Hidrogeomorfometria da microbacia do rio Paraíso: informações para auxiliar o manejo dos recursos naturais na Amazônia Ocidental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13367

Palavras-chave:

Sensoriamento remoto; Recursos naturais; Planejamento ambiental; Desenvolvimento sustentável.

Resumo

A análise das características da paisagem é o primeiro passo para o planejamento e a gestão adequada dos recursos naturais. Em face ao exposto, o presente trabalho tem como objetivo fornecer informações sobre as características da paisagem na microbacia do rio Paraíso, Amazônia Ocidental, Brasil. As informações estão associadas aos parâmetros geométricos, topográficos e hidrográficos, e dinâmica de cobertura do solo, e foram obtidas com o uso dos softwares QGIS, Google Earth e TrackMaker Free, imagens altimétricas (satélite ALOS) e de cobertura do solo (satélites Landsat 5 e Landsat 8), e dados da literatura. A microbacia do rio Paraíso tem área de 50,76 km2, forma alongada, baixa suscetibilidade a enchentes, altitudes entre 234 e 458 m, predomínio de relevo ondulado, rio de porte médio, padrão de drenagem dendrítico de 5ª ordem, alta densidade de nascentes, densidade de drenagem muito alta, canal principal sinuoso, baixo coeficiente de manutenção e alto tempo de concentração. No período de 1984 a 2020, a agropecuária avançou sobre as áreas de floresta nativa, chegando a ocupar 80,32% da área da microbacia e 64,21% da área de zona ripária no último ano. A microbacia tem elevado potencial para o desenvolvimento de sistemas agropecuários, contudo são recomendadas adoções de práticas de manejo conservacionista do solo e da água, a manutenção e/ou recuperação das florestas nativas protegidas por Lei, e a integração do componente arbóreo nos sistemas econômicos (ex: sistemas agroflorestais e agrosilvipastoris). Essas recomendações visam conciliar o desenvolvimento econômico e a conservação dos recursos naturais, ambos essenciais para o desenvolvimento sustentável da região.

Referências

Alvares, C. A, Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Gonçalves, L. M., & Sparovek, G. (2014). Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6), 711-728. 10.1127/0941-2948/2013/0507

ASF - Alaska Satellite Facility (2017). Imagem altimétrica. https://www.asf.alaska.edu/

Beltrame, A. V. (1994). Diagnóstico do meio ambiente físico de bacias hidrográficas: modelo de aplicação. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

Bertoni, J., & Lombardi Neto, F. (2014). Conservação do solo. Editora Icone.

Blum, C. T., Roderjan, C. V., & Galvão, F. (2011). O clima e sua influência na distribuição da floresta ombrófila densa na Serra da Prata, Morretes, Paraná. Floresta, 41(3), 589-598. 10.5380/rf.v41i3.24052

Bourke, R. M. (2010). Altitudinal limits of 230 economic crop species in Papua New Guinea. In: Haberle, S. G., Stevenson, J., & Prebble, M. (eds). Altered Ecologies: Fire, Climate and Human Influence on Terrestrial Landscapes. Canberra: The Australian National University.

Brasil. (1997). Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm

Brasil. (2012). Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 - Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm

Cardoso, C. A., Dias, H. C. T, Soares, C. P. B., & Martins, S. V. (2006) Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do Rio Debossan, Nova Friburgo, RJ. Revista Árvore, 30(2), 241-248. 10.1590/S0100-67622006000200011

Castro, C. N. (2013). A agropecuária na região Norte: oportunidades e limitações ao desenvolvimento. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Christofoletti, A. (1980). Geomorfologia. (2a ed.). Edgard Blucher.

Cherem, L. F. S., Faria, S. D., Zancopé, M. H. C., Sordi, M. V., Nunes, E. D., & Rosa, L. E. (2020). Análise morfométrica em bacias hidrográficas. In. Magalhães Júnior, A. P., & Barros, L. F. P. Hidrogeomorfologia: formas, processos e registros sedimentares fluviais. Bertrand Brasil.

Donegá, M. V. B., Souza, T. W. S., Lima, M. M., Panza, M. R., Pacheco, F. M. P., Saraiva, J. G., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2021). Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do rio Gavião, Amazônia Ocidental, Brasil. Research, Society and Development, 10(1), 1-14. doi: 10.33448/rsd-v10i1.11844

Earle, E., & Panchuk, K. (2019). Physical Geology. (2a ed.), Victoria, B.C.: BCcampus.

Fairfull, S., & Witheridge, G. (2003). Why do Fish Need to Cross the Road? Fish Passage Requirements for Waterway Crossings. NSW Fisheries.

Franca, R. R. (2015). Climatologia das chuvas em Rondônia – período 1981-2011. Revista Geografias, 11(1), 44-58. https://periodicos.ufmg.br/index.php/geografias/article/view/13392/10624

Guerra, A. J. T. (1997). Ravinas: processo de formação e desenvolvimento. Anuário do Instituto de Geociências, 20, 9-26.

Hӧfig, P., & Araujo-Junior, C. F. (2015). Classes de declividade do terreno e potencial para mecanização no estado do Paraná. Coffee Science, 10(2), 195-203.

https://www.researchgate.net/publication/277597916_classes_de_declividade_do_terreno_e_potencial_para_mecanizacao_no_estado_do_parana

Horton, R. E. (1932). Drainage basin characteristics. Transactions, American Geophysical Union, 13(1), 350-361.

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (2019). Acervo fundiário. INCRA. http://acervofundiario.incra.gov.br/acervo/acv.php.

INPE - Instituto Nacional de Pesquisa Espacial. (2020). Catálogo de imagens. INPE. 2020. http://www.dgi.inpe.br/CDSR/

Lima Júnior, J. C., Vieira, W. L., Macêdo, K. G., Souza, S. A. & Nascimento, F. A. L. (2012). Determinação das características morfométricas da sub-bacia do Riacho Madeira Cortada, Quixelô, CE. VII Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação. Palmas-TO: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. p. 1-7.

Lollo, J. A. (1995). O uso da técnica de avaliação do terreno no processo de elaboração do mapeamento geotécnico: sistematização e aplicação na quadrícula de Campinas. São Carlos: Universidade de São Paulo.

Moreto, R. F., Mira, S. F., Soares, G. S., Santos Junior, N. R. F., Cavalheiro, W. C. S, Vendruscolo, J., & Rosa, D. M. (2019). Características geométricas, topográficas e hidrográficas da microbacia do rio Enganado, região sul da Amazônia Ocidental. Revista Geográfica Venezolana, especial, 110-124. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46159

Pacheco, F. M. P., Vendruscolo, J., Ramos, F. H., Rodrigues, A. A. M., Cavalheiro, W. C. S., Hara, F. A. S., Rocha, K. J., & Silva, G. N. (2020). Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do rio São Jorge, Rondônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(1), 4219-4236. 10.34117/bjdv6n1-301

Panza, M. R., Donegá, M. V. B., Pacheco, F. M. P., Nagao, E. O., Hara, F. A. S., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2020). Características da paisagem para manejo dos recursos naturais na microbacia do Rio Jacuri, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(12), 101532-101558. 10.34117/bjdv6n12-592

Parvis, M. (1950). Drainage pattern significance in airphoto identification of soils and bedrocks. Photogrammetric Engineering, 16, 387-408.

Ribeiro, L., Koproski, L. P., Stolle, L., Lingnau, C., Soares, R. V., & Batista, A. C. (2008). Zoneamento de riscos de incêndios florestais para a Fazenda Experimental do Canguiri, Pinhais (PR). Floresta, 38(3), 561-572. 10.5380/rf.v38i3.12430

Romero, V., Formiga, K. T. M., & Marcuzzo, F.F.N. (2017). Estudo hidromorfológico de bacia hidrográfica urbana em Goiânia/GO. Ciência e Natura, 39(2), 320-340. 10.5902/2179460X26411

Pacheco, F. M. P., Vendruscolo, J., Ramos, F. H., Rodrigues, A. A. M., Cavalheiro, W. C. S., Hara, F. A. S., Rocha, K. J., & Silva, G. N. (2020). Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do rio São Jorge, Rondônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(1), 4219-4236. 10.34117/bjdv6n1-301

Parvis, M. (1950). Drainage pattern significance in airphoto identification of soils and bedrocks. Photogrammetric Engineering, 16, 387-408.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da Pesquisa Científica. Santa Maria-RS: Universidade Federal de Santa Maria. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1

Santos, A. M., Targa, M. S., Batista, G. T., & Dias, N. W. (2012). Análise morfométrica das sub-bacias hidrográficas Perdizes e Fojo no município de Campos do Jordão, SP, Brasil. Revista Ambiente & Água, 7(3), 195-211. 10.4136/1980-993X

Santos, L. P., Rosa, D. M., Cavalheiro, W. C. S., Vendruscolo, J., Rosell, E. C. F., Biggs, T., & Stachiw, R. (2019). Hidrogeomorfometria e índice de desmatamento da microbacia do rio Tinguí, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 40-56. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46154.

Santos, R. D., Lemos, R. C., Santos, H. G., Ker, J. C., Anjos, L. H. C. & Shimizu, S. H. (2013). Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa-MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental. (2002). Atlas Geoambiental de Rondônia. SEDAM.

SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental. (2012). Boletim climatológico de Rondônia - 2010. SEDAM.

Silva, F. S., Tronco, K. M. de Q., Vendruscolo, J., Oliveira, J. N. de, Cavalheiro, W. C. S., Rosa, D. M., & Stachiw, R. (2019). Geoprocessamento aplicado a hidrogeomorfometria e índice de desflorestamento na microbacia do rio D’Alincourt, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 210-225.

Silva, C. J., Sousa, K. N. S., Ikeda-Castrillona, S. K., Lopes, C. R. A., Nunes, J. R. S., Carniello, M. A., Mariotti, P. R., Lazaro, W. L., Morini, A., Zago, B. W., Façanha, C. L., Albernaz-Silveira, R., Loureiro, E., Viana, I. G., Oliveira, R. F., Cruz, W. J. A., Arruda, J. C., Sander, N. L., Freitas Junior, D. S., Pinto, V. R., Lima, A. C., & Jongmand, R. H. G. (2015). Biodiversity and its drivers and pressures of change in the wetlands of the Upper Paraguay–Guaporé Ecotone, Mato Grosso (Brazil). Land Use Policy, 47, 163-178. DOI: 10.1016/j.landusepol.2015.04.004

Silva, E. F., Melo, C. E., & Vênere, P. C. (2007). Fatores que influenciam a comunidade de peixes em dois ambientes no baixo Rio das Mortes, Planície do Bananal, Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 24(2), 482-492. DOI: 10.1590/S0101-81752007000200029

Silva, E. C., Praia, W. M., Santos, A. S., Cardoso, L. A. P., Hara, F. A. S., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2021). Características hidrogeomorfométricas da microbacia Três Galhos, Amazônia Ocidental, Brasil. Research, Society and Development, 10(2), 1-17, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12408

Silva, Q. D. (2012). Mapeamento geomorfológico da Ilha do Maranhão. Presidente Prudente-SP: Universidade Estadual Paulista.

Soares, G. S., Santos Júnior, N. R. F., Mira, S. F., Moreto, R. F., Cavalheiro, W. C. S., Vendruscolo, J., & Rosa, D. M. (2019). Uso de plataforma SIG na caracterização morfométrica da microbacia do rio Santa Teresinha, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 84-95. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46157

Souza, T. W. S., Lima, M. M., Saraiva, J. G., Pacheco, F. M. P., Donegá, M. V. B., Panza, M. R., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2021). Análise hidrogeomorfométrica da microbacia do rio Mutum: informações para auxiliar o manejo de recursos hídricos na Amazônia Ocidental. Research, Society and Development, 10(2), 1-17 DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12448

Strahler, A. N. (1954). Quantitative geomorphology of erosional landscapes. XIX International Geologic Congress, 13(15), 341-354.

Targa, M. S., Batista, G. T., Diniz, H. D., Dias, N. W., & Matos, F. C. (2012). Urbanização e escoamento superficial na bacia hidrográfica do Igarapé Tucunduba, Belém, PA, Brasil. Revista Ambiente & Água, 7(2), 120-142. 10.4136/1980-993X

Tambosi, L., Vidal, M. M., Ferraz, S. F. B., & Metzger, J. P. (2015). Funções eco-hidrológicas das florestas nativas e o Código Florestal. Estudos Avançados, 29(84), 151-162. 10.1590/S0103-40142015000200010

Teodoro, V. L. I., Teixeira, D., Costa, D. J. L., & Fuller, B. B. (2007). O Conceito de Bacia Hidrográfica e a Importância da Caracterização Morfométrica para o Entendimento da Dinâmica Ambiental Local. Revista Brasileira Multidisciplinar, 11(1), 137-156.

Vannote, R. L., Minshall, G. W., Cummins, K. W., Sedell, J. R., & Cushing, C. E. (1980). The river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, 37, 130-137.

Vendruscolo, J., Araujo, M. G. S., Ferreira, L. R., Rosa, D. M., & Hara, F. A. S. (2021). O uso de geotecnologias na caracterização geométrica, topográfica e hidrográfica da microbacia do rio Tamarupá, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 7(1), 4245-4264. 10.34117/bjdv7n1-286

Vendruscolo, J., Cavalheiro, W. C. S., Rosa, D. M., Stachiw, R., Vendruscolo, R., Siqueira, A. S., & Biggs, T. (2019). Hidrogeomorfometria e desmatamento na microbacia do rio Manicoré, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 226-241. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46171

Vendruscolo, J., Pacheco, F. M. P., Ramos, H. F., Cavalheiro, W. C. S., & Rodrigues, A. A. M. (2020a). Hidrogeomorfometria da microbacia Alto Rio Escondido: informações para auxiliar o manejo dos recursos naturais na Amazônia ocidental. Brazilian Journal of Development, 6(3), 9709-9730. 10.34117/bjdv6n3-011

Vendruscolo, J., Pacheco, F. M. P., Rodrigues, A. A. M., Ramos, H. F., Rosa, D. M. & Cavalheiro, W. C. S. (2020b). Características morfométricas da microbacia do Médio Rio Escondido, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(1), 565-585. 10.34117/bjdv6n1-040

Villela, S. M., & Mattos, A. (1975). Hidrologia aplicada. McGraw-Hill.

Zonta, J. H., Sofiatti, V., Costa, A. G. F., Silva, O. R. R. F., Bezerra, J. R. C., Silva, C. A. D., Beltrão, N. E. M., Alves, A., Cordeiro Júnior, A. F., Cartaxo, W. V., Ramos, E. N., Oliveira, M. C., Cunha, D. S., Mota, M. O. S., Soares, A. N., & Barbosa, H. F. (2012). Práticas de Conservação de Solo e Água. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Downloads

Publicado

20/03/2021

Como Citar

LIMA, M. M. de .; DONEGÁ, M. V. B.; SOUZA, T. W. S. de; PANZA, M. R.; PACHECO, F. M. P.; CAVALHEIRO, W. C. S.; HARA, F. A. dos S.; VENDRUSCOLO, J. Hidrogeomorfometria da microbacia do rio Paraíso: informações para auxiliar o manejo dos recursos naturais na Amazônia Ocidental. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e41410313367, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13367. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13367. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas