“Tempos ultramodernos”: consequências do uso do smartphone em trabalhadores
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11162Palavras-chave:
Smartphone; Comportamento; Promoção de saúde; Sintomas musculoesqueléticos; Saúde do trabalhador.Resumo
O uso ubíquo e a todo momento dos smartphones no ambiente de trabalho tem contribuído para o aumento das doenças musculoesqueléticas. Objetivo: Identificar os sintomas associados a saúde dos trabalhadores como o resultado do uso constante dos smartphones no ambiente de trabalho. Métodos: Estudo quantitativo transversal com trabalhadores de uma cidade do sul do Brasil recrutados por meio de chamada em redes sociais online. Foi aplicado um questionário composto por questões socioeconômicas, comportamento de uso dos dispositivos dentro e fora do trabalho e presença de sintomas musculoesqueléticos. Os dados foram submetidos à análise estatística e testes de associação. Resultados: 326 indivíduos responderam e 196 constituíram a amostra. A amostra foi composta predominantemente do sexo feminino (61,54%), ensino superior incompleto (47,18%), renda mensal de até dois salários (45,64%), relataram usar sempre o smartphone (62%) e percebê-lo como necessário para a sua atividade profissional (55,9 %). Não houve evidência de associação entre o uso diário do smartphone com a presença de sintomas condicionados à atividade física. Porém, o estudo constatou que quanto menor a renda, maior é o tempo de uso do aparelho fora do expediente (P = 0,0281), para realizar atividades a ele relacionado. Conclusão: Smartphones são tecnologias recentes, ajustes sociais ainda estão sendo negociados, mas a falta de regulamentação de como e quando usá-lo dentro e fora do trabalho, são discussões que emergem desse contexto.
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