Estabilização conquiliométrica em moluscos: estudo de caso com Sphenia fragilis (H. Adams & A. Adams, 1854) (Bivalvia, Myidae)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13125

Palavras-chave:

Bivalves; Relações Morfométricas; IEF.

Resumo

Sphenia fragilis é um molusco bivalve pertencente a família Myidae, que possui hábito de escavar e viver alojado em espaços livres, cavidades e/ou fendas deixadas por outros organismos (e.g., mexilhões e ostras). A espécie apresenta elevada variação morfológica na forma da concha, no entanto, no entanto, ainda não foi estudado essa variação a partir de dados morfométricos. Objetivou-se testar a hipótese da existência de uma estabilização da forma da concha de S. fragilis, através de análises morfométricas de indivíduos coletados no litoral amazônico. As medidas morfométricas externas da concha foram mensuradas em 309 espécimes, realizando a caracterização morfométrica por meio de regressões lineares e a determinação do Indicador de Estabilização da Forma da concha (IEF). Os resultados indicam que a espécie apresenta elevada correlação morfométrica, porém o IEF descreve uma alta variabilidade ao longo de seu desenvolvimento. Tais resultados refutam a hipótese da existência de estabilização na forma da concha de S. fragilis e, por conta disso, recomenda-se ajustes metodológicos em estudos acerca da dinâmica populacional da espécie, principalmente na quantidade de indivíduos analisados.

Biografia do Autor

Mara Rubia Ferreira Barros, Universidade Federal do Pará

Engenheira de Pesca, formada pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (2012-2016) e Mestre em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais - PPGAqRAT/UFRA (2017-2019). Atualmente, sou doutoranda bolsista CAPES no Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca, membro do grupo de pesquisa em Ecologia Bentônica Tropical e faço parte do grupo de pesquisadores voluntários do Museu de Zoologia da Universidade Federal Rural da Amazônia, tendo como foco desenvolver trabalhos com organismos bentônicos em especial os moluscos marinhos e límnicos. Desenvolvo pesquisas com bivalves límnicos tropicais do município de Abaetetuba. Atuo na área de ecologia, com ênfase em ecologia de ecossistemas aquáticas, atuando principalmente nos seguintes temas: comunidades macrozoobentônicas, ecologia de peixes tropicais, identificação e classificação de organismos invertebrados bentônicos e etnobiologia de recursos pesqueiros. Em 2016 participei como coordenadora administrativa na empresa de Assessoria, Consultoria e Eventos em Engenharia de Pesca (ACEEP-Jr). No mesmo ano atuei como monitora voluntaria das disciplinas de Malacologia e Malacocultura. Fui bolsista de iniciação científica CNPq/UFRA (2015) em projetos de pesquisa na área de diversidade de invertebrados de áreas litorâneas paraenses. No mesmo ano fiz parte do centro acadêmico de Engenharia de Pesca (CAEP), contribuindo como coordenadora de assuntos estudantis. Além disso, participei como estagiaria voluntária do grupo de pesquisa Ecologia Bentônica Tropical - EBT (2013-2014).

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Publicado

14/03/2021

Como Citar

CASTRO, L. R. de .; SANTOS, W. J. P. dos; BARROS, M. R. F.; BEZERRA, A. M.; HERRMANN, M.; CHAGAS, R. A. das. Estabilização conquiliométrica em moluscos: estudo de caso com Sphenia fragilis (H. Adams & A. Adams, 1854) (Bivalvia, Myidae) . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e23510313125, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13125. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13125. Acesso em: 29 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas