Prevalência de hemoglobinopatias em gestantes de uma maternidade de referência de Teresina, Piauí, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.11499

Palavras-chave:

Hemoglobinopatias; Gestantes; Anemia falciforme.

Resumo

Objetivo: Identificar a prevalência de hemoglobinopatias em gestantes triadas pela Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina no estado do Piauí. Métodos: Foram analisadas 19 gestantes com padrões hemoglobínicos alterados, triados na Maternidade Dona Evangelina Rosa, no período de outubro de 2015 a junho de 2016. Os dados foram organizados em banco de dados no Microsoft Office Excel. E a análise realizada utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS) versão 23.0. Resultados: O traço falciforme (Hb AS e AC) teve uma prevalência de 5,17% (1:19). Das 19 gestantes com padrões hemoglobínicos alterados, a mais prevalente foi a HbAS com (78,94%), seguida da Hb AC totalizando (21,05%). A maioria das gestantes estudadas que apresentaram hemoglobinopatias era constituída pela etnia parda (69,15%), seguidos por branca (5,25%). Em sua maioria as gestantes com alterações eram prevalentemente de cidades do estado do Piauí, com destaque para Teresina (52,63%) seguido por José de Freitas (15,78%).Também foi evidenciado uma prevalência na faixa etária de 31 a 35 anos (42,10%), escolaridade com médio incompleto (57,89%), idade gestacional no terceiro trimestre (94,73%), histórico gestacional de 2 a 3 gestações (47,36%), tipo de parto com cesariana (52,63%), ausência de histórico de aborto (78,94%) nas gestantes com hemoglobinopatias. Conclusão: A prevalência das hemoglobinas anormais nas gestantes triadas identificou traços falciforme (Hb AS e AC) evidenciando a necessidade de intervenções, como ações voltadas à atenção e cuidado da gestante e da criança durante o primeiro ano de vida, bem como aconselhamento genético para futura gravidez.

Biografia do Autor

Evaldo Hipólito de Oliveira, Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba (1990), graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal da Paraíba (1991), graduação em Direito pela Universidade Federal do Piauí (1999), Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (2010), mestrado em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (2002), especialização em Vigilância Sanitária e Epidemiológica (1997) e Citologia Clínica (2005). Foi Diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Piauí-LACEN-PI (2003 a 2007). Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Piauí de microbiologia clínica e imunologia clínica (1994). Tem experiência na área de Farmácia (Interdisciplinaridade), atuando principalmente nos seguintes temas: análises clínicas ( bacteriologia, virologia, imunologia, citologia e hematologia ) e Vírus Linfotrópico de Células T Humanas-1/2-HTLV-1/2, HIV, HBV e HCV (Epidemiologa, Imunologia e Análise Molecular).

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Publicado

21/03/2021

Como Citar

SAMPAIO, S. S. de C.; LIMA, A. A. de S.; GONÇALVES, L. L. M. e .; SENA NETO, L. R. de .; VERDE , R. M. C. L. .; OLIVEIRA, E. H. de . Prevalência de hemoglobinopatias em gestantes de uma maternidade de referência de Teresina, Piauí, Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e42910311499, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.11499. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11499. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde