Avaliação etnobotânica em área protegida da Mata Atlântica brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13714

Palavras-chave:

Etnobotânica; Área de preservação ambiental; Hotspot da Mata Atlântica brasileira; Plantas medicinais; Métodos fitoquímicos.

Resumo

No presente estudo, realizamos um levantamento de informações etnobotânicas de interesse químico-farmacológico que foi adquirido por meio de entrevistas in loco por meio de questionários semiestruturados com informantes da comunidade da Bacia do Mucuri em Minas Gerais, Brasil. 184 entrevistas foram realizadas com residentes com 102 espécies botânicas em aproximadamente 87 gêneros e 41 famílias citadas. Além disso, as doenças do aparelho respiratório foram as mais citadas, correspondendo a 26, 35% dos casos citados. Lippia alba (erva-cidreira) foi a espécie mais citada com uma concordância de uso popular corrigida de cerca de 86, 11%. Os resultados sugerem que as hortaliças são importantes recursos terapêuticos para a população. Esses estudos etnobotânicos são fundamentais para a compreensão e conservação da cultura local no que diz respeito à exploração de plantas medicinais. Os achados do presente estudo contribuem para a documentação de espécies medicinais em um estado brasileiro caracterizado pela mineração, o que implica na supressão do crescimento da vegetação ou no comprometimento da regeneração, o que pode levar ao desaparecimento de espécies vegetais críticas e inestimáveis. A preservação do conhecimento etnobotânico é vital em áreas com alta atividade humana e áreas em processo de desmatamento.

Referências

Albuquerque, U. P., Alves, A. G. C., Silva, A. C. B. L., & Silva, V. A. (2002). Atualidades em etnobiologia e etnoecologia. Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia. 151p.

Alexiades, M. N. (1996). Diretrizes selecionadas para pesquisa etnobotânica: um manual de campo. The New York Botanical Garden.

Almeida, N. F. L et al. (2009). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na cidade de Viçosa-MG. Revista Brasileira de Farmácia, 90, 316-20.

Almada, E. D. (2010). Sociobiodiversidade urbana: por uma etnoecologia das cidades. In: Silva, V. A., Almeida, A. L. S., Albuquerque, U. P. (2010). Etnobiologia e etnoecologia – pessoas e natureza na América Latina. Recife: NUPEEA. 39-63.

Alves, G. S. P. et al. (2013). Estudo etnobotânico de plantas medicinais na comunidade de Santa Rita. Revista Biotemas. Ituiutaba–MG, 26: 231-242.

Amorozo, M. C. M et al. (1988). Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo Amazonas. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Série Botânica 4: 47-131.

Amorozo, M. C. M. et al. (2002). Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antonio do Leverger. MT. Brasil. Acta Botanica Brasilica, 16: 189-203.

Begossi, A. (1996). Use of ecological methods in ethnobotany: diversity indices. Economic Botany, 50: 280–289.

Begossi, A. et al. (2002). Medicinal plants in the atlantic Forest (Brazil): knowledge, use and conservation. Human Ecology, 30: 281-299.

Borges, N. K. et al. (2010). Etnobotânica de plantas medicinais na comunidade de cordoaria. Litoral Norte do Estado da Bahia. Brasil. Plurais, 1: 153-174.

Brito, M. F. M. et al. (2015). Conhecimento etnobotânico local sobre plantas medicinais: uma avaliação de índices quantitativos. Interciência, 40: 156-164.

Brito, M. R. et al. (2011). Plantas medicinais utilizadas na comunidade caiçara da Praia do Sono. Paraty. Rio de Janeiro. Brasil. Acta Botanica Brasilica, 25: 363-372.

Brito, R. et al. (2019). Description of three new species of Phyllocnistis Zeller. 1848 (Lepidoptera: Gracillariidae) from the Atlantic Forest south Brazil with notes on natural history and phylogeny. Austral Entomology, 58:27-51.

Castro, M. A. et al. (2021). Conhecimento etnobotânico dos alunos de Ensino Médio sobre plantas medicinais em Maranguape –Ceará. Research, Society and Development, 10(3), 1-16.

CID-10. ICD-10 Version: (2016). International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems. <http://apps.who.int/classifications/icd10/browse/2016/en>.

Coelho, M. A. N., & Valadares, R. T. (2019). Three New Species of Anthurium (Araceae) from the Atlantic Forest of Rio de Janeiro. Minas Gerais. and Espírito Santo. A J. for Botanical Nomenclature, 27:22-32.

Collwell, R. K. (2013). EstimateS: statistical estimation of species richness and shared species from samples. <http://viceroy.eeb.uconn.edu/EstimateS>.

Costa, A. S. V. et al. (2011) Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 09 – Ano V – 05/2016 Reg.: 120.2.095.

Cunha, S. A. et al. (2011). Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio. Mato Grosso do Sul. Brasil. Acta Botanica Brasílica, 25: 685-698.

Cunningham, A. B. (2001). Applied Ethnobotany: People. Wild Plant use and Conservation. 1Earthscan 300p.

Ferreira, F. M. C. et al. (2014). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na comunidade quilombola Carreiros. Mercês – Minas Gerais. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 9: 205-212.

Freitas, A. V. L. et al. (2012). Plantas medicinais: um estudo etnobotânico nos quintais do Sítio Cruz. Rio Grande do Norte. Brasil. Revista Brasileira de Biociências, 10: 48-59.

Giraldi, M. et al. (2010). Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão. Brasil. Acta Botanica Brasilica, 24: 395-406.

Goldenberg, R. et al. (2016). Angiosperms and the Linnean shortfall: three new species from three lineages of Melastomataceae at one spot at the Atlantic Forest. PeerJ 4:e1824.

Gonçalves, M. I. A. et al. (1998). Plantas medicinais usadas pela população do município de Santo Antônio de Leverger. Mato Grosso. Brasil. Revista Brasileira de Farmácia, 79: 56-61.

Grant, C. D., & Koch, J. (2007). Decommissioning Western Australia’s first bauxite mine: co-evolving vegetation restoraiotn techniques and targets. Ecol Mgmt Restor, 8:92–105.

Guimarães, M. F. M. (2016). Plantas úteis em comunidades urbanas: A importância das espécies exóticas e do gênero na manutenção do conhecimento e uso dos recursos vegetais. 119p. Dissertação (Mestre – Área de Concentração Evolução e Funcionamento de Ecossistemas) - Departamento de Biodiversidade. Evolução e Meio ambiente. Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto.

http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2016/06/Anna.pdf

Instituto Estadual de Florestas (IEF). Área de Proteção Ambiental. <http://www.ief.mg.gov.br/noticias/1/1330-governo-de-minas-cria-area-de-protecao-ambiental-no-mucuri>.

IUCN - Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. <http://www.iucnredlist.org>.

Joly, C. A. et al. (2011) Diagnóstico da pesquisa em biodiversidade no Brasil. Revista USP, 89: 114-133.

Lacerda, J. R. C. et al. (2013). Conhecimento popular sobre plantas medicinais e sua aplicabilidade em três segmentos da sociedade no município de Pombal-PB.

Patos: Revista ACSA Agropecuária Científica no Semiárido 9: 14-23.

Lima, M. H. V. (2015). Uso e conhecimento de plantas medicinais utilizadas pelas mulheres da Comunidade Mendes. Limoeiro. Pernambuco. Brasil. Revista Ouricuri, 5: 168-182.

Lista De Espécies Da Flora Do Brasil. (2017) Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2016. .

Lorenzi, H. (2000). Plantas Daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. (3a ed.), Plantarum 620p.

Lorenzi, H., & Matos, F. J. A. (2002). Plantas medicinais no Brasil nativas e exóticas. Instituto Plantarum 512p.

Maia, V. C. & Monteiro, R.F. (2017). Lopesia davillae (Diptera. Cecidomyiidae). A new species of gall midge from Brazil associated with Davilla rugosa (Dilleniaceae). Braz. J. Biol., 77:680-685

Martinelli, G., & Moraes, M. A. (2013). Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 1100p.

Messias, M. C. T. B. et al. (2015). Uso popular de plantas medicinais e perfil socioeconômico dos usuários: um estudo em área urbana em Ouro Preto. MG. Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 17:76-104.

Moreira, R. P. M. et al. (2015). A flora medicinal dos quintais de Tangará da Serra. Biodiversidade, 14: 63-83.

Mosca, V. P. et al. (2009). Uso popular de plantas medicinais no Rio Grande do Norte. Nordeste do Brasil. Revista Caatinga, 22: 225-234.

Mota, R. S. et al. (2012). Quilombolas e recursos florestais medicinais no sul da Bahia. Interações, 13: 151-159.

Paulino, R.C. et al. (2012). Medicinal plants at the Sítio do Gois. Apodi. Rio Grande do Norte State. Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, 22: 29-39.

Pereira, A. J. et al. (2011). Estudo etnobotânico de espécies medicinais em Gaspar alto Central. SC. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, 18.

Peroni, N. et al. (2010). Métodos ecológicos na investigação etnobotânica e etnobiológica: o uso de medidas de diversidade e estimadores de riqueza. In:

Albuquerque UP. Lucena RFP. Cunha LVFC (2010) Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. (2a ed.), NUPPEA 257-276.

Phillips, O. et al. (1993). The useful plants of Tambopata. Peru: I. Statistical hypotheses tests with a new quantitative technique. Economic Botany, 47:15-32.

Pilla, M. A. C. et al. (2006). Obtenção e uso de plantas medicinais no distrito de Martim Francisco. Município de Mogi Mirim. SP. Brasil. Acta Botanica Brasilica, 20: 789-802.

Pinto, E. P. et al. (2006). Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de Mata Atlântica. Acta Botanica Brasilica, 20: 751-762.

Queiroz, S. G. (2009). Aspectos da escolarização de jovens rurais: um campo de incertezas e possibilidades. In: Seminário De Estudos Culturais. Identidades E

Relações Interétnicas. (2009). Anais... São Cristóvão: UFS 1-10.

Ribeiro, M. C. et al., (2009). The Brazilian Atlantic Forest: How much is left and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological conservation, 142: 1141-1153.

Rode, R. et al. (2009). Comparação florística entre uma floresta ombrófila mista e uma vegetação arbórea estabelecida sob um povoamento de Araucaria angustifolia de 60 anos. Revista Cerne, 15: 101-115.

Rodrigues, V. E. G. et al. (2001). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais no domínio do cerrado na região do alto Rio Grande –Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, 25: 102-123.

Silva, A. A., & Andrade, L. D. H. C. (2013). Utilização de espécies de Asteraceae por comunidades rurais do nordeste do Brasil: relatos em Camocim de São Félix. Pernambuco. Biotemas, 26: 93-104.

Soares, M. A. A. et al. (2009). Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela população do município de Gurinhém - Paraíba. Revista Homem. Espaço e Tempo 3: 36-47.

Soldati, G. T. (2013) Transmissão de conhecimento: origem social das informações e evolução cultural. In: Albuquerque UP. (org.). (2013) Etnobiologia: bases ecológicas e evolutivas. 1NUPEEA 37-61.

Spagnuolo, S. R. et al. (2009). Plantas medicinais e seu uso caseiro: o conhecimento popular medicinal. Ciências Biológicas e da Saúde 11: 31-4.

The Plant List. 2013. <http://www.theplantlist.org/>.

Downloads

Publicado

04/04/2021

Como Citar

GUARNEIRE, G. J.; LIMA, N. M.; CARLI, G. P. .; ANDRADE, T. de J. A. S. .; CASTRO, S. B. R. de .; ALVES, C. C. S. .; CARLI, A. P. . Avaliação etnobotânica em área protegida da Mata Atlântica brasileira . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 4, p. e15310413714, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i4.13714. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13714. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas