Capacidade funcional e perda sensorial em um grupo de idosos usuários de um plano de saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12287Palavras-chave:
Assistência a Idosos; Perda Auditiva; Cegueira; Dupla Perda Sensorial; Pessoas com deficiência.Resumo
Trata-se de pesquisa, exploratória, transversal, realizada com 314 pessoas idosas não institucionalizadas e vinculadas a um programa de gerenciamento de doenças crônicas patrocinado por uma operadora de planos de saúde localizada na cidade de São Paulo, cidade de moradia destas pessoas, durante o período compreendido entre o segundo semestre de 2018 e primeiro de 2019. O objetivo, após comparar grupos de idosos sem e com perdas sensoriais -visual, auditiva e dupla perda-, foi verificar a interação destas com variáveis relacionadas à capacidade funcional e detectar quais fatores influenciam a presença de dupla perda. Coletados dados demográficos, sobre quais e quantas doenças crônicas, número de medicamentos de uso contínuo, presença de perda visual e/ou auditiva diagnosticada e em acompanhamento por médico ou fonoaudiólogo, foram aplicadas escalas para avaliação da capacidade funcional destas pessoas. Após análise descritiva, o grupo foi segmentado a fim de atingir os objetivos da pesquisa, utilizando-se os testes Qui-Quadrado, Exato de Fisher e t-Student. Após realizou-se regressão logística que possibilitou examinar as variáveis com maior influência em relação às perdas sensoriais isoladas e à DPS (Odds ratio). As perdas sensoriais mostraram-se importante que compromete a capacidade funcional, afetando o desempenho para atividades básicas e restringindo a mobilidade. A viuvez associada à dupla perda foi um achado inédito. Para este grupo, o avançar da idade foi um fator preditor importante para o surgimento de perdas sensoriais, principalmente a Dupla Perda Sensorial e ter uma perda prévia, auditiva ou visual, potencializa o risco para seu desenvolvimento.
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