Variabilidade espacial e temporal da precipitação no Estado do Tocantins, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13545

Palavras-chave:

Geoestatística; Pluviosidade; Mann-Kendall.

Resumo

O objetivo deste estudo é realizar o mapeamento da precipitação pluvial mensal e anual com base em procedimentos da geoestatística e analisar as tendências espaciais e temporais das chuvas para o estado do Tocantins. Foram constituídas séries históricas de precipitação mensal e anual em um período padronizado entre 1988 e 2019, gerando-se valores médios para proceder com a espacialização e interpolação dos dados. A análise exploratória dos dados foi realizada a partir de gráficos de tendência para a precipitação anual, que demonstram o comportamento geral apresentado nesta análise entre os diferentes eventos em estudo, submetendo os dados ao teste de tendências de Mann-Kendall. Procedeu-se com o ajuste do modelo de semivariograma teórico, a partir da obtenção dos valores para os parâmetros estruturais como o efeito pepita, a contribuição e o alcance. Para a precipitação mensal, o grau de dependência espacial para os modelos com melhor desempenho variou entre 72,4% e 100%. Sob o ponto de vista espacial, o sudeste do Tocantins apresentou os menores valores de precipitação e o mês de dezembro os maiores. Já pelo viés temporal, durante o mês de julho, a porção centro-sul tocantinense apresentou índices muito reduzidos, entre 0 e 2 mm, enquanto nos meses mais chuvosos, de dezembro a março, a precipitação mensal variou entre 382 mm (janeiro) e 262 mm (fevereiro). Os meses entre julho e setembro são o período crítico de estiagem no Tocantins, quando a precipitação no período apresentou variação de 0 a 25 mm.

Biografia do Autor

Lucas Barbosa e Souza, Universidade Federal do Tocantins

Bacharel (1999) e licenciado (2000) em Geografia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mestre (2003) e doutor (2006) em Geografia (Análise da Informação Espacial) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus de Rio Claro. Pós-doutorado (2018) em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professor Associado da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desde 2004, onde atua junto ao Curso de Geografia (Campus de Porto Nacional) e aos Programas de Pós-Graduação em Geografia (Campus de Porto Nacional) e em Ciências do Ambiente (Campus de Palmas). Desenvolve pesquisas nas áreas de climatologia geográfica, percepção ambiental e planejamento urbano.

Marcelo Ribeiro Viola, Universidade Federal de Lavras

Graduado em Engenharia Agrícola (2006), com mestrado em Engenharia Agrícola (2008) e doutorado em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas (2011) pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Iniciou a carreira docente em 2010, no curso de Eng. Florestal da Universidade Federal do Tocantins, campus Gurupi, e redistribuiu-se para a UFLA em 2014. Atua no ensino de graduação e pós-graduação na área de Hidrologia e na coordenação do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos (PPGRH/UFLA) e do Laboratório de Hidrologia Ambiental (LHA/UFLA). Foi coordenador do Núcleo de Eng. de Água e Solo (DEG/UFLA) entre 2016 e 2017. É bolsista produtividade em pesquisa CNPq desde 2016 e consultor científico na área de hidrologia. Desenvolve projetos de pesquisa nas temáticas de modelagem hidrológica, monitoramento hidrológico e sensoriamento remoto aplicado a hidrologia. Tem interesse na área de Engenharia Agrícola, especialmente em Engenharia de Água e Solo e Gestão de Recursos Hídricos 

Marco Antonio Vieira Morais, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso

Doutor em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas (UFLA/PPGRHSA), Mestre em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF, 2010), Especialista em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (CEFET-MT, 2007), Graduado em Tecnologia em Gestão Ambiental pelo CEFET-Goiás (2004); Atualmente é Professor de EBTT/EPT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Barra do Garças. Atuando principalmente nos seguintes temas: Planejamento Ambiental, Desenvolvimento Sustentável, Avaliação de Impactos Ambientais, Assentamentos Rurais, Desenvolvimento de Softaware, Python, Hidrologia, Simulação Hidrológica.

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Publicado

21/03/2021

Como Citar

SILVA NETO, V. L. .; SOUZA, L. B. e; VIOLA, M. R.; MORAIS, M. A. V. Variabilidade espacial e temporal da precipitação no Estado do Tocantins, Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e44310313545, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13545. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13545. Acesso em: 25 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas