Automedicação entre estudantes de enfermagem e medicina no Brasil: revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.13760

Palavras-chave:

Farmacologia; Ciências da saúde; Analgésicos; Prescrições.

Resumo

A automedicação é considerada um problema de saúde no Brasil e no mundo. Vários os fatores facilitam essa prática, incluindo dificuldade no acesso a médicos e facilidade no acesso a medicamentos, propaganda, internet e conhecimento sobre medicamentos e doença. Embora a automedicação tenha vantagens, os problemas decorrentes da sua prática são mais preocupantes. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa sobre o panorama da automedicação entre estudantes de enfermagem e medicina no Brasil. O levantamento e seleção de material foi realizado pela Biblioteca Virtual as Saúde nas bases de dados da Medline, Lilacs e BDENF, entre setembro de 2020 a janeiro de 2021. Para as buscas controladas utilizou-se os DeCS automedicação, estudantes de enfermagem e estudantes de medicina. Foram obtidos 15 artigos, dentre eles, 53,3% foram realizados com estudantes do curso de medicina, 26,6% de enfermagem e 20% com alunos de ambos os cursos. A maioria das publicações é de 2019 (26,6%), 40% são provenientes do Estado de São Paulo e 60% estão indexadas na base de dados da Lilacs. Constatou-se que o uso de analgésicos foi prevalente em 86,6% dos estudos, e que estudantes do sexo feminino praticam mais a automedicação. A automedicação não é uma prática que deva ser eliminada, mas utilizada com cautela e orientações corretas, entretanto, é necessário modificar os paradigmas na formação acadêmica para a formação de profissionais mais qualificados visando a segurança do paciente.

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Publicado

05/02/2022

Como Citar

SANTOS, T. M. dos .; ZATTAR, T. A. .; ALENCAR, B. T. de .; ALEIXO, M. L. M. .; COSTA, B. M. S. .; LEMOS, L. M. S. . Automedicação entre estudantes de enfermagem e medicina no Brasil: revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 2, p. e54111213760, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i2.13760. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13760. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde