Microbiota intestinal nos primeiros mil dias de vida e sua relação com a disbiose

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12687

Palavras-chave:

Amamentação; Disbiose; Microbiota Intestinal; Pediatria.

Resumo

A medicina moderna considera o intestino como o segundo cérebro, de modo que este é de suma importância tanto para o sistema digestório quanto para o imunológico. Sendo assim, um desequilíbrio intestino pode provocar diversas disfunções, dentre estas, destaca-se a disbiose intestinal. Nesse contexto, a nutrição desempenha um papel relevante no que diz respeito à homeostase intestinal. Portanto, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema. Através de pesquisas, foi possível perceber que alguns fatores podem ser atribuídos à alteração da microbiota, como o tipo de parto, tipo de aleitamento, introdução alimentar adequada no momento preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de seis meses. Diante disso, pode-se afirmar que o déficit na colonização e o perfil da microbiota intestinal (MI) adquirido na infância é difícil de ser revertido após os dois anos, sendo capaz de impactar o desenvolvimento neuro cognitivo, crescimento e o aparecimento de doenças.

Referências

Akobeng, A. K., Ramanan, A. V., Buchan, I., & Heller, R. F. (2006). Effect of breast feeding on risk of coeliac disease: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Archives of disease in childhood, 91(1), 39-43.

Albesharat, R., Ehrmann, M. A., Korakli, M., Yazaji, S., & Vogel, R. F. (2011). Phenotypic and genotypic analyses of lactic acid bacteria in local fermented food, breast milk and faeces of mothers and their babies. Systematic and Applied Microbiology, 34(2), 148-155.

Almeida, E. B. (2012). Doenças Metabólicas E Comportamento Alimentar. Dissertação (Mestrado Em Nutrição) – Faculdade De Medicina Da Universidade De Lisboa, Lisboa.

Almeida, L. B., et al. (2009). Disbiose intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v.24, n.1, p.58-65.

Antunes, A. E. C., et al. (2007). Probióticos: agentes promotores de saúde. Nutrire Rev. Soc. Bras. Aliment. Nutr, 103-122.

Azad, M. B., Konya, T., Maughan, H., Guttman, D. S., Field, C. J., Chari, R. S., ... & Kozyrskyj, A. L. (2013). Gut microbiota of healthy Canadian infants: profiles by mode of delivery and infant diet at 4 months. Cmaj, 185(5), 385-394.

Bezirtzoglou, E., & Stavropoulou, E. (2011). Immunology and probiotic impact of the newborn and young children intestinal microflora. Anaerobe, 17(6), 369-374.

Bigélli, R. H., Fernandes, M. I., & Galvão, L. C. (2004). Constipação intestinal na criança. Medicina (Ribeirão Preto), 37(1/2), 65-75.

Bourlioux, P., et al. (2003). O intestino e sua microflora são parceiros para a proteção do hospedeiro: relatório sobre o Simpósio Danone “The Intelligent Intestine”, realizado em Paris, em 14 de junho de 2002. The American Journal of Clinical Nutrition, 78(4), 675-683.

Brandt, K. G., et al. (2006). Importância da microflora intestinal. Pediatria (Säo Paulo), 117-127.

Calleya, R. (2010). A ingestão de probióticos e prebióticos na prevenção e tratamento de doenças intestinais: uma revisão integrativa na área da nutrição. 2010. Trabalho de conclusão de curso-Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)-Departamento de Nutrição, Guarapuava.

Carlet, J. (2012). The gut is the epicentre of antibiotic resistance. Antimicrobial resistance and infection control, 1(1), 1-7.

De Filippo, C., Cavalieri, D., Di Paola, M., Ramazzotti, M., Poullet, J. B., Massart, S., ... & Lionetti, P. (2010). Impact of diet in shaping gut microbiota revealed by a comparative study in children from Europe and rural Africa. Proceedings of the National Academy of Sciences, 107(33), 14691-14696.

Devincenzi, U. M, Mattar, M. J. G., Cintra, E. M. (2007). Nutrição no primeiro ano de vida. In: Silva SMCS, Mura JDAP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, p. 319-45.

Dominguez-Bello, M. G., Costello, E. K., Contreras, M., Magris, M., Hidalgo, G., Fierer, N., & Knight, R. (2010). Delivery mode shapes the acquisition and structure of the initial microbiota across multiple body habitats in newborns. Proceedings of the National Academy of Sciences, 107(26), 11971-11975.

Fan, W., Huo, G., Li, X., Yang, L., & Duan, C. (2014). Impact of diet in shaping gut microbiota revealed by a comparative study in infants during the first six months of life. Journal of microbiology and biotechnology, 24(2), 133-143.

Favier, C. F., Vaughan, E. E., De Vos, W. M., & Akkermans, A. D. (2002). Molecular monitoring of succession of bacterial communities in human neonates. Applied and environmental microbiology, 68(1), 219-226.

Fernández, L., Langa, S., Martín, V., Maldonado, A., Jiménez, E., Martín, R., & Rodríguez, J. M. (2013). The human milk microbiota: origin and potential roles in health and disease. Pharmacological research, 69(1), 1-10.

Fukuda, S., Ohno, H. (2014). Gut microbiome and metabolic diseases. SeminImmunopathol. Keio, 36(1): 103-14.

Giugliani, E. R. J., Victora, C. G. (2000). Alimentação Complementar. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.76.

Guarner, F. (2007). Papel de la flora intestinal en la salud y en la enfermedad. Nutrición hospitalaria, 22, 14-19.

Guarner, F., & Malagelada, J. R. (2003). Gut flora in health and disease. The Lancet, 361(9356), 512-519.

Hamosh, M. (2001). Bioactive factors in human milk. Pediatric Clinics of North America, 48(1), 69-86.

Khalif, I. L., Quigley, E. M. M., Konovitch, E. A., & Maximova, I. D. (2005). Alterations in the colonic flora and intestinal permeability and evidence of immune activation in chronic constipation. Digestive and Liver Disease, 37(11), 838-849.

Lamounier, J. A., Vieira, G. D. O., & Gouvêa, L. C. (2001). Composição do leite humano: fatores nutricionais. Rego JD. Aleitamento Materno. São Paulo: Atheneu, 47-58.

Machado, A. D. S. (2008). Importância da microbiota intestinal para a saúde humana, enfocando nutrição, probiótico e disbiose. Monografia (especialização)-Microbiologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Mitsou, E. K., Kirtzalidou, E., Oikonomou, I., Liosis, G., & Kyriacou, A. (2008). Fecal microflora of Greek healthy neonates. Anaerobe, 14(2), 94-101.

Morais, M. B. D., & Jacob, C. M. A. (2006). O papel dos probióticos e prebióticos na prática pediátrica. Jornal de Pediatria, 82(5), S189-S197.

Pandey, P. K., Verma, P., Kumar, H., Bavdekar, A., Patole, M. S., & Shouche, Y. S. (2012). Comparative analysis of fecal microflora of healthy full-term Indian infants born with different methods of delivery (vaginal vs cesarean): Acinetobacter sp. prevalence in vaginally born infants. Journal of biosciences, 37(1), 989-998.

Penders, J., Thijs, C., Vink, C., Stelma, F. F., Snijders, B., Kummeling, I., ... & Stobberingh, E. E. (2006). Factors influencing the composition of the intestinal microbiota in early infancy. Pediatrics, 118(2), 511-521.

Penders, J., Vink, C., Driessen, C., London, N., Thijs, C., & Stobberingh, E. E. (2005). Quantification of Bifidobacterium spp., Escherichia coli and Clostridium difficile in faecal samples of breast-fed and formula-fed infants by real-time PCR. FEMS microbiology letters, 243(1), 141-147.

Penna, F. J., & Nicoli, J. R. (2001). Influence of colostrum on normal bacterial colonization of the neonatal gastrointestinal tract. Jornal de pediatria, 77(4), 251-252.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Recuperado de: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Póvoa, H. (2002). O cérebro desconhecido: como o sistema digestivo afeta nossas emoções, regula nossa imunidade e funciona como um órgão inteligente. In O cérebro desconhecido: como o sistema digestivo afeta nossas emoções, regula nossa imunidade e funciona como um órgão inteligente (pp. 222-222).

Rehman, T. (2012). Role of the gut microbiota in age-related chronic inflammation. Endocrine, Metabolic & Immune Disorders-Drug Targets (Formerly Current Drug Targets-Immune, Endocrine & Metabolic Disorders), 12(4), 361-367.

Reig, A. L. C.; Anesto, J. B. (2002). Prebióticos e probióticos, uma relação benéfica. Revista cubana Aliment Nutr,16(1), 63-8.

Roger, L. C., & McCartney, A. L. (2010). Longitudinal investigation of the faecal microbiota of healthy full-term infants using fluorescence in situ hybridization and denaturing gradient gel electrophoresis. Microbiology, 156(11), 3317-3328.

Saad, S. M. I. (2006). Probiotics and prebiotics: the state of the art. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 42(1), 1-16.

Santos, A. C. A. (2010). Uso de Probióticos na recuperação da flora intestinal, durante a antibioticoterapia. Dissertação (Especialização em Microbiologia). Instituto de Nutrição, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

Santos, T. T., & Varavallo, M. A. (2011). A importância de probióticos para o controle e/ou reestruturação da microbiota intestinal. Revista científica do ITPAC, 4(1), 40-49.

Schaurich, G. F., & Delgado, S. E. (2014). Development of nutrition in children aged 6 to 24 months. Revista CEFAC, 16(5), 1579-1588.

Selmi, C. & K. (2010). Tsuneyama, Nutrition, geoepidemiology, and autoimmunity. Autoimmun Magazine. 9(5): p. 267-70.

Shen, Q., Tuohy, K. M., Gibson, G. R., & Ward, R. E. (2011). In vitro measurement of the impact of human milk oligosaccharides on the faecal microbiota of weaned formula‐fed infants compared to a mixture of prebiotic fructooligosaccharides and galactooligosaccharides. Letters in applied microbiology, 52(4), 337-343.

Van den Abbeele, P., Verstraete, W., El Aidy, S., Geirnaert, A., & Van de Wiele, T. (2013). Prebiotics, faecal transplants and microbial network units to stimulate biodiversity of the human gut microbiome. Microbial biotechnology, 6(4), 335-340.

Vandenplas, Y., et al. (2011). Probióticos e prebióticos na prevenção e no tratamento de doenças em lactentes e crianças. Jornal de Pediatria, 87(4), 292-300.

Varavallo, M. A., et al. (2008). Aplicação de bactérias probióticas para profilaxia e tratamento de doenças gastrointestinais. Semina: Ciências biológicas e da saúde, 29(1), 83-104.

Victora, C. G., Adair, L., Fall, C., Hallal, P. C., Martorell, R., Richter, L., ... & Maternal and Child Undernutrition Study Group. (2008). Maternal and child undernutrition: consequences for adult health and human capital. The lancet, 371(9609), 340-357.

Walker, A. W., Duncan, S. H., Leitch, E. C. M., Child, M. W., & Flint, H. J. (2005). pH and peptide supply can radically alter bacterial populations and short-chain fatty acid ratios within microbial communities from the human colon. Applied and environmental microbiology, 71(7), 3692-3700.

Wall, R., Ross, R. P., Ryan, C. A., Hussey, S., Murphy, B., Fitzgerald, G. F., & Stanton, C. (2009). Role of gut microbiota in early infant development. Clinical medicine. Pediatrics, 3, CMPed-S2008.

World Health Organization (WHO). (2002). Traditional medicine strategy 2002-2005. Geneve: WHO.

Downloads

Publicado

19/02/2021

Como Citar

ALMEIDA, J. M. de; NADER, R. G. de M.; MALLET, A. C. T. Microbiota intestinal nos primeiros mil dias de vida e sua relação com a disbiose. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e35910212687, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12687. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12687. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde