O Distrito Florestal do Vale do Jequitinhonha: uma análise a partir dos paradigmas e das narrativas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13377Palavras-chave:
Desenvolvimento; Políticas públicas; Agricultura familiar.Resumo
O presente estudo analisa o modelo de desenvolvimento proposto para a região do Vale do Jequitinhonha, localizado na porção noroeste de Minas Gerais. Foram avaliados, por meio da análise de narrativas de políticas públicas, documentos institucionais históricos efetivados durante o período da ditadura militar, atentando-se aos preceitos que legitimaram a ação estatal, principalmente, pelo incentivo à produção de eucaliptais, que culminaram com a criação do Distrito Florestal. Por meio das narrativas, observou-se que a doutrina vigente na época viabilizou o modelo desenvolvimentista baseado na produção monocultora, por meio de políticas de subsídios. Definidos os problemas e as soluções a serem atingidas, o que se observou é uma dicotomia ao se cruzar com as narrativas dos agricultores que ocupavam os espaços destinados ás políticas, o que permitem ponderar modelos de desenvolvimento sob o ponto de vista institucional e aqueles na visão do beneficiário.
Referências
Brasil. (1966). Lei nº 5.106, de 2 de setembro de 1966.
Brasil. (1971). Presidência da República. I Plano Nacional de Desenvolvimento, 1972-1974. Rio de Janeiro.
Calixto, J. S. (2006). Reflorestamento, terra e trabalho: análise da ocupação fundiária e da força de trabalho no Alto Jequitinhonha, MG. Dissertação (Mestrado em Administração) – Departamento de Economia e Administração, UFLA, Lavras, Brasil.
Coelho, E.C. (2000). Em busca de identidade: o exército e a política na sociedade brasileira. Record.
Codevale. (1967). Pré-diagnóstico do Vale do Jequitinhonha, v. I e II. Edição do Governo de Minas Gerais, Belo Horizonte.
ESG. (1976). Manual Básico da Escola Superior de Guerra. Rio de Janeiro: Estado-Maior das Forças Armadas: Escola Superior de Guerra: Departamento de Estudos.
Fagundes, A. C. (2014). Do golpe à ditadura: a Doutrina de Segurança Nacional e a construção do regime militar. Opsis, 14(1), 60-78.
Fico, C. (2004). Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Record.
Grisa, C. (2011). As ideias na produção de políticas públicas: contribuições da abordagem cognitiva. In: Bonnal, P. & Leite, S. P. Análise comparada de políticas agrícolas – uma agenda em transformação. Mauad Editora.
Grisa, C. (2018). Mudanças nas políticas públicas para a agricultura familiar no Brasil. Raízes: Revista De Ciências Sociais e Econômicas, 38(1), 36-50.
Hall, P. (1993). Policy Paradigms, Social Learning and the State: The Case of Economic Policymaking. Comparative Politics, 25, 275-296.
IBGE. (1997). Diagnóstico ambiental da Bacia do Rio Jequitinhonha: diretrizes gerais para a ordenação territorial. Salvador: IBGE.
IEF. (1975). Projeto de Distritos Florestais para Minas Gerais. Estudos Básicos, v.l. I e II. Edição do Governo do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Lam.ba, J.R., Silvestre, H. C., & Correia, A. M. As teorias do processo político na avaliação das políticas públicas brasileiras: aplicações e agenda de pesquisa. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, 88, 1-31.
Leite, A. C. G. (2010). A modernização do Vale do Jequitinhonha mineiro e o processo de formação do trabalhador “boia fria” em suas condições regionais de mobilidade do trabalho. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Brasil.
Lopes, B. R. V. (2015). Função da “análise de narrativa política”: para se entender (e problematizar) mudanças institucionais e de paradigmas políticos. IN: Anais... V Seminário Discente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Departamento de Ciência Política, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da Universidade de São Paulo, Brasil.
Muller, P. & Surel, Y. (2002). Análise das políticas públicas. EDUCAT.
Niederle, P., Grisa, C., Picolotto, E. L., & Soldera, D. (2019). Narrative Disputes over Family-Farming Public Policies in Brazil: Conservative Attacks and Restricted Countermovements. Latin American Research Review, 54(3), 707–720.
Pereira, A.S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.
Ribeiro, E. M. et al. (2007). Agricultura familiar e programas de desenvolvimento rural no Alto Jequitinhonha. Revista de Economia e Sociologia Rural, 45(4), 1075-1102.
Ribeiro, E. M. & Galizoni, F. M. (2003). Água, população rural e políticas de gestão: o caso do vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Revista Ambiente e Sociedade, 1(1), 129-146.
Rodrigues Neto, D. D., & Barcelos, M. (2020). Histórias na agenda: uma aplicação do “Narrative Policy Framework”. Revista De Administração Pública, 54(6), 16-32.
Silva, M. N. & Anjos, F. S. (2020). A expansão da soja no município de Jaguarão/RS: análise das percepções através da abordagem narrativa. Revista de Economia e Sociologia Rural, 58(3).
Soares, G. A. D. (1994). O golpe de 64. In: Soares, G. & D’araújo, M. C. 21 anos de regime militar: balanços e perspectivas. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.
Teixeira, M., Aráujo Fernandes, A. S., Zuccolotto, R., & do Nascimento, A. B. F. M. (2020). La política de inacción del gobierno brasileño ante la pandemia de COVID-19. GIGAPP Estudios Working Papers, 7, 533-554.
Vasconcelos, F. C. F. (2018). As narrativas da FAO sobre Segurança Alimentar: uma análise sobre a convivência de paradigmas políticos conflitantes. Master’s thesis, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil).
Zimmermann, C. L. (2012). Monocultura e transgenia: impactos ambientais e insegurança alimentar. Juris Plenum Ouro, 24, 20.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Leonardo França da Silva ; Marcos Antônio Pereira da Fonseca Maltez; Alexandro Moura Araújo ; Emília Pereira Fernandes da Silva; Maria Angela de Souza ; Érika Manuela Gonçalves Lopes; Rafaella Resende Andrade ; Osmar de Carvalho Bueno
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
