Desafios éticos nas relações entre enfermeiro e transexuais na Atenção Primária de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.12110Palavras-chave:
Pessoas transgênero; Enfermagem; Ética.Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar e discutir os possíveis fatores que dificultam ou fragilizam as relações entre o enfermeiro e o usuário transexual na Atenção Primária de Saúde, com foco direcionado à conduta ética e humanizada, assim como à influência de valores morais e ao autoconhecimento do enfermeiro acerca das suas dificuldades em lidar com esse tema. Trata-se de estudo original, exploratório com abordagem qualitativa. Os dados foram colhidos através de entrevista semiestruturada aplicada a 12 usuários transexuais entre dez/2018 e mar/2019. A coleta de dados ocorreu em um bairro do Município do Rio de Janeiro, tendo sido iniciada após a obediência de todos os aspectos ético-legais e normatizações relativas às investigações com seres humanos de acordo com a resolução n°466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados apontam para uma relação baseada no estigma e no preconceito, interferindo na autorrealização do usuário transexual - que se percebe em um ambiente por vezes hostil com negação de direitos básicos - e promovendo o aumento de vulnerabilidades e sofrimento pessoal advindos do não reconhecimento. Concluiu-se que o autoconhecimento do enfermeiro é fator fundamental para o estabelecimento de uma relação ética e humanizada, que efetive uma assistência direcionada às demandas de saúde dos usuários transexuais.
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