Caracterização do atendimento antirrábico humano em Jataí, Goiás, no ano de 2014

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12392

Palavras-chave:

Epidemiologia; Profilaxia; Raiva; Saúde Pública; Vacinas antirrábicas.

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico do atendimento antirrábico humano pré e pós-exposição, no município de Jataí - Goiás, no ano de 2014. Para tal, realizou-se um estudo descritivo referente aos atendimentos antirrábicos humanos inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Esses dados foram tabulados e analisados em planilhas do software Microsoft Office Excel 2010. Ocorreram 563 atendimentos antirrábicos humano em 2014, com grande maioria residente na zona urbana (98,4%). Do total de pacientes, 502 (89,16%) foram em busca de profilaxia pós-exposição, sendo que destes agravos, o principal tipo de exposição foi mordedura (96%), em mãos/pés (39,24%), com 83,07% dos acidentes com ferimentos únicos, e predomínio de lesões profundas (90,64%). Em relação ao animal agressor, a espécie mais frequente foi a canina (77,79%), 86,32% dos animais apresentaram-se sadios no momento do acidente, e houve a observação de 81,27% dos animais. A modalidade de tratamento mais indicada foi a observação do animal associada ao uso de vacina (78%), contudo, a efetivação da profilaxia prescrita ocorreu em apenas 83,30% dos casos. Conclui-se que o estudo contribuiu para a caracterização e entendimento do perfil epidemiológico da profilaxia antirrábica humana no município, evidenciando a importância da educação em saúde, da qualificação técnica dos profissionais que prestam o atendimento, e necessidade constante das ações de vigilância epidemiológica.

Biografia do Autor

Raphaella Barbosa Meirelles-Bartoli, Universidade Federal de Jataí

Mestre e Doutora em Medicina Veterinária Preventiva pela Unesp de Jaboticabal-SP. Docente desde 2011 na Universidade Federal de Jataí (UFJ) atuando na área de Doenças Infecciosas, Epidemiologia, Saúde Pública e Saúde Única. Responsável por disciplinas na graduação do curso de Medicina Veterinária, na Residência Multiprofissional em Saúde - Medicina Veterinária e no Programa de Pós Graduação em Biociência Animal. Coordenadora do Laboratório de Saúde Pública Veterinária e do Núcleo de Imunização e Sorologia Antirrábica Humana e Animal na UFJ. Coodenadora de Estágios do curso de Medicina Veterinária. Coordenadora do Grupo de Estudos em Saúde Pùblica Veterinária. Membro da Comissão de Saúde Animal da AUGM. Membro da Comissão Estadual de Saúde Pública do CRMV-GO.

Referências

Araújo, F. A. A., (2002). Raiva humana no Brasil, 1992-2001 (Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Benedetti, M. S. G., Capistrano, E. R. S., Borges, M. G., & Vieira Filho, J. (2020). Perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábicos humanos no Estado de Roraima, Brasil. Brazilian Journal of Health Review, 3(5), 14017-14035. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-211

Brasil. Ministério da Saúde (2014). Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana. http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/19/Normas-tecnicas-profilaxia-raiva.pdf

Brasil. Ministério da Saúde (2017). Nota Informativa Nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS. http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/04/Nota-Informativa-N-26_SEI_2017_CGPNI_DEVIT_SVS_MS.pdf

Buso, D.S., Nunes, C.M., & Queiroz, L.H. (2009). Características relatadas sobre animais agressores submetidos ao diagnóstico de raiva, São Paulo, Brasil, 1993 - 2007. Cadernos de Saúde Pública, 25(12), 2747-2751. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009001200021

Carvalho, W. O., Soares, D. F. P. P., & Franceshi, V. C. S. (2002). Características do Atendimento Prestado pelo Serviço de Profilaxia Humana na Rede Municipal de Saúde de Maringá – Paraná, no ano de 1997. Informe Epidemiológico do SUS, 11(1), 25-35. https://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732002000100004

Ciampo, L. A. D., Riccoa, R. G., Almeida, C. A. N., Bonilha, L. R. C. M., & Santos, T. C. C. (2000). Acidentes de mordeduras de cães na infância. Revista de Saúde Pública, 34(4), 411- 412. https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000400016

Filgueira, A. C., Cardoso, M. D., & Ferreira, L. O. C. (2011). Profilaxia antirrábica humana: uma análise exploratória dos atendimentos ocorridos em Salgueiro-PE, no ano de 2007. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 20(2), 233-244. https://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742011000200012

Fortes, F. S., Wouk, A. F. P. F., Biondo, A. W., & Barros, C. C. (2007). Acidentes por mordeduras de cães e gatos no município de Pinhais, Brasil, de 2002 a 2005. Archives of Veterinary Science, 12(2), 16-24. http://dx.doi.org/10.5380/avs.v12i2.9904

Frias, D. F. R. (2008). Avaliação dos registros de profilaxia antirrábica humana pós - exposição no município de Jaboticabal, São Paulo, no período de 2000 a 2006 (Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva). Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP, Brasil.

Frias, D. F. R., Nunes, J. O. R., & Carvalho, A. A. B. (2012). Caracterização de agravos causados por cães e gatos a seres humanos no município de Jaboticabal, São Paulo, durante o período de 2000 a 2009. Archives of Veterinary Science, 17(3), 63-70. http://dx.doi.org/10.5380/avs.v17i3.24824

Garcia, R. C. M., Vasconcellos, A. S., Sakamoto, S. M., & Lopez, A. C. (1999). Análise de tratamento antirrábico humano pós-exposição em região da Grande São Paulo, Brasil. Revista de Saúde Pública, 33(3), 295-301. https://doi.org/10.1590/S0034-89101999000300011

Gomide Junior, M. H. (2013). Profilaxia da raiva humana em Luís Antônio, SP, Brasil: características das ocorrências e atenção médica prestada aos pacientes (Dissertação de Mestrado em Saúde na Comunidade). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Macedo, L. P., & Silva, P. L. N. (2012). Atendimento antirrábico humano: uma análise epidemiológica dos casos atendidos em 2010 na cidade de Montes Claros, MG. EFDeportes.com, Revista Digital, 15(166), 1-1. https://www.efdeportes.com/efd166/atendimento-anti-rabico-humanoanaliseepidemiologica.htm

Marques, A. S., Silva Filho, A. G D., Carmo, D. M. D., Afonso, M. P. D., & Oliveira, S. V. D. (2020). Profilaxia antirrábica no município de Uberlândia, Minas Gerais. Revista de Medicina da UFC, 60(2), 31-37. https://doi.org/10.20513/2447-6595.2020v60n2p31-37

Müller, G. C., Seger, J., & Gabiatti, L.L. (2011). Avaliação dos casos de atendimento antirrábico humano notificados no município de São Miguel do Oeste – SC no ano de 2009. Unoesc & Ciência – ACBS, 1(2), 95-105.

Poerner, A. L. P. (2007). Tendência e características do atendimento antirrábico pós-exposição na região centro-sul fluminense, 2000-2005 (Dissertação de Mestrado em Ciências). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil.

Reichmann, M. L. A. B., Pinto H. B. F., Arantes, M. B., Santos M. B., Viaro, O., & Nunes, V. F. P. (2000). Educação e promoção da saúde no Programa de Controle da Raiva. In: Manual Técnico do Instituto Pasteur. São Paulo: Instituto Pasteur, 30 pp.

Rigo, L., & Honer, M. R. (2005). Análise da profilaxia da raiva humana em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, em 2002. Cadernos de Saúde Pública, 21(6), 1939-1945. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000600044

Rocha, S. M., de Oliveira, S. V., Heinemann, M. B., & Gonçalves, V. S. P. (2017). Epidemiological profile of wild rabies in Brazil (2002–2012). Transboundary and emerging diseases, 64(2), 624-633. https://doi.org/10.1111/tbed.12428

Rolim, R. L. P., Lopes, F. M. R., & Navaro, I. T. (2006). Aspectos da vigilância epidemiológica da raiva no município de Jacarezinho, Paraná, Brasil, 2003. Semina: Ciências Agrárias, 27(2), 271-280. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2006v27n2p271

Silva G. M., Brandespim D. F., Rocha M. D. G., Leite R. M. B., & Oliveira J. M. B. (2013). Notificações de atendimento antirrábico humano na população do município de Garanhuns, Estado de Pernambuco, Brasil, no período de 2007 a 2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 22(1), 95-102. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742013000100010

Veloso, R. J., Aerts, D. R. G. C., Anjos, C. B., & Sangiovanni, J. C. (2011a). Motivos de abandono do tratamento antirrábico humano pós-exposição em Porto Alegre (RS, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva, 16(2), 537-546. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000200017

Veloso, R. J., Aerts, D. R. G. C., Anjos, C. B., & Sangiovanni, J. C. (2011b). Perfil Epidemiológico do atendimento antirrábico humano em Porto Alegre/RS, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 16(12), 4875-4884. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001300036

Downloads

Publicado

07/02/2021

Como Citar

AZEVEDO, D. A. de .; MARTINS, A. V. .; RAMOS, D. G. de S. .; SATURNINO, K. C.; AMARAL, A. V. C. do; ROMANI, A. F. .; BRAGA, Ísis A. .; CRUZ, C. de A. .; SOUSA, D. B. de .; MEIRELLES-BARTOLI, R. B. Caracterização do atendimento antirrábico humano em Jataí, Goiás, no ano de 2014. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e13710212392, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12392. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12392. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde