Insegurança alimentar e nutricional em famílias de uma comunidade agroextrativista no estado do Ceará

Autores

  • Sandra Maria de Oliveira Centro Universitário Uninta

DOI:

https://doi.org/10.17648/rsd-v6i3.117

Palavras-chave:

Insegurança alimentar. Indicadores antropométricos. Condições socioeconômicas.

Resumo

O presente estudo buscou apresentar a situação de insegurança alimentar vivida por famílias residentes na comunidade Terra Nova do município de Massapê no Estado de Ceará, Brasil. Trata-se de estudo quantitativo com abordagem transversal. Utilizou-se questionário para avaliar as características sócio demográficas, juntamente com a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar - EBIA – com 15 questões que refletem a insegurança alimentar em diferentes níveis de intensidade. Foram pesquisadas 28 famílias e obtidas informações sobre renda familiar, condição sócio econômica, de moradia, de saneamento básico, escolaridade e consumo alimentar. A prevalência de insegurança alimentar em domicílios com moradores com mais de 18 anos foi de 75%, sendo 25% leve, 50% moderada e 0% grave. Já para os domicílios com pelo menos um morador menor de 18 anos a prevalência de insegurança alimentar foi de 100%, sendo 41,67% leve, 50% moderada e 8,33% grave. Mais da metade das famílias (75%) viviam com até ½ salário mínimo por mês. A maioria das famílias (82,15) relatou ser beneficiária de programa de transferência de renda, no caso, o Bolsa Família. Os resultados apresentados demonstram que apesar de existirem no Brasil políticas públicas de combate à fome, há ainda grande número de famílias residentes, principalmente na região Nordeste, que vivem em situação de vulnerabilidade social. Sendo assim é necessário e essencial a criação e implementação de ações de caráter estruturante que possam reverter esse quadro, tanto no que concerne à produção de alimentos, bem como ao acesso de alimentos em qualidade e quantidade suficiente para suprir tais deficiências.

Biografia do Autor

Sandra Maria de Oliveira, Centro Universitário Uninta

Saúde

Referências

Abrandh – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos [homepage na internet] Brasília; (2010). Disponível em: http://www.abrandh.org.br/artigos.html

Aires, J. S., Martins, M. C., Joventino, E. S.; & Ximenes, L. B. (2012). (In) Segurança alimentar em famílias de pré-escolares de uma zona rural do Ceará. Acta Paul Enferm. Fortaleza, 25 (1): 102-108.

Albuquerque, M. F, M. (2009). A segurança alimentar e nutricional e o uso da abordagem de direitos humanos no desenho das políticas públicas para combater a fome e a pobreza. Rev. Nutr. Campinas. Campinas, 22 (6):895-903.

Almeida, J. A., Santos, A. S., Nascimento, M. A. O., Oliveira, J. V. C., Silva, D. G.; & Mendes-Netto, R. S. (2017). Fatores associados ao risco de insegurança alimentar e nutricional em famílias de assentamentos rurais. Ciência & Saúde Coletiva, 22 (2): 479-488. doi: 10.1590/1413-81232017222.27102015

Anschau, F. R., Matsuo, T.; & Segall-Corrêa, A. M. (2012). Insegurança alimentar entre beneficiários de programas de transferência de renda. Rev. Nutr., Campinas, 25 (2): 177-189.

Antunes, M. M. L., Sichieri, R.; & Salles-Costa, R. (2010). Consumo alimentar de menores de três anos residentes em área de alta prevalência de insegurança alimentar domiciliar. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, nº 8, p. 1642-1650.

Alvarenga, E. M. de. (2012). Metodologia de Investigação Científica. Universiad Nacional de Assunción – UNA – Faculdad de Filosofia / Faculdad de Ciências Médicas – Carrera de Kinesiologia. Assunción, Paraguay.

Apa. (2012). Manual de publicação da APA / American Psychological Association. Porto Alegre/RS. Penso.

