Avaliação da toxicidade das tinturas de aroeira e de romã através do bioensaio com Artemia salina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13751Palavras-chave:
Punicaceae; Bursera; Testes de Toxicidade.Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade das tinturas de aroeira (Myracrodruon urundeuva) e de romã (Punica granatum) por meio do bioensaio com Artemia salina. Diferentes concentrações das tinturas (25, 50, 75, 150, 250, 500, 750 e 1000μg/mL) foram adicionadas aos náuplios e a concentração letal média (CL50) foi avaliada, utilizando a análise de Probit através do software StatPlus® (AnalystSoft, USA), obtendo-se os intervalos de confiança superior e inferior, após um período de exposição de 24 horas. Os extratos foram considerados ativos quando os valores foram < 1000 ug/mL. Curvas de sobrevivência e testes de LogRank foram realizados para todos os extratos na concentração de 250 μg/mL contra controle negativo (Salina) e controle positivo (Clorexidina), utilizando o software GraphPad® Prism (GraphPad Software, USA). Para a aroeira a CL50 foi de 607,87 ± 38,73, já para a romã, de 464,98 ± 28,72, sendo ambas as tinturas consideradas ativas. Quando comparadas à solução salina, houve diferença significativa nas curvas de sobrevivência (p = 0,0206), o mesmo ocorreu para as comparações com a clorexidina (p < 0,0001). Pode-se concluir que as tinturas de aroeira e de romã foram tóxicas contra a Artemia salina nas diferentes concentrações testadas.
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