Desigualdades sociais e Saúde: novas reflexões frente Bauman e Dalrymple
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11393Palavras-chave:
Desigualdade social; Políticas Públicas; Saúde Coletiva; Ciências Sociais; Welfare State.Resumo
A desigualdade social é um fenômeno relevante para as Ciências Humanas e Sociais, e Ciências da Saúde, sobretudo à Saúde Coletiva, dada a intercessão destas áreas ao lidar com realidades comunitárias. Portanto, este ensaio busca realizar uma análise teórico-crítica acerca das desigualdades sociais, suas repercussões na Saúde Coletiva e como novas teorias sociais ajudam a interpretar este fenômeno. Para tanto, realizou-se uma explanação prévia sobre o conceito de Desigualdade Social, seguida de uma síntese acerca da Desigualdade Social em Saúde; por fim, procedeu-se com uma análise crítica do arcabouço teórico estudado, conectando a “modernidade líquida” do sociólogo polonês Zygmunt Bauman com o conceito de underclass do psiquiatra e ensaísta britânico Theodore Dalrymple, contemplando as multifacetas das desigualdades sociais em saúde frente às conjunturas atuais da Saúde Pública. A partir da discussão da temática, foi notória como a cultura de liquidez da atualidade, juntamente com a ação das underclasses em seu individualismo pode fomentar a manutenção das desigualdades sociais e suas inúmeras facetas, inclusive na Saúde Coletiva. Assim sendo, tornar-se urgente repensar as ações de combate às desigualdades sociais, incorporando novas perspectivas, como a modernidade líquida e analisando a maneira como o Estado institucionaliza a miséria das underclasses.
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