Incidência das mulheres submetidas à curetagem uterina pós-abortamento no serviço de saúde pública
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11901Palavras-chave:
Aborto; Curetagem; Saúde da mulher.Resumo
A curetagem uterina é um dos procedimentos mais realizados na rede pública de saúde, principalmente no pós-abortamento, para a extração do produto conceptual deixado na cavidade uterina. Para tanto, buscou-se neste artigo analisar o quantitativo e o total de dias de permanência hospitalar das mulheres que se submeteram à curetagem uterina após abortamento no Sistema Único de Saúde. Trata-se de um estudo ecológico de natureza básica, retrospectivo com abordagem quantitativa de caráter descritivo, realizado por meio de consulta ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram observados os números de abortos e curetagens no pós-abortamento entre 2017 a 2019 nos municípios do Estado de Sergipe. Os dados obtidos foram reorganizados e analisados por meio do programa Excel versão 2010, apresentados em tabelas com números absolutos e porcentagens. Após análise dos dados, notou-se que nos anos de 2017, 2018 e 2019, houve um total de 7.941 casos de curetagem uterina realizadas nas regiões de Sergipe. Desses, 3.196 mulheres sofreram aborto espontâneo e, realizaram esse procedimento, tendo um total de 12.362 dias de permanência hospitalar, resultando gasto médio de R$684,75. Desse modo, a curetagem uterina é a terapêutica mais utilizada em casos de abortos no ambiente hospitalar. Por ser um procedimento cirúrgico, necessita de maior tempo de internação, implicando nos altos custos para a saúde pública.
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