Belik, W. (2003) Perspectivas para segurança alimentar e nutricional no Brasil. Revista Saúde e Sociedade, v. 12, n.1. 12-20.

Berlt, F.M.G. (2007) Insegurança alimentar nas famílias sob cobertura da estratégia saúde da família. Cinergis. 8 (2): 27-36.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

Brasil. Decreto-lei nº 8.618, de 29 de dezembro de 2015. Regulamenta a Lei nº 13.152, de 29 de julho de 2015, que dispõe sobre o valor do salário mínimo e a sua política de valorização de longo prazo.

Brasil. (2014). Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O Estado de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil. Um retrato multidimensional.

Brasil. (2011). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN.

Brasil. (2014). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação geral da política de alimentação e nutrição. Guia alimentar para a população brasileira.

Brasil. (2010). Ministério do Planejamento, Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate a Fome, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2009. Segurança Alimentar, Brasil.

Brasil. (2009). Centro Brasileiro de Análise e Planejamento/Ministério da Saúde.

Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher: PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança.

Brasil (2006). Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileira de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD - 2004.

Brasil. (2004), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil.

Ceará. (2015). Arquivo da Associação Comunitária Produtiva de Terra Nova. Histórico da Comunidade Terra Nova.

Cadermatori, L. H. U. & Grubba, L.S. (2012). O embasamento dos direitos humanos e sua relação com os direitos fundamentais a partir do diálogo garantista com a teoria da reinvenção dos direitos humanos. Revista Direito GV, São Paulo 8 (2). 703-724.

Corrêa, A. M. S. (2007). Insegurança alimentar medida a partir da percepção das pessoas. Estudos avançados. Campinas-SP, 60. 143-154.

Cordeiro, G. R., Molina, N. L. e Dias, V. F. (2014) (Org.) Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba-PR. InterSaberes.

Erhardt, C. (2015) O direito humano à alimentação adequada como direito fundamental. Curitiba-PR. Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Ferreira, H. S. (2011). Redação de trabalhos acadêmicos nas áreas das ciências biológicas e da saúde. Rio de Janeiro: Editora Rubio.

Filgueiras, M. C., Lima, N. V. R., Souza, S. S. & Moreira, A. K. F. (2012). Prevalência de obesidade em crianças de escolas públicas. Revista Ciência & Saúde. Porto Alegre, v. 5, n. 1, 41-47.

Godoy, K., Sávio, K. E. O., Akutsu, R. C., Gubert, M. B., & Botelho, R. B. A. (2017). Food insecurity and nutritional status of individuals in a socially vulnerable situation in Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 22 (2):607-616. doi: 10.1590/1413-81232017222.17132016

Guerra, L. D. S. (2011). Análise da insegurança alimentar e fatores associados em domicílios com adolescentes de municípios da área de abrangência da BR 163 – Mato Grosso, Brasil, 2011.

Kauark, F. (2010). Metodologia da pesquisa: guia prático / Fabiana Kauark, Fernanda Castro Manhães & Carlos Henrique Medeiros. – Itabuna: Via Literarum,

Lindermann, I. L., Oliveira, R. R.; & Mendoza-Sassi, R. A. (2015). Dificuldades para alimentação saudável entre usuários da atenção básica em saúde e fatores associados. Ciência & Saúde Coletiva, 21 (2): 599-610. doi: 10.1590/1413-81232015212.04262015

Magalhães, R. (2014). Avaliação de políticas e inciativas públicas de segurança alimentar e nutricional: dilemas e perspectivas metodológicas. Ciência & Saúde Coletiva, 19 (5): 1339-1346. doi: 10.1590/1413-81232014195.12202013

Maluf, R. S. & Reis, M. C. (2005) Manifestações de insegurança alimentar. Material Didático preparado para o curso Conceitos e Princípios de SAN: Projeto Construindo Capacidades em SAN. Toronto, Centre for Studies in Food Secutrity/Ryerson University: Rio de Janeiro, Ceresan/ CPDA/UFRRJ.

Mancuso, A. M. C.; Vieira, V. L.& Costa, C. G. A. In Garcia, R. W. D. (Coord.) (2012). Mudanças alimentares e educação nutricional: nutrição e metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Marconi, M. A.& Lakatos, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo – SP. Atlas.

Marucci, M.F.N.; Roediger, M. A.& Santos, L. O. (2014). Nutrição no Ciclo da Vida: Adultos e Idosos. In CARDOSO. M. A. / Nutrição em Saúde Coletiva / São Paulo. Editora Atheneu.

Mendes, M. F.; Neves, S.M.A.; Neves, R.J.& Silva, T. P. (2014). A organização das mulheres extrativistas na região Sudoeste mato-grossense. Estudos Feministas, Florianópolis, 22 (1): 416.

Morais, D. C., Dutra, L. V., Franceschini, S. C. C.; & Priore, S. E. (2014). Insegurança alimentar e indicadores antropométricos, dietéticos e sociais em estudos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, 9 (5): 1475–1488. doi: 10.1590/1413-81232014195.13012013

Nobre, L. N.; Murta, N. M. G.; Souza, M. M.; Ferreira, N. C.; Cardoso, L. M.&

Hamacek, F. R. (2009). Segurança Alimentar em uma Comunidade Rural no Alto Vale do Jequitinhonha/Mg. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 16, n. 1. 18-31.

Martins-Panelli, B.E.; Santos, S.M.C. & Assis, A.M.O. (2008) Segurança alimentar e nutricional: desenvolvimento de indicadores e experimentação em um município da Bahia, Brasil. Revista de Nutrição. 21, 65-81.

Panigassi, G.; Segall-Corrêa, A.M., Marin-Léon, L., Pérez-Escamilla, R., Maranha, L. K. & Sampaio, M. F. A. (2008). Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de consume de alimentos. Rev. Nutr., Campinas, 21.135–144.

Pérez-Escamilla, R. (2005) Seguridad Alimentaria Y Nutricional: Marco Conceptual.

In: XII Congresso Brasileiro de Sociologia. Sociologia e realidade: pesquisa social no século XXI. Belo Horizonte.

Pérez-Escamilla, R. & Segall-Côrrea, A.M. (2008). Food Insecurity Measuremente and Indicators: Critical review. Rev. Nutr.v. 21. 15-26.

Pessanha, L.; Santos, C.V.& Mitchell, P. V. (2008). Indicadores para avaliar a Segurança Alimentar e Nutricional e a garantia do Direito Humano à Alimentação: metodologias e fontes de dados. Caxambu – MG.

Pimentel, P.G., Sichieri R. & Costa, R. S. (2009) Insegurança alimentar, condições

economicas e indicadores antropométricos em crianças da Região Metropolitana do Rio de Janeiro/Brasil. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 26, n. 2. 283-294.

Pinheiro, Anelise Rizzolo de Oliveira. (2008). Reflexões sobre o processo histórico/político de construção da lei orgânica de segurança alimentar e nutricional. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, 15(2): 1-15.

Pinto, F. C. L. (2007). Segurança alimentar e nutricional: o Programa Bolsa Família na realidade de um município da zona da mata pernambucana. Recife/PE.

Piovesan, Flávia; Conti, Irio Luiz (coord.). (2007). Direito humano à Alimentação

Adequada. Rio de Janeiro: Lumen Juris.

Prodanov, C. C., Freitas, E. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo-RS: Editora Feevale.

Rocha C. (Org.) (2013). Segurança Alimentar e Nutricional: perspectivas, aprendizados e desafios para as políticas públicas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Rosa, P. B. Z., Giusti, L. & Ramos, M. (2016). Educação alimentar e nutricional com universitários residentes de moradia estudantil. Revista Ciência & Saúde. Porto Alegre. 9(1) 15-20.

Ruschel, L. F., Henn, R. L., Backes, V. Melo, P., Marques, L.A. S.; & Olinto, M. T. A. (2016) Insegurança alimentar e consumo alimentar inadequado em escolares da rede municipal de São Leopoldo, RS, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 21(7):2275-2285. doi: 10.1590/1413-81232015217.00742015

Ruiz, J. A. (2006). Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo. Atlas.

Sampaio, H. A. C., Sabry, M. O. D., Diniz, D. B., Sá, M. L. B., Castro, S. M. V., Feijão, I. E. P. & Bezerra, S. R. (2010). Consumo de frutas e hortaliças por indivíduos atendidos pelo programa saúde da família na periferia da cidade de Fortaleza – Ceará. Rev. APS, Juiz de Fora, v.13. n. 2.175-181.

Sampaio, M. F. A., Kepple, A. W., Corrêa, A. M. S., Oliveira, J. T. A. de., Panigassi, G., Maranha, L. K., Leon, L. M., Begamasco, S. M. P. P. & Escamilla, R. P. In Segurança Alimentar: experiência de grupos focais com populações rurais do Estado de São Paulo. Segurança Alimentar e Nutricional. (13)(1) 64-77.

Santos, J. V., Gigante, D. P. & Domingues, M. R. (2010) Prevalência de insegurança alimentar em Pelotas, Rio Grande do Sul, e estado nutricional de indivíduos que vivem nessa condição. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(1)41-49.

Segall-Correa, A. M. & Marin-Leon, L. (2009). A Segurança Alimentar no Brasil: Proposição e Usos da Escala Brasileira de Medida da Insegurança Alimentar (EBIA) de 2003 a 2009. Campinas, v. 16, nº2.1-19.

Silqueira JR. P. H., Oliveira, M. A. M. (2010). Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Revista dos Tribunais.

Silva, C. R. L., Sachs, R. C. C., & Carvalho, M. A. (2008). Insegurança alimentar das famílias de baixa renda na cidade de São Paulo. Revista de Economia Mackenzie, 8 (2). 69-88.

Soares, S. &Satyro, N. (2009). O programa Bolsa Família: desenho institucional, impactos e possibilidades futuras. IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 1424.

Teichmann, I. T. M. (2009). Cardápios: técnicas e criatividade. Caxias do Sul, RS. EDUCS.

Rosa, P. B. Z., Giusti, L. & Ramos, M. (2016). Educação alimentar e nutricional com universitários residentes de moradia estudantil. Revista Ciência & Saúde. Porto Alegre. 9(1).15-20.

Valente, F. L. S. (2002). Direito Humano À Alimentação - Desafios e Conquistas. São Paulo: Editora Cortez.

Via Campesina. (2016, Julho) Qué es La Soberanía Alimentaria? Disponível em: http://viacampesina.org/es/index. php/temas-principales-mainmenu-27/soberanalimentary-comercio-mainmenu-38/314-que-es-lasoberania- alimentaria.

Vianna, R. P. T. & Corrêa-Segall, A. M. (2008) Insegurança alimentar das famílias residentes em municípios do interior do estado da Paraíba, Brasil. Rev. Nutr., Campinas, 21. 111-122.

Vieira, V. L., Gregório, M. J., Cervato-Mancuso, A. M. & Graça, A. P. S. R. (2013). Ações de Alimentação e nutrição e sua interface com segurança alimentar e nutricional: uma comparação entre Brasil e Portugal. Saúde Soc. São Paulo, v. 22, n. 2. 603-617.

World Health Organization. (1995).Physical Status: the use and interpretation of anthropometry. WHO Technical Report Series nº 854. Geneva, Switzerland: WHO.

Downloads

Publicado

24/10/2017

Como Citar

OLIVEIRA, S. M. de. Insegurança alimentar e nutricional em famílias de uma comunidade agroextrativista no estado do Ceará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 237-260, 2017. DOI: 10.17648/rsd-v6i3.117. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/117. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos