O trabalho de luto e o trabalho com o luto: percepção de estagiários de enfermagem sobre a morte e o morrer junto a pacientes hospitalizados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12023Palavras-chave:
Morte; Luto; Enfermagem.Resumo
Cientificamente, a morte é um evento biológico, natural e inevitável que caracteriza o final da vida, sendo considerada a falência irreversível do funcionamento dos órgãos. Este estudo objetivou investigar como o estagiário de enfermagem lida com o processo de morte e luto. Trata-se de uma pesquisa de campo, do tipo descritiva-exploratória, transversal, com abordagem qualitativa, realizada em um hospital geral e em uma maternidade localizados em um município do estado do Maranhão. A amostra foi composta por 10 estagiários de enfermagem. Como resultado constatou-se que os estagiários de enfermagem possuem dificuldades em lidar com a morte e o luto. Os principais sentimentos despertados diante da morte foram a impotência, tristeza, fracasso, frustração, dor, angústia e frieza. Assim, para se proteger, os acadêmicos criam estratégias, das quais se destacam a aceitação, racionalização, religiosidade, distanciamento e negação. Percebeu-se, também, que a compreensão deles frente a finitude da vida está relacionada às experiências pessoais de cada um, entretanto, notou-se que a morte de crianças, jovens e pacientes oncológicos são as mais difíceis de lidar. Conclui-se, em razão dos aspectos mencionados, a importância de introduzir na grade curricular disciplinas que abordem o processo de morte/morrer e luto. Recomenda-se que o estagiário de enfermagem busque realizar cursos, pós-graduações e especializações ao decorrer de sua vida profissional, a fim de adquirir aprendizados sobre como lidar com situações de terminalidade, prestando assistência de qualidade e compartilhando conceitos e experiências.
Referências
Araújo, R. M., Álvares, A. C. M., & Jesus, A. L. S. (2018). O impacto do processo de finitude e morte de pacientes no cotidiano do profissional de enfermagem. Rev Inic Cient e Ext., 1(4), 400-404.
Bandeira, D., Cogo, S. B., Hildebrandt, L. M., & Badke, M. R. (2014). A morte e o morrer no processo de formação de enfermeiros sob a ótica de docentes de enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem, 23(2), 400-407.
Benedetti, G. M. S., Oliveira, K., Oliveira, W. T., Sales, C. A., & Ferreira, P. C. (2013). Significado do processo morte/morrer para os acadêmicos ingressantes no curso de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, 34(1), 173-179.
Costa, Á. P., Poles, K., & Silva, A. E. (2016). Formação em cuidados paliativos: experiência de alunos de medicina e enfermagem. Interface, 20(59), 1041-1052.
Freitas, T. L. L., Banazeski, A. C., Eisele, A., De Souza, E. N., Bitencourt, J. V. O. V., & Souza, S. S. (2016). O olhar da Enfermagem diante do Processo de Morte e Morrer de pacientes críticos: uma revisão integrativa. Enfermería Global, (41), 335-347.
Huber, D. J., Salvaro, M. S., Medeiros, I. S., & Soratto, M. T. (2017). Desafios e conflitos éticos vivenciados pela equipe de enfermagem com paciente em processo de morte e morrer. Revista Inova Saúde, 6(2), 50-72.
Lamb, F. A., Beck, C. L. C., Coelho, A. P. F., Bublitz, S., Aozane, F., & Freitas, P. H. (2017). Estratégias defensivas de trabalhadoras de enfermagem em pronto socorro pediátrico. Rev Rene, 18(4), 453-460.
Macedo, A., Mercês, N. N. A., Silva, L. A. G. P., & Sousa, G. C. C. (2019). Estratégias de enfrentamento dos profissionais de enfermagem frente à morte na oncologia pediátrica: revisão integrativa. Res. Fundam. Care Online, 11(3), 18-724.
Marván, M. L., Oñate-Ocaña, L. F., Santillán-Doherty, P., & Álvarez-del Río, A. (2017). Facing death in the clinical practice: a view from nurses in Mexico. Salud Pública de México, 59(6), 675-681.
Menin, G. E., & Pettenon, M. K. (2015). Terminalidade da vida infantil: percepções e sentimentos de enfermeiros. Rev. bioét., Brasília, 23(3), 608-614.
Muñoz-Pino, I. P. (2014). Experience of nursing students upon their first care encounter with terminally ill patients. Invest Educ Enferm., 32(1), 87-94.
Nunes, F. N. L. Araújo, K. M., & Silva, L. D. C. (2016). As evidências sobre o impacto psicossocial de profissionais de enfermagem frente à morte. R. Interd., 9(4), 165-172.
Oliveira, E. S., Agra, G., Morais, M. F., Feitosa, I. P., Gouveia, B. L. A., & Costa, M. M. L. (2016). O processo de morte e morrer na percepção de acadêmicos de enfermagem. Rev Enferm UFPE, 10(5), 1709-1716.
Pereira, F. C. S. M., Carvalho, I. C. C. M., Vale, L. M. S., Silva, N. C., & Morais, E. R. (2014). Acadêmico de enfermagem frente à morte no campo de prática hospitalar. R. Interd., 7(4), 124-130.
Potter, P., & Perry, A. G. (2013). Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier.
Rosa, D. S. S., & Couto, S. A. (2015). O enfrentamento emocional do profissional de enfermagem na assistência ao paciente no processo da terminalidade da vida. Revista Enfermagem Contemporânea, 4(1), 92-104.
Salum, M. E. G., Kahl, C., Cunha, K. S., Koerich, C., Santos, T. O., & Erdmann, A. L. (2017). Processo de morte e morrer: desafios no cuidado de enfermagem ao paciente e família. Rev. Rene, 18(4), 528-535.
Sant’Ana, R. S. E., Santos, E. R., Menezes, T. M. O., Pereira, A., & Santana, M. T. B. M. (2013). A prática assistencial do enfermeiro frente ao processo de morte e morrer: uma revisão integrativa da literatura. Rev. Enferm. UFPE, 7, 919-927.
Santos, R. A., & Moreira, M. C. N. (2014). Resiliência e morte: o profissional de enfermagem frente ao cuidado de crianças e adolescentes no processo de finitude da vida. Ciência & Saúde Coletiva, 19(12), 4869-4878.
Sartori, A.V., & Battistel, A. L. (2017). A abordagem da morte na formação de profissionais e acadêmicos da enfermagem, medicina e terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 25(3), 497-508.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Alanna Nunes Soares; Francisca Tatiana Dourado Gonçalves; Karine Costa Melo ; Wenderson Costa da Silva; Chrisllayne Oliveira da Silva; Linccon Fricks Hernandes; Ianeska Bárbara Ribeiro do Nascimento; Maria Cristina Natasha Lima Cruz; Winthney Paula Souza Oliveira; Layse Siqueira Costa Miranda; Zaira Arthemisa Mesquita Araújo; Ismael Pereira da Silva; Cristina Soares Oliveira; Taiane da Silva Alves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
