Avaliação do comportamento reológico de argamassa de revestimento por meio do ensaio de cisalhamento direto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11617Palavras-chave:
Argamassa; Estado fresco; Cisalhamento direto; Resistência à compressão simples; Microscopia eletrônica de varredura.Resumo
O comportamento das argamassas no estado fresco tem sido objeto de diversas pesquisas recentes no Brasil. Torna-se, portanto, interessante a adoção de novas tecnologias que busquem otimizar o desempenho das argamassas, melhorando o conhecimento das suas propriedades, possibilitando uma aplicação produtiva e minimizando, sobretudo, futuras falhas. O artigo analisa o comportamento de argamassas de revestimento, no estado fresco, verificando a eficácia da utilização do equipamento de cisalhamento direto com diferentes combinações de traços e materiais de composição. Foram dosados quatro traços de argamassa, com proporções distintas da cal (TR1 = 1:0:6; TR2 = 1:0,5:6; TR3 = 1:1:6 – referência; TR4 = 1:1,5:6), apresentando espalhamento (flowtable) constante e igual a 245 ± 5 mm. Os ensaios de cisalhamento direto foram realizados aplicando diferentes tensões normais (10 kPa, 37 kPa e 50 kPa) e velocidade cisalhante de 0,2 mm/min. O método permitiu identificar aumento das tensões cisalhantes, coesão, ângulo de atrito e deslocamentos horizontais à medida que a cal é adicionada na mistura, indicando a sensibilidade do método e grande potencial de sua utilização para essa avaliação em argamassas em estado fresco. A adição de cal ao traço eleva o fator água/cimento para uma mesma trabalhabilidade no estado fresco, mas no estado endurecido pode aumentar a porosidade das argamassas, causando perda de RCS. As eletromicrografias permitiram identificar os poros, os arranjos entre os constituintes, a rugosidade das superfícies, as zonas de interface entre materiais e os cristais presentes na pasta-ligante.
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