Acidentes de trabalho em segmentos do agronegócio paranaense
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12710Palavras-chave:
Agroindústria; Notificação de acidentes de trabalho; Trabalhadores rurais.Resumo
Acidentes de trabalho se vinculam a diversificação dos processos produtivos e ao perfil de produção, logo pesquisas sobre o tema devem considerar as especificidades das atividades envolvidas. Apesar do número crescente de trabalhos sobre a temática, ainda há carência de estudos que avaliem especificamente o setor do agronegócio, portanto, objetivou-se analisar os acidentes de trabalho nos segmentos de insumos, primário e agroindustrial do agronegócio, notificados no Paraná, no período de 2012 a 2017. Desenvolveu-se um estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, com base nas Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT), registradas no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Foram comunicadas 51.071 CAT relacionadas ao agronegócio no Estado, a taxa de incidência foi de 72,73 acidentes a cada mil trabalhadores. No período estudado, houve diminuição do número de CAT em todos os segmentos analisados. Destacaram-se os acidentes de trabalho no abate de suínos, aves e outros pequenos animais, foram 12.923 CAT registadas. A ocupação mais vulnerável foi a de alimentador de linha de produção, com 10.230 acidentes. A parte do corpo mais atingida foram os dedos 15.907 (31,15%), e, dentre os agentes causadores, as facas e fações estavam entre os principais, causando 4.782 (9,36%) lesões. Este estudo reforça a importância da análise dos acidentes de trabalho no agronegócio paranaense, de modo que, espera-se contribuir com evidências que auxiliem na prevenção destes agravos nos segmentos analisados.
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