. L., Godoy, S., Tavares, J. M., Rocha, R. G., & Silva, F. V. (2018). Adesão de portadores de doença renal crônica em hemodiálise ao tratamento estabelecido. Acta Paul Enferm., 31(1):54-60. DOI:https://dói.org/10.1590/1982-0194201800009.

Marinho, A. W. G. B., Penha, A. P., Silva, M. T., & Galvão, T. F. (2017). Prevalência de doença renal crônica em adultos no Brasil: revisão sistemática da literatura. Cad. Saúde Colet.,25(3), 379-388. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462x201700030134.

Ministério da Saúde (2016). Nefrologia multidisciplinar. UNA-SUS, Introdução ao estudo da doença crônica: Unidade 2. São Luiz do Maranhão. Recuperado de: www.unasus.ufma.br.

Pareira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria, RS: UFSM, NTE.e-book. Recuperado de: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/358/2019/02/Metodologia-da-Pesquisa-Cientifica_final.pdf.

Pender, N. J., Murdaugh, C. L., & Parsons, M. A. (2011). Health promotion in nursing practice. Boston: Eghth Edition.

Petiprin, A. (2016). Health promotion model. Nursing Theory. Retrieved from. Recuperado de: http://www.nursingtheory.org/theories-and-models/pender-health-promotion-model.php.

Pham, T. V., Beasley, C. M., Gagliardi, J. P., Koenig, H. G., & Stanifer, J. W. (2019). Spirituality, Coping, and Resilience Among Rural Residents Living with Chronic Kidney Disease. J Relig Health, 59, 2951-2968. DOI: https://doi.org/10.1007/s10943-019-00892-w.

Ribeiro, W. A., Andrade, M., Fassarella, B. P. A., Santana, P. P. C., Costa, P. A. F. S., & Morais, M. C.(2018). Enfermeiro protagonista na educação em saúde para o autocuidado de pacientes com doença renal crônica. Revista Pró-univerSUS, 9(2):60-65. Recuperado de: http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RPU/article/view/1378.

Silva Júnior, G. B., Oliveira, J. G. R., Barros, L., & Martins, C. T. B. (2019). A nefrologia e o sistema de saúde no Brasil. São Paulo: Livraria Balieiro.

Silva, R. A. R., Souza, N. L., Oliveira, G. J. N., Silva, B. C. O., Rocha, C. C. T., & Holanda, J. R. R. (2016). Estratégias de enfrentamento utilizadas por pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Esc. Anna Nery Ver. Enferm., 20(1): 147-154. DOI: https://doi.org/ 10.5935/1414-8145.20160020.

Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), (2018). Sociedade Brasileira de Nefrologia Censo. SBN, 24(114). Recuperado de: https://arquivos.sbn.org.br/uploads/sbninforma114-2.pdf

Sousa, L., Marques-Vieira, C., Severino, S., Gomes, J. C., & Guerreiro J. H. M (2017). Análise fatorial confirmatória da Depression Anxiety Stress Scale em pessoas com Doença Renal Crónica. Ver. Port. Enferm. saúde mental, (spe5), 13-18. DOI: https://doi.org/10.19131/rpesm.0161.

Stanifer, J. W., Turner, E. L., Egger, J. R., Thielman, N., Karia, F., Maro, V., Kilonzo, K., Patel, U. D., & Yeates, K. (2016). Knowledge. Attitudes, and Practices Associated With Chronic Kidney Disease in Northern Tanzania: A Community-Based Study. PLoSOne, 11(6):e0156336. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0156336.

Teruel, J. L., Vion, V. B., Couto, A. G., Gorrín, M. R., Lucas, M. F., Mendiola, N. R., & Quereda, C. (2015). Choosing conservative therapy in chronic kidney Disease, 35(3):273-279. DOI: https://doi.org/10.1016/j.nefroe.2015.06.004 .

Tong, A., Sainsbury, P., & Craig, J. (2007). Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int. J. Qual.Health Care, 19(6), 349-357. Recuperado de: watermark.silverchair.com/mzm042.pdf.

Xavier, B. L. S., Santos, I., & Silva, F. V. C. (2017). Promovendo autocuidado em clients em hemodiáliese: aplicação do diagram de nola pender. J. res. Fundam. care. online, 9(2), 545-550. DOI: https://doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.

Xavier, S. S. M., Germano, R. M., Silva, I. P., Lucena, S. K., Martins, J. M., & Costa, I. K. F. (2018). In the current of life: the discovery of chronic kidney disease. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 22(66), 841-851. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0834.

Downloads

Publicado

25/12/2020

Como Citar

TERRA, B. dos S. .; BERARDINELLI, L. M. M. .; SANTOS, R. da S. .; SANTOS, M. L. S. C. dos .; SILVA, F. V. C. e . Narrativas de vida de pessoas com insuficiência renal crônica: autocuidado e mecanismos de enfrentamento. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 12, p. e30991211078, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i12.11078. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11078. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde