A saúde bucal das comunidades indígenas brasileiras: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11326Palavras-chave:
Saúde Bucal; Saúde Indígena; Índios sul-americanos.Resumo
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 240 comunidades indígenas. As características etnográficas dessas comunidades corroboraram para uma grande variedade de determinantes do processo saúde-doença, onde a efetividade das ações de atenção à saúde básica é uma missão desafiadora. Este trabalho trata-se de uma revisão integrativa, que objetivou analisar estudos sobre as condições de saúde bucal dos povos indígenas brasileiros, seus objetivos e resultados. Os artigos compilados neste estudo foram selecionados por meio das bases de dados: PubMed, Lilacs e Scielo. O levantamento limitou-se aos artigos publicados nos idiomas inglês e português, entre os anos de 2000 a 2020, utilizando os descritores padronizados: Saúde Bucal; Saúde Indígena; Índios Sul-Americanos e seus correspondentes em inglês, em todas as combinações foi utilizado o operador booleano And. Para que pudessem serem incluídos na análise, utilizou-se os seguintes critérios: estar em formato de artigo, possuírem título e resumo que se assemelhem aos objetivos do trabalho e estar publicado na íntegra. Observou-se que devido as peculiaridades sócio-demográficas, cercearam muitos destes aos benefícios de programas assistenciais odontológicos de rotina, tendo como consequência um controle insipiente da cárie e desenvolvimento de várias doenças bucais. Contudo, ficou evidente que a condição de saúde bucal dos povos indígenas brasileiros apresenta-se precária e que essa condição de degradação só poderá ser dirimida por meio de estudos epidemiológicos mais abrangentes, além da execução de ações de prevenção e promoção à saúde bucal.
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