Condições climáticas na incidência de cercosporiose (Cercospora coffeicola) e bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) em cultivares de cafeeiros em Monte Carmelo, Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13304Palavras-chave:
Material genético; Coffea arabica L; Doença; Praga.Resumo
O material genético adaptado às condições do Cerrado Mineiro e o monitoramento pode ser um fator determinante para o manejo eficiente de pragas e doenças do cafeeiro. Neste contexto, objetivou-se avaliar as condições climáticas na incidência de cercosporiose e bicho-mineiro em cultivares de cafeeiros na região de Monte Carmelo, Minas Gerais. O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Uberlândia, Campus Monte Carmelo. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com quatro blocos, e os tratamentos foram constituídos por oito cultivares de Coffea arabica L.: Acaiá Cerrado MG-1474; Mundo Novo IAC 379-19; Bourbon Amarelo IAC J10; Catuaí Vermelho IAC 99; Paraíso MG H 419-1; Topázio MG-1190; Acauã Novo e IAC 125 RN. Cada parcela experimental foi constituída por 10 plantas, sendo avaliadas as cinco plantas centrais. Foi avaliada mensalmente a presença de lesões de cercosporiose no ramo localizado no terço superior pelo método não destrutivo. Foram contabilizadas quinzenalmente o número de folhas com minas intactas de bicho-mineiro no ramo plagiotrópico selecionado no terço médio. A incidência de cercosporiose e bicho-mineiro foi avaliada no período entre dezembro de 2017 a agosto de 2018. As cultivares que apresentaram menor incidência de bicho-mineiro foram Mundo Novo IAC 379-19, Acaiá Cerrado MG-1474, Bourbon Amarelo IAC J10, Paraíso MG H 419-1 e Topázio MG-1190, respectivamente. A maior incidência de bicho-mineiro ocorreu no período de abril até agosto. Os meses que apresentaram maior incidência de cercosporiose foram de dezembro a maio, havendo variabilidade da ocorrência da doença entre as cultivares testadas.
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